*Capítulo 5*

359 65 7
                                    

*MON*

Saí correndo pela porta ao lado e me deparei com a varanda fria e escura me arrastei para uma posição sentada quando senti meu rosto ficar úmido. Não, não. Mon não chora. No entanto, eu sabia que por mais que fizesse essa afirmação muitas vezes não conseguiria segurar as lagrimas por muito tempo. Odiava essa sensação. Odiava me sentir impotente e fraca. Ninguém tinha o direito de me manter trancada, não importa o quanto ela fosse linda. Sua personalidade era o pior de tudo, como ela ousava me exigir boas maneiras? Não sou um objeto que ela possa comprar, nem um cão que ela pudesse comandar.

Eu tinha que sair daqui. Tentei me levantar, mas quando olhei percebi que eu morreria se pulasse dali ou tenteasse qualquer coisa. E não podia simplesmente sair pela porta, pois as outras mulheres me impediriam, o que diabos eu fiz para me colocar em uma situação como essa? Eu apenas me encolhi no chão, apoiando minha cabeça nos joelhos, desejando desesperadamente que aquilo fosse um sonho ruim do qual eu acordaria em breve.

Havia cochilado, mas ainda não era de manhã. O cobertor escuro ainda cobria o céu a minha frente, era quase como se estivesse me provocando. Aff, quando essa noite vai acabar? O vento gelado roçava minha pele quase como se estivesse raspando minha carne. Talvez eu devesse voltar para dentro. Só estou me torturando com minha teimosia aqui fora. Em silêncio, abri a porta. Ninguém estava lá estava tão silencioso que era possível ouvir uma agulha cair, senti o aroma espesso e rico do café. Na verdade, odiava café, era tão amargo e sem gosto, mesmo sabendo que poderia adoça-lo a meu gosto, ainda assim não era minha praia.

Além disso, eu adorava dormir, por que eu iria querer me privar disso? Estranhamente, eu odiava bebê-lo, mas na verdade, gostava do cheiro. Era intoxicantemente sedutor, na sala de estar, sentei me no assento da janela e olhei para fora. A cidade era tão bonita à noite. As luzes eram tão radiantes. De repente, me dei conta de que meu corpo ainda doía muito me perguntei se estava com algum tipo de sangramento interno. A dor continuava a se intensificar e eu me sentia tão encolhida e ressecada, eu precisava de água. Com certeza não iria me sufocar naquele lugar. Levantei e fui até a cozinha, servindo-me de um copo grande de água. Parecia que estava fazendo uma eternidade que eu não tomava. O líquido desceu rápido pela minha garganta, pois eu estava desesperadamente precisando dele.

Enquanto caminhava de volta para meu assento na janela, esbarrei em alguém.

_Você anda com os olhos fechados? Ouvi aquela voz gélida me apunhalando.

_Você se importaria de ser gentil comigo? Respondi, ignorando sua advertência de antes.

Ela simplesmente me ignorou e entrou na sala de estar. Não ia ficar presa aqui com algum tipo de maníaca sociopata sem nem ao menos saber porque eu estava aqui.

_Por que eu tenho que estar aqui? Murmurei enquanto caminhava atrás dela.

Ao se virar, ela deu um sorriso malicioso para mim: _Porque quero algo de você.

_Quer algo de mim? o que?

_Quero algo dessa sua linda cabecinha. Ela disse apontando o dedo para o lado da minha cabeça.

_Não vou lhe dar nada. Disse com firmeza, inspirando para manter a compostura.

Quando ela se aproximou de mim, fui me afastando e caí de costas no sofá. Havia um olhar tão ameaçador em seu rosto. E de repente, ela se inclinou sobre mim, encurralando-me com seus braços um em cada lado do sofá. Por um momento, não sabia como reagir, senti como se estivesse congelada. Nunca ninguém havia chegado tão perto de mim daquela maneira e pensar que ela tinha chegado ao meu limite me deixava sem ar. Ela parou ainda me encarando e tirando a mão direita da alça do sofá, ela passou seus dedos longos e elegantes ao longo do meu rosto, lentamente, mas de forma tão artística, seguindo para baixo.

A Sociedade SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora