1. 𝘗𝘪𝘭𝘰𝘵𝘰

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As luzes coloridas do outro lado da rua cintilam, refletindo nas garrafas de Coca-Cola que balançam suavemente no terraço. Eu seguro, tomando um gole enquanto tento relaxar.

— É uma vista bonita, não é? — uma voz rouca surge atrás de mim.

— É, muito bonita — concordo, sem me virar de imediato. A curiosidade me vence, e lanço um olhar por cima do ombro, mas rapidamente volto a atenção para a frente.

— O que você está fazendo aqui a essa hora? — ele pergunta, e posso sentir seus olhos me estudando. Resisto à tentação de retribuir o olhar.

— Não sou muito fã de ficar presa a noite toda numa balada cheia de gente bêbada — dou outro gole na garrafa, o líquido frio escorrendo pela garganta.

— Mas essa é uma balada privada, não é? — ele insiste, como se estivesse tentando desvendar algo.

— Sim, mas tenho passe livre para entrar e sair quando quiser. Minha amiga trabalha lá, então conseguiu isso para mim. Assim posso fazer companhia para ela nos fins de semana — faço uma pausa, percebendo como minhas palavras soam estranhamente vulneráveis. — E eu não sei por que estou te contando isso. Nem te conheço.

— Claro que me conhece. — Finalmente me viro, e a visão me pega de surpresa. Ele é alto, e muito bonito.

— Não, não conheço — murmuro, tomando outro gole de Coca.

— Meu nome é Joseph — ele diz, estendendo a mão com um sorriso que poderia desarmar qualquer um. Eu a aperto, tentando não parecer tão afetada quanto me sinto.

— É um nome bonito — comento, mais para preencher o silêncio do que por qualquer outra coisa.

— Eu sei, mas e o seu? — Ele brinca, os olhos brilhando com uma leve provocação.

— Lindsay. — Respondo, deixando escapar um sorriso involuntário.

— Um nome lindo, combina com você — ele diz, me encarando como se estivesse tentando desvendar algo a mais.

Eu me viro de volta para a vista, a familiaridade do cenário me oferecendo um alívio inesperado.

— Você tipo... invadiu o prédio ou algo assim? — ele pergunta após um momento de silêncio.

— Eu moro aqui — digo, lançando-lhe um olhar rápido — E você? Nunca te vi por aqui, então, se não mora, acho que devo começar a me preocupar.

— Eu realmente não moro aqui — ele admite, recuando um pouco, como se tentasse aliviar qualquer tensão que pudesse ter surgido. — Mas minha amiga tem um apartamento. Ela só veio pegar algumas coisas, e estou esperando por ela.

— Ah, então tudo bem. — Assim que digo isso, uma mulher com um corte de cabelo ondulado e diferente aparece. Joseph coloca o braço ao redor do pescoço dela.

— Acho que peguei tudo, podemos ir — diz a mulher, sorrindo para ele.

— Claro. Lindsay, essa é Odessa. Odessa, Lindsay. — Joseph faz as apresentações, e nós apertamos as mãos em um silêncio educado.

— Vamos? — Odessa pergunta, lançando um olhar para Joseph.

— Vai na frente, eu já vou. — Ele tira o braço de Odessa, e ela se despede com um sorriso antes de sair.

— Bom... Você costuma ir a essa balada todo fim de semana? — Ele parece hesitante, como se tivesse perdido o jeito com as palavras.

— Sempre, sem exceções — respondo, tentando aliviar a tensão com um sorriso.

— Acho que já vou indo então. — Ele começa a se afastar, mas hesita. — Tchau, Lindsay.

— Espera! — chamo, e ele se vira. — Só não se esqueça que este é o meu horário de descanso.

Ele sorri, um sorriso que é difícil de ignorar, e se afasta.

— Você ficou lá fora por mais de dez minutos hoje — comenta Kelsea quando me sento na banqueta ao lado do bar.

— Estava conversando com alguém — digo, já esperando a enxurrada de perguntas que está por vir.

— Alguém? Quem? Um homem? Uma mulher? — ela pergunta, enquanto prepara um drink.

— Um homem. Ele apareceu no terraço — dou a volta no balcão, me posicionando ao lado dela.

— E qual é o nome dele? Vocês se beijaram? É por isso que demorou? — Ela me lança um olhar cheio de expectativa.

— O nome dele é Joseph, e não, Kelsea, a gente não se beijou — respondo, pegando um morango da bandeja de enfeites.

— Joseph, nome de gente rica — ela comenta, saindo para entregar o drink. — Mas o que ele estava fazendo no prédio?

Conto a ela um pouco mais sobre Joseph, e Kelsea fica toda empolgada com a ideia de que talvez eu tenha encontrado alguém especial. Ela está convencida de que ele voltará só para me ver.

Quando finalmente fechamos o bar, atravessamos a rua e entramos no prédio. Sinto que Kelsea está ansiosa para falar mais sobre Joseph, mas ela se mantém em silêncio até chegarmos ao apartamento.

— E aí, acha que vai vê-lo de novo? — ela pergunta assim que fechamos a porta.

— Quem sabe? — dou de ombros. — Se ele vier, ótimo. Se não, tudo bem também.

— Você é sempre tão tranquila com essas coisas. Se fosse eu, já estaria planejando o próximo encontro! — Kelsea ri, jogando as chaves na mesa.

— Não adianta planejar, Kelsea. As coisas acontecem quando tem que acontecer — digo, sorrindo.

Ela me encara por um momento, depois balança a cabeça, ainda sorrindo.

— Talvez seja por isso que as coisas acontecem para você — ela diz, indo em direção ao quarto. — Mas se ele aparecer de novo, eu quero todos os detalhes, entendeu?

— Pode deixar — respondo, rindo.

Ela me dá um aceno antes de desaparecer no quarto, e eu me jogo no sofá, fechando os olhos enquanto o cansaço do dia finalmente me consome.

𝙱𝚎𝚑𝚒𝚗𝚍 𝚃𝚑𝚎 𝚂𝚙𝚘𝚝𝚕𝚒𝚐𝚑𝚝 - 𝙳𝚛𝚎𝚠 𝚂𝚝𝚊𝚛𝚔𝚎𝚢Onde histórias criam vida. Descubra agora