Mas se Recusa

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"... aonde eu estou?"

"Eu morri?"

"Essa é a sensação do fim?... é tão vazia e fria."

–Pessoal...– Essas memórias... por que estão surgindo agora? –Precisamos mesmo sair do subsolo?– Havia uma gritaria na sala do trono, se não me engano isso aconteceu depois que o Rei matou aquelas seis crianças humanas. –Todos já estão estabelecidos, temos uma fonte de energia e comida, não seria melhor focar em melhorar isso?

–Que ideia estúpida, Napstablock!– Todos foram contra mim naquela sala. –Aceitar viver preso é uma atitude vergonhosa; mesmo sendo preguiçoso, não posso aceitar que meu povo viva em cativeiro.

–Sim, o Sans está certo, desta vez. Temos que sair do subsolo, mas de uma forma que não seja tão genocida!

–Ugh! Já falei que tudo aquilo foi um mal-entendido, elas iam tentar nos matar, Papyrus!

–E você não conseguiria impedi-las!? Você é o rei dos monstros! Conseguiu matá-las num instante!

–Você não entende. Às vezes, sua inteligência é bloqueada pelo mau humor.

–Ao menos eu tenho inteligência!– E lá foram eles discutir novamente.

–Pessoal, acalmem-se, nem tudo está perdido. Lembrem-se: ainda temos as almas delas. Mesmo sabendo o quão desagradável foi essa situação... não podemos negar que... foram só seis crianças. Ao menos, pensem em quantos monstros os humanos mataram sem sentir remorso. Claro, temos que nos responsabilizar, mas também devemos lembrar que não há vilão nessa guerra.– E, como sempre, Flowey tentava acalmá-los.

Naquele dia, ele conseguiu; ninguém saiu satisfeito, mas também não saíram declarando morte a todo humano que aparecesse, o que foi um alívio.

–Então...– Após aquela reunião, Sans, Papyrus e Flowey saíram da sala do trono, cada um indo fazer suas tarefas, e sobramos apenas eu... e meu primo. –Você expôs o que pensava; se sente melhor agora?

–Óbvio que não, Hapstablock. No fim, não deu em nada.

–Exatamente, porque sua visão sobre o futuro é muito depreciativa.

–Estou sendo realista; se sairmos do subsolo, há mais chance de os humanos tentarem nos matar sem deixar ninguém para contar a história do que tentarem um acordo de paz.

–Não exatamente.

–Como assim?

–Bom... quando eles virem meu glamour e minha voz angelical~♪ talvez deixem você e eu vivos, hehe.– Ele deu uma empurradinha no meu ombro. Bom, tecnicamente eu não tinha ombro, era mais na região, mas acho que deu para entender.

–Você é bem idiota.

–Para de estragar o clima, cara.– Mesmo assim, ele continuou sorrindo. Não sei por que eu agia daquela forma, sempre para baixo. Talvez eu só quisesse deitar a cabeça no chão e não pensar em nada. Nos momentos de estresse, eu sempre pensava que "uma torrada deve ter uma vida boa", pois agia do jeito que eu queria: ficava quentinha, deitada no prato, e sumia daquele mundo sem deixar vestígios, uma vida bem gostosinha... mas esses pensamentos desapareciam quando Hapstablock vinha me consolar. Eu lançava toda minha frustração nele, e ele rebatia com um sorriso e uma piada sem graça. Claro, ele também não estava satisfeito com a vida, mas um de nós tinha que ser mais positivo.

...

–Ow, Asgore.– Houve outro dia também em que Hapstablock e eu fomos mandados até o laboratório de Flowey para falar com o maldito cientista-flor. –Onde está teu chefe?– Asgore era o assistente de Flowey naquela época, posto que adquiriu por ser marido da Líder da Guarda Real, quase um filhinho de papai... embora toda a família dele recebesse benefícios dos reis, visto suas utilidades, e eu não posso dizer muito, pois era praticamente o mesmo para mim.

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