Capítulo 45

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          Acho que eu nem fiquei meia hora com o Tiago, a Isa e o Samuel lá em casa. Eu peguei um uber e vim visitar meus antigos amigos, faz tempo que não vejo eles e com o meu mundo tá virando de cabeça para baixo eu pensei que rever eles pudesse me ajudar a relaxar um pouco.

          A gente se marcou de se encontrar numa praça próximo à casa da minha mãe, esse é o lugar que a gente sempre se encontrava quase todos os dias. Assim que o uber chega eu o pago e desço do carro procurando por eles, parecia que eu era o primeiro a ter chegado então eu me sento em um banco para refletir um pouco.

          Geralmente eu fico refletindo sobre a vida e sobre o que fazer a partir de agora, gosto de fazer isso porque me sinto em paz comigo mesmo e a maioria dos problemas me dão um pouco de sossego em poucos minutos.

Bruna – Você não mudou nada né? – Ela dizia se aproximando e sentando ao meu lado, eu apenas ria do seu comentário. – Quando você fica assim é porque alguma coisa séria aconteceu.

Eu – É, você realmente acertou, mas não é nada que você precise se preocupar, são apenas minhas notas que estão baixas demais.

Bruna – Eu posso te ajudar se quiser, eu sei que o Luiz seria melhor mais eu tô aqui se precisar.

Eu – Obrigado, enfim, aconteceu alguma novidade com o pessoal?

Bruna – Eu diria algumas – Ela diz rindo um pouco – A Sara tá cursando música, eu tô trabalhando de jovem aprendiz como designer gráfico e o Fernando tá namorando, acho que eu não esqueci de nada.

Eu – Espera, o Fernando tá namorando?? – Pergunto com um pouco de espanto

Bruna – Sim

Eu – O Fernando? Aquele Fernando lá? A gente tá falando do mesmo Fernando né? – Ela dá um leve soco no meu ombro achando graça

Bruna – Claro que é o mesmo Fernando, a gente falou disso no grupo mais parece que alguém não lê as mensagens.

Eu – Em minha defesa, quando eu pego meu celular vocês mandam mais de 500 mensagens, e você acha que eu vou ler tudo na calma? Eu só leio as mensagens finais mesmo, eu fico com muita preguiça de ler tudo aquilo.

Bruna – Mais enfim, me diz como vai a sua nova vida agora?

Eu – Muito cansativa sabe eu fiz alguns amigos novos, mas descobri bastante coisa também que tem me deixado louco.

Bruna – Eu imagino, só de ver você assim dá pra ver o quão tenso você tá. Me diz, você voltou a namorar?

Eu – Não, prefiro ficar longe disso por um bom tempo.

Bruna – Já que você não tá mais com a Amanda, a gente podia... dar uma chance um para o outro, você sabe que sempre tive uma queda por você. – Eu fico em silencio pensando por um momento.

Eu – Eu sei, eu também, mais não me sinto seguro e tem bastante coisa acontecendo ainda, não quero apressar com nada.

Bruna – Eu não tô falando pra você apressar nada, você pode levar o tempo que quiser para pensar, até porque desde aquele dia na floresta eu não consigo esquecer do nosso beijo. – Ela diz se aproximando mais de mim e segurando a minha mão. – Pensa com carinho ok? – Eu apenas aceno para ela olhando seu sorriso doce que por incrível que pareça me acalmava.

          Alguns minutos se passaram e finalmente a Sara e o Fernando haviam chegado, ficamos andando pelo parque todo e paramos em uma sorveteria ali perto logo depois, eu tava percebendo que o Fernando e a Sara tavam de um jeito estranho e meu instinto de cupido não parava de notar isso.

Eu – O Fernando, quero te fazer uma pergunta séria ok? – Digo terminando de tomar o meu sorvete

Fernando – Claro amigo, pode falar.

Eu – A sua namorada é a Sara? – Depois dos dois me olharem com cara de confuso eles começam a rir de mim. – Qual é a graça?

Fernando – Cara, eu não tenho namorada.

Eu – M-mais a Bruna falou que...

Sara – Ela fala isso para todo mundo, é só mais uma das brincadeiras sem graça dela. – Eu olho para a Bruna que se segurava para não dar uma grande risada.

Eu – Mais eu vi vocês de mãos dadas, juntinhos um do outro, eu vi ele com o braço no seu ombro.

Fernando – Pedro, a Sara é uma grande amiga minha, não é porque eu faço isso quer dizer que a gente é automaticamente namorados, é apenas uma amizade entre um homem e uma mulher.

Eu – Desculpa gente, eu só... quer saber esquece. – Digo meio para baixo enquanto eles riam um pouco.

          Enquanto a gente ria descontraído e eu esquecia dos meus problemas por pelo menos um dia, uma pessoa, um ser infeliz, um ser que eu odeio do fundo da minha alma apareceu para me infernizar e me lembrar de que eu nunca vou conseguir ter paz.

Rafael – Parece que a conversa aqui tá boa em, como você tá Pedro? Faz tempo que a gente não se vê. – Ele diz se aproximando da mesa com sua equipe.

          Eu fiquei em choque sem saber o que falar, mas eu não podia demonstrar raiva ou qualquer outra coisa perto dos meus amigos.

Sara – E então Pedro, não vai nos apresentar eles?

Eu – C-claro... eles são os...

Rafael – Estudamos na mesma escola que ele, meu nome é Rafael e esses são meus amigos Allan e Victor, e essa é a minha querida irmã Marcela.

Bruna – É um prazer conhecer vocês.

Rafael – Puxa, não sabia que o Pedro tinha uma beldade dessas. – Ele diz pegando em sua mão e a beijando, deixando ela um pouco nervosa e tímida com sua atitude.

Eu – Foi bom rever vocês (corrigindo: nunca mais quero ver vocês), mas temos que ir agora. – Digo me levantando da mesa.

Rafael – Mais acabamos de chegar, vamos conversa um pouco vai. – Ele diz colocando sua mão ao meu ombro.

Sara – Senta aí Pedro, ainda é cedo. – Logo eu sento na cadeira novamente possesso de raiva por dentro.

          Eles ficaram ali conversando por quase uma hora, rindo e se divertindo, eu mal conseguia expressar um sorriso mesmo que fosse o mais falso possível, eu não me sentia nada bem.

Marcela – Rafael, dá pra deixar a moça em paz? Tá me irritando já.

Rafael – Foi mal minha querida irmã, eu não resisto a beleza encantadora da Bruna. – Eu olhava para eles com muita raiva e com um pouco de ciúmes.

Eu – Olha a hora, acho melhor a gente ir.

Rafael – Porque? Quer se livrar da gente? Isso me deixa tão triste sabia. – Ele diz fingindo estar triste.

Victor – Olha, não é por nada não, mas eu também quero voltar já.

Marcela – Como é? Por que diabos você quer voltar?

Victor – Eu tô cansado, quero apenas minha cama. – Dava pra ver nos olhos da Marcela que ela estava com muita raiva como sempre.

Allan – Se fosse eu, você já estaria batendo na minha cabeça, porque não bate nele então. – No mesmo momento, ela bate na cabeça do Allan e por incrível que pareça, ver essa cena me fez dar um único sorriso sincero.

Rafael – Enfim, me perdoe por eles, melhor a gente ir então. – Ele diz se levantando.

Marcela – Mais Rafael, você disse que...

Rafael – Sinto muito Marcela, mas vamos embora, antes que você se declare para o Pedro igual fez no seu sonho. – Ele diz rindo enquanto se levantava e saia junto do seu grupo. A Marcela ficou batendo nele até eles saírem da sorveteria e dava pra ver sua cara bem vermelha.

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