Capítulo 36

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          Depois do encontro indesejado com o grupo do Rafael, ninguém se quer falou uma palavra, eu era o último da fila para garantir a segurança de todos e ficar de olho caso alguém seguisse a gente.

          Com os braços cruzados e todos os sentidos atentos eu não parava de pensar no que eu poderia fazer agora, qualquer decisão errada poderia acabar com a morte de todos nós, sem falar que ainda falta a escola, é o último ano da gente e todos temos que garantir um bom resultado até o terceiro bimestre. No meu caso já não é possível já que fui muito mal no primeiro bimestre e tenho que correr atrás do prejuízo.

          Fiquei tão concentrando pensando no que fazer que nem percebi que já aviamos chegado, acho que todos sabiam que eu estava pensativo e não quiseram me incomodar. Entramos em casa ainda sem dizer uma única palavra sequer, todos vão para a sala e eu vou direto para o meu quarto. Eu entro e fecho a porta logo em seguida, vou direto para minha mesa de estudo e sento um pouco para poder pensar mais.

          Minha cabeça não parava de doer, muita coisa estava acontecendo ao mesmo tempo e eu não estava conseguindo controlar toda essa situação, quanto mais eu pensava em alguma forma de acabar com tudo isso, mais meu corpo tremia de medo e meus olhos ardiam cada vez mais, foi quando percebi que estava chorando de desespero. Comecei a respirar bem fundo e calmamente para poder me controlar, até que estava funcionando bem e no mesmo momento a Isa entra no meu quarto e me vê nesse estado.

Isa – Pedro, e-eu... eu posso falar com você?

Eu – Pode – Digo enquanto limpava meu rosto e caminhava em direção a sacada do meu quarto.

Isa – Eu nem sei por onde começar, todos nós estamos preocupados com você, tentar resolver tudo sozinho não vai adiantar em nada. – Ela diz enquanto se aproximava de mim e fica ao meu lado.

Eu – Isa, tá tudo bem, eu estou bem e eu não tô fazendo tudo sozinho, eu só... estive bem pensativo no caminho para cá – Digo tentando mudar meu humor para não preocupa-la

Isa – Não é verdade, você está fazendo tudo sozinho de novo! – Ela diz alterando a voz

Eu – De novo?

Isa – SIM, seja como um lobo ou como um humano, você tem tomado todas as ações sozinhos, na luta contra o grupo do Rafael, e agora se isolando da gente sem sequer nos explicar o que vamos fazer agora. Somos uma equipe, uma família, juntos formamos nossa alcatéia e você é o nosso líder e precisamos de você junto com a gente e não num quarto trancado sozinho e chorando.

          Eu não digo nada, mais sinto um alivio nas costas pois todo esse peso que acabei carregando sozinho, agora não é mais um problema já que minha alcatéia sempre vai me ajudar com isso, e eu farei de tudo para ajudar eles.

          Eu apenas dou um abraço na Isa para retribuir e vamos para a sala logo em seguida.

Eu – Eu não estava chorando ok – Digo enquanto a gente caminhava para a sala

Isa – vou fingir que acredito, alfa.

          Assim que chegamos na sala, o Samuel estava na sentado e não parava de mexer as pernas, completamente inquieto. O Tiago estava na janela caso alguém aparecesse de surpresa.

Eu – Então gente, eu sei que no caminho para cá eu estive completamente isolado nos meus pensamentos, e peço desculpas por isso, sempre achei que poderia resolver tudo sozinho mais esse não é o caso. Precisamos de algum plano para poder contra-atacar o grupo LV e não podemos perde o foco nos estudos, ninguém pode saber que somos lobisomens.

Tiago – Quero nem imaginar a cara dos professores se descobrirem tudo.

Eu – Se alguém descobri, todos estamos ferrados, inclusive a minha família, mais agora é hora de pensar em um bom plano.

          Ninguém consegue pensar em nenhuma ideia, então eu sento no sofá e cruzo os braços novamente para poder pensar melhor, isso acaba me ajudando a pensar com mais calma e detalhadamente. Passaram se alguns minutos e nada de alguma ideia que nos ajudasse nos nossos problemas.

Tiago – Olha não faz sentido ficar aqui sentados pensando em alguma coisa que vá funcionar, já fizemos isso antes com o nosso antigo alfa e essa história não vai mudar.

          Nesse exato momento, uma ideia veio na minha cabeça

Eu – Pera, você falou história? – Digo me levantando rapidamente.

Tiago – Hãm, falei, por que?

Eu – É isso, Tiago você é um gênio – Digo enquanto pulava de alegria.

Isa – Eu não tô entendendo, onde você quer chegar Pedro?

Eu – Essa é a resposta dos nossos problemas, pelo menos uma parte, nós precisamos saber da história, de como tudo isso começou, das tribos de lobos, dos vampiros, das guerras, tudinho e claro, da história por traz do grupo LV e seus reais planos.

Samuel – Tá e como a gente vai fazer para reunir isso tudo de informações?

Eu – Simples, você vai criar um malware e vai roubar as informações do governo da cidade sobre lobos e vampiros.

Samuel – O QUE???? VOCÊ PIROU DE VEZ???? – Ele diz bastante nervoso e alterado.

Eu – Relaxa, já estamos a alguns meses tendo aulas intensivas de software, hardware, essas coisas sabe, então deve ser molezinha para você criar um malware. – Digo enquanto dava uns tapinhas nas costas dele.

Samuel – Essa não é a questão, você quer ROUBAR DADOS DO GOVERNO, A GENTE PODE ACABAR PRESO SE DESCOBRIREM.

Eu – Eu sei, mas o grupo LV também usa a tecnologia ao seu favor, aquelas roupas de antes são pura tecnologia, roupas essas que nem mesmo o governo tem ainda, e não precisa se preocupar sobre caso descubram a gente, quero apenas informações básicas como rituais, laboratórios, mitos, contos das pessoas essas coisas, nada de muito sigiloso.

Samuel – Aiai, tá bom, mas e vocês três vão fazer o que?

Eu – Nós três vamos para as bibliotecas da cidade procurar mais informações, eu sei que poderíamos usar os celulares e vamos fazer isso é claro, mas tenho certeza que em algum lugar da cidade deve estar a resposta para os nossos problemas. Vamos acabar com isso pessoal, vamos acabar com eles – Todos nós gritamos como um grito de guerra e vamos dar início ao plano amanhã de manhã.

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