19. Não se mete com o Mercado Negro

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Na minha posição de vítima, não conseguia ignorar a presença do homem desconhecido e algemado

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Na minha posição de vítima, não conseguia ignorar a presença do homem desconhecido e algemado. Precisava dar um jeito de ajudar.

Fui obrigada a me sentar com Ryan, e a vagabunda da Mimi ficou no banco de trás com Fritz. O coreano estava na poltrona logo à minha frente. Colocamos os cintos e nos preparamos para o voo. Nos primeiros minutos em que o jatinho ganhava velocidade e se deslocava do chão, meu coração acelerou e eu pensei que podíamos todos morrer, ninguém ali prestava mesmo, com exceção do desconhecido e o piloto.

Ao estabilizar acima das nuvens, evitei olhar pra janela porque todo meu café da manhã ficou instável no estômago. Virei o rosto, suave e disfarçadamente para trás, olhando pelo vão das poltronas. Encontrei Mimi com a cabeça deitada no peito de Fritz, mostrando algo pra ele no celular. Desviei rápido minha atenção dos dois, porque era ainda mais indigesto que o próprio voo.

- Você teria um fone de ouvido ou algo assim? - perguntei para Ryan, que pegava o celular.

- Tenho, podemos dividir. - afirmou com seu sorriso doce de sempre.

Ele me entregou um dos fones que era sem fio. Concordamos em intercalar as opções de gosto musical, então ele colocava jazz e eu colocava rock, e assim sucessivamente. Depois de um tempo, aconteceu o esperado: o interior do jatinho ficou quieto. Olhei ao redor e estavam todos dormindo, menos eu e o coreano. Retirei o fone e me levantei da poltrona, sem fazer barulho.

Passei por cima das pernas de Ryan e alcancei o corredor.

Evitava olhar, mas era impossível. Mimi havia adormecido apoiada no ombro de Fritz. Ele dormia apoiado na cabeça dela. Não sei se sentia mais raiva dela, ou dele. O banheiro ficava no final do curto corredor. Era um compartimento minúsculo e de difícil uso com o avião em movimento. Ao retornar, ao invés de me sentar no meu lugar à janela, fui para a poltrona da frente e me sentei ao lado do desconhecido.

Ele me fitou surpreso, os olhos pequenos e puxados bem abertos. Usava óculos e devia ter por volta dos quarenta ou cinquenta anos.

- Hey, não precisa se preocupar, não faço parte desse grupo degenerado. - avisei, com a voz baixa.

- Não aconselho... - ele murmurou, de ombros caídos e forte sotaque.

- Não aconselha o que?

- Conversar comigo... eles vão bater em você.

- Se qualquer um deles levantar a mão pra mim, eu decepo fora. Não são loucos de mexer comigo.

- Hm. - fez ele, desconfiado.

- Meu nome é Chelsea Christine, e o seu?

- Wook Joon-ho.

- Ah... como posso te chamar? - perguntei, sem entender direito.

- Joon-ho, mas não é boa ideia falar comigo.

- O que tá fazendo aqui, algemado, Joon-ho? - insisti.

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora