Quando Clara, uma jovem estudante de jornalismo se muda para a cidade do amor para um estágio promissor, ela vê-se feliz na nova vida mas ao mesmo tempo insegura e longe da sua família e amigas.
Adaptando-se à nova rotina e aos desafios que o estág...
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28 • desabafos
"Eu posso não conseguir controlar o vento, mas eu posso ajustar as velas"
Depois de mais uma manhã de aulas fui para o estágio até às dezoito, a Margarida veio buscar-me e viemos ao shopping antes do jogo do psg começar, na Alemanha.
Quisemos vir gastar dinheiro e fofocar fisicamente, que é muito melhor.
— Estás com uma carinha. - apoiou a sua mão no meu queixo. — Isso é tudo saudades dele? - parei de andar.
— Claro que não. - neguei de imediato. — Tipo, se calhar só um bocadinho.
— Estás a contar os minutos para que ele te ligue. - exagerou, obviamente.
— Não quero parecer dependente, ele tem a sua vida, assim como eu.
— Mas podes sentir saudades dele na mesma, é normal nas relações. - sorriu-me provocadora, porque claramente e obviamente não estamos numa relação. — Já houve algumas conversas assim mais sérias, ou só beijinhos e amassos.
— Magui. - fiz olhinhos. — Um passo de cada vez. - suspirei enquanto sorria.
Fomos à Zara, queria ver as coisas que gostava para depois nos saldos mandar vir online.
— Depois quando vocês namorarem, podemos fazer programas de casais. - disse ansiosa, ainda a pensar um pouco na nossa conversa de à minutos atrás.
— Não entremos por aí, nem sei se ele tem essas intenções. - peguei numas calças de ganga pretas do meu estilo.
— Outra cena, abriu um mercado de natal aí algures, podíamos fazer um programa, os quatro. - indicou.
— Por mim sim, parece-me uma boa ideia. - aceitei. — Pergunta ao João e ao Gonçalo, mas acredito que queiram ir.
— Melhor, tu é que vais perguntar à tua paixoneta. - piscou-me o olho.
— Ele não é a minha paixoneta. - riu-se no gozo. — É um amigo, Margarida!
— As pessoas de hoje em dia beijam os amigos e eu não sabia - disse irónica.
— Não entendes...
— Entendo que, pessoas que se andam a beijar não são simplesmente amigas.
— Anda tudo numa confusão enorme. - desanimei-me. — Cansada de estudar, e de não conseguir perceber o que se passa comigo e o Neves. - desabafei.
— O que se passa é um sentimento muito claro e óbvio, só que não o consegues aceitar. - explicou. — Tenho a certeza que é por motivos passados.
— Sei lá. - fomos para os provadores. — Só queria entender-me a mim mesma.
— Com tempo, vais o conseguir. - respondeu confiante. — Estás cheia de pessoas incríveis, eu, o João, o Ramos, a Marta, todos queremos o teu bem.