⭐ -Poder de cura.

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Eu tinha levantado mais cedo do que esperava, ainda sentindo o cheiro da floresta e o frio da madrugada no ar. Não tinha conseguido dormir muito bem na noite anterior depois de ter me desentendido com Sirius. Era uma briga boba, mas sempre me sentia mal em brigar com meu melhor amigo. Então resolvi sair para tomar um ar, já que sabia que não iria conseguir dormir de novo.

Óbvio que não podia sair pelas ruas da aldeia livremente, ainda mais essa hora que os guardas estavam fazendo suas patrulhas, protegendo a aldeia de perigos noturnos.

Resolvi dar uma volta pela floresta, mas tinha que tomar cuidado para não me perder, sendo que na última vez que isso aconteceu eu parei em uma torre misteriosa e conheci ele.

Aquele garoto da torre não saía da minha cabeça. Algo nele me puxava de volta, mesmo com a forma rude com que ele me tratou. Havia algo por trás daquela atitude arrogante, e eu estava determinado a descobrir o que era.

Passei pelo floresta em silêncio, reorganizando meus pensamentos e vagando sobre coisas aleatórias, até que vejo um arbusto cheio de flores de girassol, que se refletiam com a luz do sol, que estava nascendo.

Fui até ela e peguei uma flor, a levando junto comigo enquanto caminhava por mais alguns minutos, até decidir voltar para casa. Quando chego percebo que todos ainda estavam dormindo, menos um.

Sirius estava no sofá, parecia estar esperando alguém, deixo minha bolsa em uma cômoda e vou até ele.

- Sirius? O que faz aqui tão cedo? - Pergunto chamando sua atenção, o mesmo se vira assustado mas logo se acalma vendo que era eu.

- Estava te esperando, queria me desculpar pela nossa briga, sei que você pode sair a hora que quiser, e que não preciso ficar sabendo de tudo - Ele diz enquanto me sentava ao seu lado no sofá.

- Sabe... Eu também queria me desculpar, não deveria ter falado com você daquela forma - Respondo e assim sorrimos um para o outro, nos abraçando logo em seguida.

Ontem cheguei mais tarde que o normal, e quando me recusei a contar ao Sirius aonde fui acabamos brigando, foi uma briga leve, mas não impediu que ficassemos chateados.

- Fiquei preocupado a noite toda, nem consegui dormir direito - Confesso quando nos separamos.

- Não consegue viver sem falar comigo James? Eu sei que sou inesquecível - Fala convencido e rimos depois de eu bater meu cotovelo em seu bravo.

Mais tarde todos acabam acordando e depois do almoço decido ir ver o garoto da torre novamente, vou chamá-lo assim até descobrir seu nome, o que eu espero que aconteça hoje.

Quando saio de casa aviso meus amigos que voltaria antes do anoitecer, eles estavam ocupados com seus próprios planos então não tive muitas perguntas sobre meu destino.

Meus pés já tinham decorado o caminho. A cada passo, a torre ficava mais próxima, erguendo-se solitária contra o céu acinzentado do amanhecer. Eu parei por um segundo, respirando fundo, e olhei para cima. A janela estava lá, no alto, assim como no dia anterior.

"Você gosta de um bom desafio, não é?", murmurei para mim mesmo sorrindo, já começando a escalar a lateral da torre. Minhas mãos se agarravam às pedras desgastadas, o esforço fazendo meus músculos doerem, mas eu sabia que valeria a pena.

Escalo com o coração batendo rápido, mas é mais pela excitação do que pelo esforço. O que posso dizer? Adoro desafios. Quando chego à janela, lá está ele de novo, o garoto misterioso, com o rosto escondido atrás de um livro. Sorrio para mim mesmo. Hora de me divertir.

Eu balanço a flor na minha mão. O que? Achavam que eu estava brincando quando disse isso ontem?

Ela não é das mais bonitas, toda amassada pela subida, mas é o gesto que conta.

Belle ÉtoileOnde histórias criam vida. Descubra agora