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O clima estava perfeito na casa da família de Drew, com as luzes cintilando e o cheiro de biscoitos de Natal no ar. As risadas e conversas preenchiam o ambiente enquanto eu tentava me sentir à vontade, cercada por sua família calorosa e acolhedora. Porém, algo dentro de mim estava agitado, um turbilhão de emoções que eu não conseguia nomear.
Sentei-me em uma das poltronas perto da lareira, observando Drew interagir com seus irmãos e sua mãe, e uma onda de ansiedade me envolveu. Olhando para ele, era como se eu estivesse dividida entre dois mundos: um onde éramos apenas amigos e outro onde eu desejava que a amizade se transformasse em algo mais profundo.
Então, as palavras de Brooke ecoaram em minha mente: “Ele gosta de você... ele nunca traria alguém que conheceu há alguns meses para conhecer a família.” E logo em seguida as de Drew vieram à mente: "O que realmente importa está aqui." Aquela frase me seguiu como uma sombra, intensificando cada olhar que Drew lançava em minha direção, cada risada que compartilhávamos. Ele me parecia tão próximo, e ao mesmo tempo tão distante.
A música suave de Natal tocava ao fundo, mas meus pensamentos estavam longe, viajando por um labirinto de incertezas. Lembrei-me das vezes em que nos olhamos, a conexão que sempre parecia estar lá, mas que nunca tínhamos nomeado.
Dizemos que somos amigos, mas estou te olhando do outro lado da sala, meu coração disparando com cada sorriso dele, mas a linha que traçávamos entre nós de ir com calma parecia mais frágil a cada instante. E o que eu realmente queria?
Enquanto a noite avançava, percebi que todos haviam se retirado para seus quartos, deixando apenas nós dois na sala iluminada pela luz suave da lareira. O calor emanava, e o crepitar das chamas criava um ambiente intimista que parecia se ajustar perfeitamente ao que eu sentia.
A lareira crepitava ao meu lado, lançando sombras suaves pelas paredes da sala. O calor dela aquecia a pele do meu rosto, mas havia outra coisa que me fazia sentir como se o ar estivesse pegando fogo. Drew estava ali, tão próximo que eu podia sentir seu cheiro, a mistura suave de colônia e algo que era só dele.
Ele olhou para mim, seus olhos fixos nos meus, sérios e gentis ao mesmo tempo. Pude perceber que havia algo em seu olhar, algo profundo e contido que parecia querer vir à tona.
— Lindsay, podemos conversar? — ele perguntou, a voz baixa, tão próxima que senti um arrepio. Eu assenti, tentando ignorar o nó que começava a se formar no meu peito. Meu coração parecia querer saltar, ansiosa pelo que estava por vir.
— Sobre nós… — Drew começou, e cada palavra parecia sair com cuidado, como se ele estivesse escolhendo exatamente o que dizer. — Eu sei que estamos indo devagar, e eu gosto disso. Gosto de ter tempo para conhecer você, para viver isso de um jeito que eu não vivi antes.
Ele desviou o olhar por um instante, talvez envergonhado, antes de voltar a me encarar. Havia uma mistura de vulnerabilidade e coragem ali, e isso me fez sentir ainda mais conectada a ele.
Engoli em seco, sentindo meu rosto esquentar, mas tentei sorrir, sem deixar transparecer o quanto aquelas palavras mexiam comigo.
— Eu também gosto disso, Drew — respondi, e minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, quase um sussurro. — Não há pressa…
Ele apertou levemente minha mão, e eu senti como se o toque dele acendesse algo dentro de mim. As palavras dele tinham sido gentis, mas havia uma intensidade ali, uma urgência que ele parecia tentar esconder, como se o autocontrole dele fosse uma barreira tênue prestes a ceder.
— Eu só... não quero arruinar nada, sabe? — continuou ele, seus olhos nos meus. — Quero que tudo seja perfeito.
Meu coração deu um salto, e eu apertei a mão dele de volta, tentando dizer, sem palavras, que ele já estava sendo perfeito. Ele estava sendo mais do que isso.
— Drew, você não precisa se preocupar tanto — sussurrei, deixando meu polegar deslizar sobre os dedos dele, enquanto olhava para ele. Senti seu corpo relaxar ligeiramente ao toque, mas ainda havia algo de hesitante em sua expressão.
Ele ficou em silêncio por um momento, e a intensidade do olhar dele era quase palpável, me fazendo esquecer de onde estávamos, de qualquer coisa além daquele momento. Seus olhos estavam cheios de emoção, e, sem pensar, me vi inclinando para ele.
Aproximei meus lábios dos dele, devagar, como se ele fosse desaparecer. Eu o beijei, um toque suave, tímido, mas cheio de tudo o que eu vinha segurando até então. Aquele instante parecia eterno, e eu senti o calor dele se intensificar, o beijo se transformando em algo mais profundo.
Drew recuou por um segundo, como se estivesse surpreso, mas vi o sorriso surgir em seu rosto, aquele sorriso que sempre conseguia me desconcertar. Ele me puxou para mais perto, e, dessa vez, o beijo veio mais forte, com uma paixão que quase me tirou o fôlego. Sua respiração era irregular, como se ele estivesse tão afetado quanto eu.
Minhas mãos foram parar em seus ombros, sentindo a firmeza de seus músculos, enquanto seus braços me cercavam, me puxando para ele, como se ele estivesse segurando algo que não queria deixar escapar. Cada toque parecia me levar mais fundo em algo que eu ainda estava tentando entender, mas, naquele momento, eu não queria mais pensar.
A sala, a lareira, tudo ao redor desapareceu, e eu me vi completamente perdida nele, no calor dos braços de Drew, no gosto e no toque dele. Eu nunca me senti tão vulnerável, tão inteira ao mesmo tempo. Quando ele finalmente se afastou, eu estava com os olhos fechados, ofegante, tentando lembrar como se respirava.
Drew encostou a testa na minha, e eu senti sua respiração calma, como se ele estivesse tão perdido quanto eu. Ele ainda segurava minha mão com firmeza, e sua expressão estava carregada de um sentimento que eu sabia ser mais do que ele deixava transparecer.
— Vamos continuar com calma… — ele sussurrou, e eu abri os olhos, encontrando os dele bem perto. Eu apenas sorri, concordando em silêncio, sabendo que, mesmo que tentássemos ir devagar, tudo já estava diferente.
