Primeiros passos

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Hawkins, Indiana
26 de Outubro, 06:40.

Clover acordou com a luz da manhã filtrando pelas cortinas de seu quarto. O sol estava começando a iluminar o céu, e a casa ainda estava em silêncio, exceto pelo suave som dos pássaros do lado de fora. Ela havia passado a noite se revirando na cama devido a carta do avô, refletindo sobre o que ele havia escrito.

Ainda envolta em seu cobertor, Clover se sentiu um pouco mais animada do que na noite anterior, mas ainda deprimida. A carta parecia ter dado um novo propósito a ela, uma razão para começar a explorar e aproveitar a vida em Hawkins.

O som de passos a fez levantar-se da cama. A porta do quarto de Clover estava entreaberta, e ela ouviu os passos de seu irmão Jace descendo as escadas. Jace, que tinha 17 anos, era um típico adolescente: confiante e reservado. Ele estava se preparando para sair de casa, e Clover sentiu uma pontada de curiosidade. O que ele estaria fazendo tão cedo?

Decidida a começar o dia com uma nova atitude, Clover se levantou e vestiu rapidamente uma calça jeans e uma blusa branca. Desceu as escadas enquanto tentava calçar seu tênis silenciosamente e espiou pela janela da sala. Jace estava no jardim, carregando uma mochila e parecendo se preparar para uma manhã movimentada. Sem pensar duas vezes, Clover decidiu que o seguiria. Era uma oportunidade de passar um tempo com seu irmão e, quem sabe, descobrir algo interessante.

Ao abrir a porta da frente, Clover viu Jake começando a pedalar sua bicicleta. Ela se apressou para o alcançar e, antes que ele pudesse sair completamente, chamou:

- Ei, Jace! - Sua voz soou um pouco mais alta do que pretendia, mas era suficiente para chamá-lo.

Jace parou e olhou para trás, surpreso ao ver Clover na porta.

- Oi, Clover. - Ele hesitou, sua expressão mostrando uma mistura de confusão e desagrado. - O que você está fazendo aqui? Ainda é cedo.

- Eu sei, mas achei que poderia te acompanhar. - Clover sorriu forçado. - O que você vai fazer?

Jace olhou para a bicicleta e depois para Clover, parando por um momento. Finalmente, ele deu um suspiro e respondeu:

- Bem, eu estava pensando em ir até o lago. Só para dar uma volta, sabe? 'Tô precisando de uma pausa. Mas se você quiser vir, tudo bem.

Clover aceitou imediatamente, sentindo uma mistura de excitação e nervosismo. Não fazia ideia do que Jace estava planejando, mas estava pronta para realizar oque o avô pediu, e nada melhor do que ir até o lago onde ele costumava ir.

A ruiva pegou uma bicicleta de seu outro irmão e os dois pedalaram em direção ao lago, um lugar tranquilo fora da cidade onde os moradores costumavam ir para relaxar. Enquanto pedalavam, Clover tentava conversar com Jace, que estava mais concentrado em seu trajeto. Era evidente que ele estava tentando esconder algo, mas Clover preferiu não insistir.

Quando chegaram ao lago, Jace estacionou sua bicicleta e se sentou em um canto próximos à água. Clover o seguiu e se sentou ao seu lado. O lago estava calmo, com a superfície refletindo a luz suave da manhã.

- Então, o que você realmente está fazendo aqui? - perguntou Clover, quebrando o silêncio.

Jace a olhou, parecendo relutante. Finalmente, ele falou:

- Na verdade, eu venho aqui para pensar. As coisas estão um pouco complicadas na escola e em casa, sabe? Às vezes, só preciso de um lugar pra espairecer. Principalmente depois... Você sabe.

Clover assentiu, compreendendo mais do que ele imaginava. Embora não falassem muito sobre seus sentimentos, ela também estava lidando com seus próprios desafios, desde a mudança para Hawkins até a perda recente de seu avô. O lago parecia ser um bom lugar para eles se conectarem, longe das distrações do cotidiano.

Enquanto estavam sentados ali, um grupo de pássaros passou voando sobre o lago, e a tranquilidade do lugar começou a ter um efeito calmante sobre Clover. Ela pensava nas palavras da carta do avô e no que significavam para ela agora.

- Jace, eu li a carta que o vovô deixou pra mim ontem a noite. - Clover começou a falar. - Ele me pediu para aproveitar a vida e conhecer Hawkins. Eu acho que vou começar a fazer isso, a explorar mais a cidade e ver o que ela tem a oferecer.

Jace a olhou com interesse, e Clover pôde ver que ele estava começando a se abrir um pouco mais.

- Isso é... interessante. - disse ele. - Na que ele deixou pra mim dizia pra me abrir mais. O vovô sabia o quanto eu sou fechado e não gosto de falar sobre as coisas.

- Isso é bom. Pelo menos agora você consegue se abrir um pouco mais. Eu acho...- respondeu Clover, animada. - Eu quero descobrir o que mais há por aqui. Quem sabe eu encontre algo que ninguém mais percebeu.

Os dois conversaram mais sobre os planos de Clover e como Jace também poderia começar a se abrir para novas experiências. Era um início de conexão que ambos precisavam, e a manhã no lago se transformou em um momento significativo para os dois.

Depois de algum tempo, Jace sugeriu que voltassem para casa, e Clover concordou. Enquanto pedalavam de volta, ela se sentia mais leve e mais confiante. A conversa com Jake e o tempo que passaram no lago haviam lhe dado uma nova perspectiva. Ela estava decidida a seguir o conselho de seu avô e explorar Hawkins, não apenas para se distrair, mas para realmente descobrir o que a cidade tinha a oferecer.

Quando chegaram em casa, Jace parecia um pouco mais relaxado e aliviado. Clover notou que ele parecia mais disposto a conversar e a compartilhar suas preocupações. Era um bom sinal de que o dia estava começando a fazer diferença para ambos. A garota subiu para seu quarto e foi tomar um banho.

Mais tarde, Max, sua prima, chegou até a casa da garota e levou pizza para que eles aproveitassem a noite enquanto conversavam e riam, principalmente para ajudar Clover e seus irmãos a tentarem se estabilizar emocionalmente devido a morte do avô.

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