- Capítulo Onze -

16 4 48
                                    

Em segundos, pessoas de roupas brancas adentravam o quarto correndo em direção aos jovens ainda desmaiados no chão.

Eloá sentia o olhar de todos em sua direção, mas seus olhos ainda não saiam de seu caderno. Seus pensamentos haviam entrado em combustão. Não escutava a multidão ao seu redor, só o agudo e infinito assovio em seu ouvido. Sua respiração era irregular, o que fazia seus pulmões arderem e clamarem por ar.

Sua garganta doía e e as poucas palavras que permeavam a sua mente, a arranhavam querendo sair. Sua visão ficava turva, borrada, assim como seus pensamentos e as tentativas de focarem em algo.

— Eloá? - ouviu o professor Nayv chamá-la gentil mais firmemente a sua frente - Vocês foram liberados da aula prática. Como se sente? - perguntou o professor.

A jovem banshee, tentou falar, mas apenas saíram murmúrios de sua boca.

— Por favor, podem levá-la a enfermaria também? - perguntou o professor preocupado - Eu acompanharei todos, assim que reportar os acontecimentos para o Conselho - acrescentou levemente.

Eloá sentiu-se ser levantada, eles haviam perguntado antes se ela conseguiria andar mais sua resposta novamente não passara de sons incompreensíveis.

Seus corpo se sentia fraco, seus pálpebras pesavam dificultando que a jovem permanecesse acordada.

— Você não pode dormir - disse um dos cuidadores - Preciso que permaneça consciente, mesmo que seja difícil, está bem? - completou gentilmente, recebendo um leve aceno concordando como resposta.

Não demorou para que a mestiça sentisse seu corpo sendo colocado em uma cama. As paredes eram semelhantes a da última vez que estiveram no ambiente. Ao olhar para os lados ela enxergou os outros jovens ainda desacordados.

Elliot estava logo ao seu lado. Ela tentou chamá-lo, mas seu cérebro e pensamentos tinham esquecido como juntar as letras e formular palavras.

— Ela é uma quebrada, era óbvio que laog assim canteocriea, seu doerp é isntvela - Eloá escutou dois homens de branco conversando não muito longe de onde ela estava deitada, mas as palavras começaram soar embaralhadas quando chegavam ao seu ouvido. Sua mente não as entendia.

Ela abriu mais os olhos, balançou a cabeça levemente para que pensamentos intrusos não se tornassem o foco, e tentou prestar novamente atenção à conversa.

— Deixe-me dar uma sugestão a vocês dois. Por que ao invés de estarem cochichando, não estão trabalhando e cuidando dos jovens que aqui estão? - Uma mulher de voz firme comentou bravamente - não ligue pra eles, há algumas pessoas desconhecedores de nossa história, que julgam os mestiços, quando foram eles que nos ajudaram a vencer a guerra contra o necromante - disse se aproximando da jovem, que parecia estar levemente melhor.

— Mesti... - começou tentando ao máximo forçar as palavras para fora de sua mente e boca - ...ços? - completou demoradamente.

— As pessoas que hoje muitos chamam de quebradas, foram recrutadas como o exército para lutar contra Eros - começou a contar, como se estivesse lendo um livro para uma criança - o necromante queria voltar ao mundo dos humanos e se vingar, muitos dos nossos ainda machucados e tristes pela perda, o apoiaram, Amma buscou aqueles que protegeriam Allous, mas também os humanos. E se não fosse pelos mestiços, nós não teríamos ganhado a guerra - disse a jovem moça, tocando seus dedos carinhosos sobre o braço, coberto pela blusa de mangas longas, da jovem.

Eloá sentiu seu corpo formigar com o toque da dama a sua frente. Seu sangue pareceu esquentar assim que a velocidade que ele corria em suas veias aumentou. Ela sentiu seu rosto esquentar. Ao mesmo tempo sua visão ficou mais clara, sua respiração desacelerou e ela sentiu alívio em seus pulmões.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 09 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Laços de Sangue - Legado & RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora