My Angel.

Capítulo 26

Drazen:

O francês estremeceu assim que o algodão tocou docemente sua ferida.

- Desculpa. - sussurrou Drazen, com os olhos fixos nos cortes no braço do loiro. 

Ele podia sentir o controle escapando por seus dedos, toda vez que via o loiro machucado, toda a adrenalina trancafiada no fundo dele, para não surtar e matar aquele italiano filho da puta. O silencio sufocante preenchia o quarto do ruivo, cujo o estômago se contorcia a cada segundo. 

Frances não havia dito uma palavra desde que sairão do clube, tornando a calmaria interna do ruivo quase impossível. 

A quanto tempo o loiro estava se cortando? o que mais ele fez a si mesmo? seu estômago embrulhou, com o frio se alastrando, enquanto sua sanidade era afogada pelo silencio, que estava deixando o ruivo louco. 

- A quanto tempo você vem fazendo isso?  - perguntou Drazen, quebrando o silencio, escondendo o nervosismo em seu tom. 

- Desde a nossa briga. - as palavras vazias escorreram dos lábios do loiro emanando a agonia que o tomava. 

O peito do ruivo afundou, ele estava se cortando a uma semana! Seu ombro pesou, ele ficou desse jeito por causa dele, se eles não tivessem brigado...

- Não é culpa sua. - Drazen encarou o Francês - É minha por ter sido tão filho da puta. - era como se o loiro tivesse acabado de ler sua mente. 

- Eu não deveria ter surtado, quando você ficou com aquele cara, fui eu que comecei a discussão.

- Eu fiquei sem drogas. - admitiu. - Eu não tinha mas cabeça para flertar com ninguém, era só uma questão de tempo até isso acontecer. 

O chão rachou sobre os pés do ruivo, ele podia sentir a corrente que o prendia ao loiro o queimando, tomando todas as dores do loiro, pesando em seu ombros. 

As dores de de uma pessoa nunca o atingiram dessa maneira. Ele já havia se sentido mal por outras pessoas mas isso era diferente, a cada lagrima escorrida pelo loiro, era como um balde de ácido em seu coração, a preocupação com Frances quase o sufocava, e o silencio entre os dois o deixava sem ar.

Drazen terminou de enrolar o pulso do loiro, e puxou seu corpo leve e fraco para um abraço. 

A pele quente do loiro espalhou uma onda de tranquilidade pelo corpo do ruivo, o maior sentiu a respiração suave do menor em sua pele, limpando a tensão em seus nervos. Frances retribuiu o abraço, o envolvendo com seus braços, afundando o rosto no pescoço do maior. 

Drazen suspirou, seus membros forma tomados por uma onda de leveza, enquanto a distancia entre os dois era dizimada. A respiração quente do loiro batia contra seu pescoço, Drazen praticamente derreteu pela fome de contato que havia se passado quase despercebida. 

Quando foi que ele ficou tão molenga?

Não quão fundo o abismo seja, Drazen pularia quantas vezes fossem necessárias para tirar Frances de lá. 

Drazen afrouxou levemente seu aperto em torno do loiro. Não havia dado nada para ele beber ou comer. 

- Hmmm! - Frances gemeu reforçando seu aperto em torno dele,

- Serio?

- Hm!

- Eu só vou pegar alguma coisa para você comer rapidinho. - explicou Drazen, tentando não rir, com a ação fofa do loiro. 

- Hm-Hm. - gemeu em negação. 

- Depois eu pego. - ele não ia ganhar aquele briga de qualquer jeito.