Hunt you down

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~ Artemis

São sete da manhã e eu ainda me pergunto se tudo isso é real. Ele veio atrás de mim, ele ouve o que eu falo, ele sabe os locais que frequento,  que tipo de psicopata esse louco é? São tantas perguntas que fazem minha mente ficar ainda mais alerta à tudo ao meu redor. Os raios de sol lutam contra a cortina da sala para tomar o cômodo mas eu ainda tenho a impressão de que ele está la fora. Durante a madrugada eu pensei seriamente sobre fazer uma denúncia mas só de saber que agora esse homem está me observando por todos os lugares me assusta ainda mais. Ele pode ser um hacker, e se ele for um hacker ele está olhando para mim agora mesmo por aquela maldita câmera virada em minha direção, e isso me dá arrepios.  Mesmo com o corpo extremamente exausto por ter passado a madrugada inteira em claro, juntei forças de onde não tinha para me levantar daquele sofá e ir beber um copo d'água.
Eu ainda estava apavorada. Ele sabe que eu contei pra Celine, e se ele for atrás dela? Aí meu Deus, eu não quero nem imaginar o que pode acontecer.
Ao beber um belo copo d'água, preparei uma tigela com frutas, granola e iogurte para iniciar o dia. Minutos após finalizar a refeição, subi para colocar minha roupa esportiva para praticar a minha Yoga matinal, eu precisava me distrair.

...

Meio dia e cinquenta e sete.  Eu havia acabado de comer e estava no meu quarto arrumando o closet. Eu não conseguia de jeito nenhum tirar os olhos do celular. Ontem a noite eu liguei várias vezes para o Mav e até agora ele nem se quer retornou com uma mensagem. Bem, ele com certeza tem algo importante a fazer mas eu não acharia comum uma mulher ligar quatro vezes pra mim depois da meia noite.
Ao jogar o celular em cima da montanha de roupas jogadas ao chão, respirei fundo ao mesmo tempo que fui surpreendida com o toque repentino do meu celular. Alguém estava ligando. Ansiosa, rapidamente o peguei de volta para ver quem era mas estranhei. Número privado. Quem poderia ser? Será que algum conhecido trocou de número? Sem mais demora, cliquei o botão verde e coloquei no viva-voz.

— Olá, posso saber quem é? — Digo curiosa.

O silêncio então tomou conta do outro lado da linha. Dez segundos foram o suficiente pra fazer meu coração acelerar e minha respiração pesar no peito.

— Señorita... espero que tenha lido o bilhete.

A voz modificada ecoou pelo auto falante do celular, fazendo meu peito estremecer. Imediatamente joguei o celular de volta em cima das roupas amontoadas no chão, colocando as mãos sobre a boca para disfarçar o quão apavorada eu fiquei.

— Está me ouvindo, señorita?

— F-foi você que me perseguiu ontem, não foi? — Engoli seco. Minha voz trêmula deixava claro o quanto o medo crescia em mim.

— Uau, e não é que ela é esperta mesmo? — Ironizou com um riso sarcástico no fim da frase. — Você é um ótimo investimento.

— Já passou da hora de você parar com isso, eu não faço ideia de quem você é! — Esbravejei.

— Tem certeza disso, Artemis? Eu não diria isso com tanta certeza.

Espera, então ele é alguém que eu conheço? Quem teria essa coragem?

— Então quem você é, hein?! Por acaso não tem nada pra fazer da vida não?! Aliás, quem te deu meu número, hã?! — Explodi. Aquele tom irônico naquela voz modificada fez o medo se transformar em ódio em questão de segundos.

— Não sabia que era tão esquentada — risos. — Ah, meu bem, eu tenho tanto a fazer mas você é tão interessante.

— Se eu descobrir a sua identidade eu juro que você vai pagar muito caro pelo que está fazendo!

SeñoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora