Capitulo 3: Problema Familiar

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Clara seguiu seu pai, o coração pesado e a mente confusa. A alegria que sentira momentos antes foi rapidamente ofuscada pela tensão crescente entre ela e João. Ao entrar em casa, Clara se sentou à mesa da cozinha, tentando organizar seus pensamentos.

- Você está bem? - Ana perguntou, olhando para a filha com preocupação.

- Estou sim, mãe. Só cansada, acho - Clara respondeu, evitando o olhar de seu pai.

João se encostou na pia, braços cruzados, claramente ainda chateado.

- Não quero que você se envolva com esses meninos, Clara. Você é nova demais para se preocupar com isso.

- Eu só estava com Lucas, pai. Ele é meu amigo! - Clara protestou, a frustração começando a tomar conta dela.

- Amigo? Esse "amigo" estava esperando você na esquina? Isso não é normal! - João rebateu, a voz subindo de tom.

Ana interveio, tentando manter a calma.

- João, deixa a Clara falar. É normal ter amigos e se socializar.

Clara respirou fundo, tentando manter a compostura.

- Eu só fui ao mercado. E Lucas é uma boa pessoa. Ele me faz sentir bem - ela disse, suas palavras saindo mais firmes do que esperava.

João hesitou, mas a expressão em seu rosto mostrava que ele ainda estava desconfortável.

- Eu só quero proteger você, Clara. Eu não quero que você faça nada que possa se arrepender mais tarde.

Clara sentiu uma mistura de raiva e tristeza. Ela queria ser compreendida, não tratada como uma criança.

- Eu entendo que você se preocupa, pai. Mas eu não sou uma criança. Eu sou capaz de fazer minhas próprias escolhas - Clara respondeu, a voz um pouco mais baixa.

- E se você não fizer as escolhas certas? - João questionou, suavizando um pouco o tom, mas ainda preocupado.

- Eu prometo que vou ter cuidado. Não estou fazendo nada de errado - Clara insistiu, a sinceridade transparecendo em seu olhar.

Um silêncio pesado tomou conta da sala. Ana olhou para João, e ele, finalmente, pareceu relaxar um pouco.

- Está bem. Mas eu quero que você me avise onde está e com quem está. Isso é tudo o que peço - disse João, finalmente cedendo um pouco.

Clara assentiu, aliviada por ele estar disposto a ouvir.

- Eu vou avisar, pai. Obrigada.

Assim que a conversa terminou, Clara se sentiu exausta. Ela precisava de um tempo sozinha para pensar. Subiu para seu quarto, pegando o celular e, ao desbloquear a tela, viu uma mensagem de Lucas.

Lucas: "Oi! Espero que você esteja bem. Seus amigos chegaram de repente e não consegui falar com você. Queria saber como você está."

Clara sorriu ao ler a mensagem, sentindo uma onda de conforto.

Clara: "Oi! Estou um pouco estressada, mas tudo bem. Meu pai ficou preocupado porque estava com você. Mas estou em casa agora."

Lucas: "Ah, entendo. Sinto muito! Ele é muito protetor, né? Você quer falar sobre isso?"

Clara hesitou. Ela queria compartilhar, mas não queria preocupá-lo.

Clara: "É... Ele só não entende. Mas vou ficar bem. O chocolate que você trouxe me fez feliz!"

Lucas: "Fico feliz que você tenha gostado! Quero que você saiba que estou aqui se precisar de algo. E a gente precisa fazer aquele jantar acontecer! Estou com saudades."

Quando o Amor É um CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora