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Quando acordo, estou deitada no sofá, com uma manta cobrindo meu corpo. Pisquei algumas vezes, tentando entender onde estou, antes de perceber que Joe já não está mais aqui. Sento-me devagar, sentindo uma leve dor no pescoço pelo jeito torto como adormeci.
É então que noto um pequeno pedaço de papel dobrado em cima da mesa de centro.
Lindsay, Você estava tão linda dormindo que não tive coragem de te acordar. Precisava ir, mas vou me lembrar dessa noite. Prometo que voltarei logo. Durma bem. Joe.
Um sorriso involuntário surge nos meus lábios. Ele se foi, mas deixou uma parte dele para trás. Guardo o bilhete com cuidado, sabendo que esse gesto simples significa muito mais do que qualquer coisa que ele pudesse ter dito.
Me deito novamente no sofá, puxando a manta mais para cima, sentindo o calor dele ainda impregnado no tecido. Fecho os olhos, com o bilhete ainda na mão, e logo me rendo ao sono novamente.
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De repente, estou no quarto. Joe me carrega com firmeza, minhas pernas entrelaçadas ao redor da cintura dele. Ele me deita na cama, os lábios dele deslizando pela minha perna... subindo até o joelho... coxa... e logo pela parte interna da coxa, fazendo meu corpo inteiro arrepiar.
Então, uma voz distante, abafada, quebra o feitiço.
— Lindsay? — A voz de Kelsea surge do nada, e num segundo eu dou um pulo no sofá, só para cair direto no chão. — Eu não sei por que ainda me surpreendo com o seu sono pesado.
— Aí! — levo a mão à cabeça, massageando o local onde bati.
— Levanta daí, menina! — Kelsea responde, já abrindo a caixa de pizza. — Vocês quase não comeram, melhor pra mim. — Ela pega um pedaço e começa a comer.
Eu continuo sentada no chão, tentando processar o que acabou de acontecer. A lembrança do bilhete de Joe, do calor dele ainda na manta... e o sonho — um sonho que, por Deus, foi mais intenso do que eu gostaria de admitir.
— Ai, meu Deus! — Eu me levanto de um pulo, com o coração acelerado. Kelsea se assusta e quase derruba o pedaço de pizza que estava em suas mãos.
— O que aconteceu? — ela pergunta, arqueando uma sobrancelha, enquanto segura a pizza no alto, protegendo-a como se fosse um troféu.
Eu paro, ainda atordoada entre a queda no chão e o sonho vívido. Minhas bochechas começam a esquentar à medida que os detalhes do sonho voltam à tona. Meu Deus, eu estava sonhando com o Joe de um jeito... completamente impróprio. Respiro fundo e finalmente encaro Kelsea.
— Eu... tive um sonho. — admito, a voz quase um sussurro.
Kelsea mastiga lentamente, sem desviar o olhar. Sei que ela não vai me deixar escapar dessa, não enquanto houver o menor sinal de alguma história interessante.
— E foi... bom? — ela pergunta, com a boca cheia e um sorriso malicioso começando a se formar no rosto.
Eu cubro o rosto com as mãos, sentindo o rubor subir ainda mais. Ótimo. Agora ela vai querer todos os detalhes.
— Foi com o Joe, né? — Ela nem precisa de confirmação. Apenas se ajeita no sofá, totalmente interessada, como se estivesse assistindo a uma maratona de séries.
Eu respiro fundo, tentando desviar o olhar.
— Tá, ok, me conta logo. — Kelsea já está praticamente vibrando. — O que ele fez no seu sonho?
Eu olho para ela, tentando encontrar um jeito de me esquivar. Mas Kelsea sempre sabe quando eu estou mentindo, então não adianta. Suspirando, desisto.
— Tá bom... — começo, mordendo o lábio. — No sonho... ele... me carregou até o quarto.
Kelsea solta uma gargalhada, já antevendo o que vem a seguir.
— E então... ele começou a me beijar... nas pernas. — continuo, me encolhendo mais a cada palavra.
— Nas pernas? — ela ri, quase derrubando o pedaço de pizza. — Que eficiência!
Eu reviro os olhos, tentando conter o riso.
— Ele foi subindo... até o joelho... coxa... — faço uma pausa, e Kelsea está quase explodindo de curiosidade.
— E aí? E aí? — ela pergunta, balançando os ombros, completamente imersa na história.
— Aí você apareceu! — eu solto de uma vez, cruzando os braços.
Kelsea joga a cabeça para trás, gargalhando tão alto que poderia acordar o prédio inteiro.
— Ah, eu sou ótima nisso! — ela diz, se abanando com a tampa da caixa de pizza. — Sabotando sonhos eróticos desde sempre!
Eu me afundo ainda mais no sofá, rindo junto.
Ela, então, se acalma e volta a se sentar, cruzando as pernas de maneira inquisitiva.
— Tá, mas espera aí... o que aconteceu com o Joe? — ela pergunta, me lançando um olhar curioso. — Ele foi embora sem nem se despedir?
Eu levanto rapidamente, lembrando do bilhete.
— Na verdade, ele deixou isso. — puxo o bilhete da mesa e entrego a ela.
Kelsea lê em voz alta, com um toque dramático.
— "Lindsay, você estava tão linda dormindo que não tive coragem de te acordar. Precisava ir, mas vou me lembrar dessa noite. Prometo que voltarei logo. Durma bem. Joe." — Ela me encara com um olhar significativo. — Oh, céus, o homem sabe ser romântico!
Eu reviro os olhos, mas o sorriso em meu rosto entrega tudo.
— Talvez... um pouco. — admito.
— Mais do que um pouco! — Kelsea diz, jogando a almofada em mim. — Você já está sonhando com ele desse jeito! Agora só falta... — ela faz uma pausa dramática. — Tornar isso real.
— Kels! — Eu lanço outra almofada nela, rindo, enquanto ela gargalha alto.
— Tudo bem, tudo bem! — ela levanta as mãos em rendição. — Mas você sabe que eu estou certa!
Eu suspiro, olhando para o bilhete de Joe na mesa. Seja lá o que for isso que está acontecendo entre nós... está me afetando de uma maneira que eu não esperava.
