Quando Clara, uma jovem estudante de jornalismo se muda para a cidade do amor para um estágio promissor, ela vê-se feliz na nova vida mas ao mesmo tempo insegura e longe da sua família e amigas.
Adaptando-se à nova rotina e aos desafios que o estág...
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2 • paris
Acordei minutos antes do meu alarme no iPhone começa-se a tocar por isso desliguei-o logo. Levantei-me da cama e no meio da desarrumação do meu quarto cheguei ao guarda roupas de onde tirei o fato de treino cinzento da Nike, um top preto básico e as minhas new balance 530 que eu já tinha destinado para este dia.
Vesti-me e fui até a casa de banho do meu quarto lavar a cara e hidrata-la com os meus produtos. Quando terminei de espalhar, peguei nos cremes e coloquei-os na mala juntamente com outras coisas que só podia colocar hoje e saí para a cozinha onde já estavam os meus pais a tomar o pequeno-almoço.
— Já só falta venderem o estádio, também. - reclamou o meu pai enquanto lia notícias de futebol no telemóvel como faz todas as manhãs.
O meu pai é o cota mais benfiquista que eu conheço. Não vai aos jogos todos por conta do trabalho, mas sempre que pode está lá. Ele passou-me desde muito novinha esse bichinho do futebol e do Benfica e não é aleatoriamente que a minha mudança para França tem haver com futebol.
Contextualizando, vou estudar para uma universidade francesa e estagiar para a Sport Tv. Eles começaram um novo projeto ao transmitir os jogos da liga francesa, tendo escritórios em Paris e eu pensei imenso, acabei por me candidatar e fui aceita.
Sentei-me ao pé dos mais velhos e comi muito rápido a tigela de estrelitas e fui escovar os dentes arrumando também a escova e a pasta. Levantei as malas e direcionei-as até ao carro do meu pai colocando as três no porta malas do seu audi com a sua ajuda e entrei para os bancos de trás já que os meus pais ocupavam os da frente.
Quando o meu pai arrancou acenei para a minha casa e disse um até já mentalmente.
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Chegámos e nos estacionamentos despedi-me de quem tinha vindo até aqui ter comigo. A minha família despediu-se de mim com abraços emocionados, palavras de incentivo e alguns olhares de orgulho e tristeza. As minhas amigas enviaram mensagens até o último segundo com aviões e vários corações. Mas, agora, eu estava sozinha pronta para entrar numa nova fase da minha vida.
Entrei para o interior do aeroporto que estava agitado, como sempre, com vozes misturadas e anúncios de voos. Olhei para o bilhete na minha mão, sentindo um misto de nervosismo e excitação. Eu ia para Paris em minutos. Era real. A cidade onde ia viver pelos próximos meses, talvez anos. Um sonho que sempre parecia tão distante, agora estava a algumas horas de distância.
Com as malas já despachadas e apenas com a minha longchamp ao ombro, dei um último giro pela dutyfree.
"Se quiseres mudar de ideia, ainda vais a tempo", a voz da minha mãe ecoava na minha cabeça Mas não. Não havia mais volta. Este era o início de algo maior, e eu sabia que precisava seguir em frente.