Cap 2

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Abro a porta de casa e encontro um monte de malas à entrada.

- Taty? - chamo. Mas não obtive resposta.

Subo as escadas e dirijo-me ao seu quarto.

Abro a porta. Bolas! Mas hoje tudo me fala sobre isto??

Ela vê-me enquanto um homem cavalga satisfatoriamente por cima dela.

- MARIA! - diz ela surpreendida e empurra o homem de modo a que ele se deite ao seu lado na cama - Diz-me que os pais ainda não chegaram?

- Quem é esta? Ela pode juntar-se a nós, se quiseres. - diz o seu amigo. Tinha cabelo castanho e os olhos da mesma cor. E um peito um pouco peludo demais. Sim, era feio! Claro que não pensei na sua proposta. Iria ser a pior coisa do dia, caso aceitasse.

- Tem calma, eles estão ambos na escola de dança. Mas aconselho-te a tirares o teu amigo daqui rapidamente! - e lanço-lhe um sorriso cínico. - Os manos devem estar a chegar, além disso os avós vêm cá jantar. 

- Oh, bolas! Jantar de família, que tédio! - e leva a mão à testa. - Anda tens de sair daqui! RÁPIDO! - sai da cama e entrega-lhe a roupa.

- Não posso ficar só mais um pouco? Estava a ser tão bom minha deusa...

- Não dá. Fica para a próxima. - ele veste-se rapidamente e a Taty cobre-se com um roupão. - Anda, eu acompanho-te até à porta.

Desci com eles em silêncio. Isto nunca tinha acontecido, mas ela não se mostrava constrangida com a situação. Estava...normal.

Nem um beijo de despedida deram. Parecia que nem sequer se conheciam.

- Então, que contas? Estou ansiosa por ouvir as tuas histórias. - disse após ele ter-se ido embora.

- França é incrível! Um dia tenho que te levar lá. E recebi roupa linda pelo meu trabalho. Deram-me tanta que acho que alguma ficará para ti e para a Ana. Há umas que não são nada o meu género.

- Ótimo! Posso vê-las já?

- Deixa-me só tomar um banho rápido e mostro-te já tudo. Também tenho umas prendas para vocês. - disse entusiasmada.

A Taty é a minha inspiração. Gostava de ser como ela. Vê o mundo, conhece novas culturas,... Eu já fui à França, Inglaterra e Itália, mas fui coma escola de dança da minha mãe. Só conheci o aeroporto e a sala de espetáculos onde iríamos atuar. Pouco ou nada mais. 

Uns minutos depois a porta abre-se. Eram os meus irmãos.

- Para onde foste? Fiquei preocupada contigo. A Andreia estava insuportável. Depois da aula estava sempre a mandar bocas para mim e o Luís. - reclama a Ana.

- Fui ter com o pai. Pedi-lhe que me mudasse de escola, obviamente não obtive sucesso. - eles sentam-se ambos no sofá a fazer-me companhia. - Ele disse-me que se encontrasse algo que goste verdadeiramente nada nem ninguém me fará desistir disso.

- O pai tem razão! - exclamou o Dioguinho - Que disse mais?

- Nada de especial. Levou-me a ir ter com a mãe, que me disse praticamente a mesma coisa.

- Vais ver que irás encontrar algo que adores. E nós estaremos aqui para te apoiar - conforta-me a Ana.

- Eu sei disso. Poder de trigémeos hehe. - e rimo-nos - A Taty já chegou. Está no seu quarto. Ela disse que trouxe prendas para nós. - disse entusiasmada.

- Ah, que bom. - disse a Ana sem ânimo.

Subimos as escadas e entrámos no quarto dela. Tinha acabado de tomar banho, mas já estava vestida. No entanto, ainda tinha uma toalha enrolada no seu cabelo.

Desejos do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora