Sirena ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ

06' - kiss me in the dark tonight

🎵 it's that I adore
though I make the boys fall like dominoes

boa leitura!

◾️ Claire ◾️

Ao invés de pegar um biquíni como Avani sugeriu, eu resolvi nadar pelada. Sei que tem câmeras aqui e tenho certeza que meu querido cliente está dando uma boa olhada nelas. Ainda não sei qual é a dele e que tipo de diversão é essa, mas eu nasci para provocar e é exatamente isso que eu pretendo fazer. Se o lance desse homem é apenas olhar de longe, eu sou capaz de fazê-lo desejar me tocar.

A água da piscina está uma delícia, na temperatura certa para relaxar todo o meu corpo e esvaziar a minha mente. Nado de uma borda a outra, mergulhando e boiando às vezes. É engraçada a sensação do frio cortante nos meus mamilos nus quando meus seios estão na superfície, mas é estranhamente prazeroso também.

Quando saio da piscina, visto um roupão branco felpudo e aproveito o churrasco que foi deixado para mim. Carnes da melhor qualidade com acompanhamentos divinos. Escolho uma cerveja na geladeira, é de uma marca importada e desce pela minha garganta com suavidade. Tem música tocando no sistema de som, escolho uma mais lenta e vou até uma das espreguiçadeiras, onde me deito com a garrafa de cerveja em mãos. A noite está silenciosa e o céu totalmente estrelado sem nenhuma nuvem para atrapalhar a visão.

Ainda que seja um lugar lindo e relaxante, me sinto um pouco sozinha. Resolvo ir até a cozinha chamar a Avani pelo interfone. Assim que ela atende, noto sua voz sonolenta.

— Sim?

— Tenho certeza de que você não é uma criatura noturna, mas poderia me fazer companhia? Tem muita bebida e comida aqui só pra uma pessoa.

— E você quer a minha companhia? — é notável a estranheza em sua pergunta.

— Por favor?

— Hum... Tudo bem. Já estou indo.

Ela chega dez minutos depois vestindo um casaco sobre o que parece um conjunto de pijama. Quando ela senta na espreguiçadeira ao lado da minha, eu ofereço a cerveja que peguei para ela.

— Obrigada.

— E então... Como veio parar nesse trabalho? — puxo assunto.

— Meu pai era assistente pessoal do pai dele. Depois que o pai dele morreu, o meu resolveu se aposentar e eu o substituí.

— Ah, seu chefe é um herdeiro? — arqueio a sobrancelha.

— Isso o diminui aos seus olhos?

— Claro que não. Não existem bilionários que não sejam herdeiros.

— Você não sabe se ele é bilionário.

Solto uma risada descontraída e dou um longo gole na minha cerveja.

— Isso nenhum homem é capaz de esconder de mim. — me esquivo para mais perto dela com um sorriso de canto. — Eu sinto o cheiro de suas contas bancárias.

Avani estreita os olhos e bebe de sua cerveja sem tirar a atenção de mim. Ela não quer admitir, mas pode ser que goste do meu jeito, só não tenha certeza ainda se é correto gostar. Eu faço isso com as pessoas, às vezes propositalmente. Há algo de poderoso em despertar desconfiança e deslumbramento em alguém.

— Você sempre foi assim? — me olha de cima a baixo.

— Assim como? Belíssima? — ironizo.

— Atrevida. Aliás, "atrevida" é eufemismo no seu caso.

— Hum... — respiro fundo e deito a cabeça sobre o encosto suspenso da espreguiçadeira. — Não. Nem sempre.

— E como você era antes?