Prólogo

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OI GENTE! Meu nome é Rafaela e essa é a primeira fanfic que estou postando, então por favor, qualquer errinho me avisem! 

BOA LEITURA!

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Perder alguém é como ter um pedaço do mundo arrancado de você. A dor é profunda e muitas vezes indescritível, como se um vazio imenso tivesse se instalado onde antes havia uma presença vital. É um misto de tristeza e confusão, onde as lembranças se tornam tanto um consolo quanto uma tortura. O tempo parece desacelerar, cada momento sem a pessoa se arrasta lentamente.

O dia passa e você só sabe se perguntar "o que vou fazer?" e pensar nas coisas que poderia ter feito, pensar que poderia ter previsto e até se culpar por algumas coisas.

Que a morte vem para todos é óbvio, mas o que não era óbvio é que ela viria em um dia ensolarado às uma hora da tarde de um domingo.

Eu estava voltando sorridente da minha aula de judô em mais um final de semana em que meus pais iriam trabalhar e eu teria uma tarde inteirinha de jogos com meu avô.

Entrei em casa às pressas e encontrei-o em seu lugar de descanso, a rede que ficava pendurada na sala, de frente para a TV, já que vovô não gostava do sofá. Eu corri até ele e praticamente pulei em seus braços, mas ele dormia.

Eu tentei acordá-lo diversas vezes, mas ele nem sequer respirava. Eu não chamei a polícia, bombeiros, ambulância ou liguei para a emergência. Eu só conseguia pensar que duas horas antes ele estava sorrindo e dizendo o quanto ia me massacrar no futebol de botão.

Já era seis horas da tarde quando meus pais chegaram e me encontraram sentado no chão com a cabeça apoiada no colo de meu avô enquanto praticamente me engasgava de tanto chorar e soluçar.

Meu pai pareceu confuso e perguntou o que estava acontecendo, mas minha mãe, assim que colocou os olhos sobre mim, entendeu.

O grito dela de desespero e dor ao ver o pai morto em sua sala foi algo que eu nunca vou esquecer.

O velório foi como todos os outros: choros e abraços de pessoas que eu nem sabia que existiam. "Pobre menino, ele não merecia isso, deve ter sido horrível, ele está traumatizado" eram frases que eu mais escutava por todos os cantos. Eu estava em agonia naquele local. Ver o caixão do meu vô ser posto em um buraco no chão me fez finalmente perceber que eu havia perdido meu herói e minha pessoa favorita no mundo, mas eu não podia chorar mais porque minha mãe precisava tanto do apoio de meu pai quanto o meu.

Quando cheguei em meu quarto e fiquei finalmente sozinho, enfiei meu rosto no travesseiro e encharquei todo o objeto. Naquela noite eu não dormi. Ainda podia escutar a voz áspera dele gritando que eu era um ladrãozinho no baralho ou que eu ainda iria conquistar o mundo. Eu podia escutar seus roncos e suas risadas com um programa qualquer; eu podia escutar o silencio que ali pairava.

Já fazia três meses que eu o havia perdido e tudo ainda era igual para mim: cinza e sem ânimo, morto e vazio. Até aquela tarde, quando meus pais entraram em meu quarto preocupados comigo e com uma "solução" para que eu conseguisse sentir algo que não fosse tristeza novamente.

DIÁRIO DE UM ACAMPAMENTO  •  jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora