Rebecca Patricia Cuthbert.A aula passou devagar, como se fosse durar toda uma vida, de esperanças e sonhos enterrados em cemitérios populares, onde ninguém sabe sua história e nem por onde você andou, o que você enfrentou até chegar ali. As aulas do Sr. Phillips me causavam severos devaneios, não tanto hoje, pois Freen não parava de cochilar com Prissy, que por sinal, dava risadinhas de tudo que Freen comentava. E graças ao meu bom Deus, eu não estava presenciando com meus olhos, pois a dupla estava sentada nas ultimas cadeiras, e infelizmente eu ouvia bem demais.
- Freen e Prissy! - Sr. Phillips chama a atenção das duas – Calem-se!
Sorrio levemente tentando não debochar, mas foi mais forte que eu, olhei para trás e me permito um sorriso tímido, enquanto Freen levanta a sobrancelha esquerda.
No intervalo elas não desgrudaram, normalmente Freen não se juntaria as meninas e Prissy também não, isso estava me causando dores de cabeça, afinal o que essa pulseira representa é apenas para mim?
Não demorou para o fim da aula, sempre que íamos estudar literatura a aula passava rápido. Ao nos despedir de todos e não ter mais visto ela. Percebi que passei a aula inteiro com os pensamentos na Sarocha e de como eu havia me esquecido de sua facilidade para me irritar, eu não poderia deixar ela tomar conta assim da minha mente, nem do meu coração.
- As aulas do Sr. Phillips me causam náuseas de tanto que ele grita – Diana comente enquanto caminhamos de braços dados.
- Eu gostaria que ele não fosse mais nosso professor – Desabafo - Ele não tem imaginação.
- Eu sinto que ele pode não gostar de mulheres, viu como ele despreza todas as meninas? – Diana sussurra
- Meu Deus, Diana. – Olho para os lados – Não teria coragem de pensar isso, tenho medo dele.
Mas eu acredi... – Sou interrompida
- Meninas... – Freen aparece sorrindo largamente
- Sarochinha! – Diana para de caminhar e eu continuo caminhando passando por Freen – Parece que você irritou muito a Becky hoje
Percebo ambas caminhando atrás de mim, mas continuo sem querer olhar para ela.
Freen Sarocha Blythe
- Acho que ela não quer me olhar, Diana – Falo alto demais para que Becky que pisava fundo me escutasse
- Se eu fosse ela, também não iria olhar para você – Franzo a cenho para Diana – O que? Você passou a aula de risadinha com Prissy
- Mas ela é minha única amiga na escola – Respondo e Becky solta uma risada
- Calada você é uma poeta, bom... chegou meu caminho sozinha – Diana para e olhamos para Becky que continuava andando – Boa sorte, Freen.
Corro atras da menor que, agora que eu sei que ela não está muito feliz com a minha cara, me causa uma ansiedade na boca do estômago.
- Becky! – falo ofegante – Espera um pouco!
A alcanço e tento pegar seu braço, mas ela é mais rápida que eu.
- O que eu deveria ter feito? – Pergunto vendo-a parar – Queria que eu sentasse sozinha?
- Não me importa o que você faz ou não – ela diz seca
- Mesmo? – Ela não responde – Então podemos caminhar de mãos dadas?
- Você só pode estar brincando! – Ela volta caminhar - Me erra, Sarocha!
- Bec... me diz o que eu fiz e eu prometo não fazer mais – Volto a correr atrás dela, por Deus ela vai tirar toda a minha dignidade?
- Existem coisas que não devem ser verbalizadas – Ela para na minha frente quase na entrada de Green Gables, onde as árvores altas começam a ser menores e em menos quantidades.
- Se você me dizer, nunca mais serão feitas – Desabafo um pouco ofegante pela corrida.
- Não é nada, Freen – Ela sussurra olhando para Green Gables – Você não veio falar comigo hoje, não ficou sozinha um minuto e ainda ficou me provocando com a Prissy...
- Mas eu... – Percebo sua expressão mudar para impaciência – Tudo bem, me perdoa? Juro que não foi minha intensão...
- Só não faz sentido agora para mim toda essa raiva de você – Ela me olha – Preciso ir, talvez em meio as minhas tarefas eu consiga entender.
- Não vai agora, passei esses dias querendo te abraçar – Faço bico – Sei que te desagradei hoje, mas ainda anseio por um contato.
- Agora não...
Puxo seu braço levemente até ela se aproximar, vendo seus olhos se fecharem quando eu a encaro, coloco meu nariz na sua bochecha e logo depois deposito um beijo no local, observando sua pele exposta sem vestido se arrepiar.
- Estou com raiva de você – Ela sussurra
- Eu sei... – Beijo seu queixo e sinto Becky respirar fundo – Me desculpa
- Você foi uma idiota – Olho nos olhos assim que ela os abre, beijo sua testa e acaricio sua boca com o meu polegar e ela volta a fechar os olhos. Selo os nossos lábios em um selinho demorado, coloco a minha mão em sua nuca, abrindo os lábios dela com os meus dentes levemente, tomo o seu lábio superior com os meus, macio como suas mãos e sua pele. Becky era perfeita, como o gosto da sua boca, que parecia me causar um vício indescritível, sinto suas mãos se apoiarem na minha cintura e imediatamente aprofundo o beijo pedindo passagem com a minha língua, elas se tocam e toda a minha espinha dorsal se contrai.
Afasto nossas bocas puxando o ar – Posso te acompanhar até Green Gables? – Ela confirma com a cabeça e cola nossos lábios novamente.
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Forever, your love. #FREENBECKY
FanfictionInspirado no universo "Anne with an E" #FreenBecky Se passa no século XX. Freen teve que crescer muito rápido quando se viu sozinha com o seu pai doente, lidando com a decisão de ir para a faculdade, cuidar da fazenda sozinha ou iniciar o cortejo pa...