Cap 7

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Não acredito nisto! O meu primeiro beijo foi com um gajo convencido, insuportável, com a mania e drogado.

- Filha! - levanta-se o meu pai e corre na minha direção - Como correu?

- Bem.

- Vês, eu disse-te. Vai fazer-lhe bem.  - disse a minha mãe.

Reparo que está mais alguém com eles. Pareceu-me familiar. Bolas, reparou que o estava a contemplar, mas não me pareceu zangado.

- Olá Maria! É um prazer finalmente conhecer-te. Eu sou o Afonso.

- Fui buscá-lo à pouco. Temos que o trazer de volta à realidade. - disse a minha mãe.

- Vamos então para o meu gabinete, já que já vimos que a Maria está bem.

 - Também quero ir! - gritei

- Quero que vás descansar. - contestou o meu pai
-Mas...
- Deixa-a vir, Diogo. Assim sempre posso conhecê-la um pouco melhor.

Durante o caminho todo fui séria. Não confiava neste meu tio. Não me perguntem porquê. Eu sei que se não fosse ele eu não estaria viva, mas  não me transmite confiança.


- Estou tão feliz pela nossa família estar finalmente junta. Só de me lembrar da maneira que nos conhecemos dá-me vontade de rir...

- ...E da mega festa de 18 anos que te arranjei em que não conhecias ninguém. E foi o teu marido que te salvou hehe. Era tão parvo naquela altura

- O que importa é que já estava resolvido. - diz o meu pai - E soubeste alguma coisa sobre o vosso pai?

- Claro. Ele vai pagá-las - estão a ver porque eu não gosto dele. Só fala de vingança - Durante o tempo em que estive preso, tive pessoas a investigá-lo. E tenho imensas novidades.

- Não achas melhor esquecer este assunto. Durante estes 14 anos esteve tudo calmo. Não houve sinal dele. - diz a minha mãe.

- Isso é porque ele se escondeu por causa do escândalo que foi em ter levado um tiro do seu filho ilegítimo. Ele foi à prisão ameaçar-me. Mas não quero que os meus sobrinhos cresçam, sabendo que aquele homem anda à solta. - que querido! 

- Afinal o que ele anda a tramar? - pergunta o meu pai.

- Bem, ele tem uma rede de prostituição. Obriga raparigas novas a prostituir-se e anda envolvido numa rede de furtos. Durante os 14 em que estive preso mantive contactos com duas pessoas que trabalham com ele. Crescemos juntos e no bairro onde cresci, acima do dinheiro e poder há a família e amigos. Bem, eles contaram-me coisas horríveis e aquele homem merece ir para o inferno.

- Mas como é que soubeste disso? Tens a certeza? Com isso ele poderia ser preso facilmente.

- O pior vai ser provar. Ninguém sabe onde ele vive, pois recebem as ordens através do seu braço direito.

- Afonso antes de tudo, explica-me só o porquê de andares com uma arma. - pergunta-me a minha mãe.

- Para o matar, obviamente. Só me arrependo de não ter tido mais pontaria naquele dia. Senão o meu problema estaria hoje resolvido.

- Vais ser preso, outra vez. É isso que queres? Não quero perder o meu irmão, outra vez.

Ele levanta-se e abraça a minha mãe que já estava a chorar.

- Tem calma. Eu estou a fazer isso por nós. Ele já nos fez sofrer muito.

- Afonso, porque é que acho que me estás a esconder algo.

Desejos do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora