Clara seguiu seu pai, o coração pesado e a mente confusa. A alegria que sentira momentos antes foi rapidamente ofuscada pela tensão crescente entre ela e João. Ao entrar em casa, Clara se sentou à mesa da cozinha, tentando organizar seus pensamentos.
- Você está bem? - Ana perguntou, olhando para a filha com preocupação.
- Estou sim, mãe. Só cansada, acho - Clara respondeu, evitando o olhar de seu pai.
João se encostou na pia, braços cruzados, claramente ainda chateado.
- Não quero que você se envolva com esses meninos, Clara. Você é nova demais para se preocupar com isso.
- Eu só estava com Lucas, pai. Ele é meu amigo! - Clara protestou, a frustração começando a tomar conta dela.
- Amigo? Esse "amigo" estava esperando você na esquina? Isso não é normal! - João rebateu, a voz subindo de tom.
Ana interveio, tentando manter a calma.
- João, deixa a Clara falar. É normal ter amigos e se socializar.
Clara respirou fundo, tentando manter a compostura.
- Eu só fui ao mercado. E Lucas é uma boa pessoa. Ele me faz sentir bem - ela disse, suas palavras saindo mais firmes do que esperava.
João hesitou, mas a expressão em seu rosto mostrava que ele ainda estava desconfortável.
- Eu só quero proteger você, Clara. Eu não quero que você faça nada que possa se arrepender mais tarde.
Clara sentiu uma mistura de raiva e tristeza. Ela queria ser compreendida, não tratada como uma criança.
- Eu entendo que você se preocupa, pai. Mas eu não sou uma criança. Eu sou capaz de fazer minhas próprias escolhas - Clara respondeu, a voz um pouco mais baixa.
- E se você não fizer as escolhas certas? - João questionou, suavizando um pouco o tom, mas ainda preocupado.
- Eu prometo que vou ter cuidado. Não estou fazendo nada de errado - Clara insistiu, a sinceridade transparecendo em seu olhar.
Um silêncio pesado tomou conta da sala. Ana olhou para João, e ele, finalmente, pareceu relaxar um pouco.
- Está bem. Mas eu quero que você me avise onde está e com quem está. Isso é tudo o que peço - disse João, finalmente cedendo um pouco.
Clara assentiu, aliviada por ele estar disposto a ouvir.
- Eu vou avisar, pai. Obrigada.
Assim que a conversa terminou, Clara se sentiu exausta. Ela precisava de um tempo sozinha para pensar. Subiu para seu quarto, pegando o celular e, ao desbloquear a tela, viu uma mensagem de Lucas.
Lucas: "Oi! Espero que você esteja bem. Seus amigos chegaram de repente e não consegui falar com você. Queria saber como você está."
Clara sorriu ao ler a mensagem, sentindo uma onda de conforto.
Clara: "Oi! Estou um pouco estressada, mas tudo bem. Meu pai ficou preocupado porque estava com você. Mas estou em casa agora."
Lucas: "Ah, entendo. Sinto muito! Ele é muito protetor, né? Você quer falar sobre isso?"
Clara hesitou. Ela queria compartilhar, mas não queria preocupá-lo.
Clara: "É... Ele só não entende. Mas vou ficar bem. O chocolate que você trouxe me fez feliz!"
Lucas: "Fico feliz que você tenha gostado! Quero que você saiba que estou aqui se precisar de algo. E a gente precisa fazer aquele jantar acontecer! Estou com saudades."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando o Amor É um Crime
أدب المراهقين*OBRA REGISTRADA* Plágio é Crime Sinopse: Em uma cidade onde as tradições pesam como âncoras, Clara e Lucas se conhecem em um momento inesperado durante uma festa de primavera. Ambos são jovens sonhadores, com desejos de liberdade e amor, mas os pai...