O estado de choque por presenciar a morte de Marie, era tamanho, que eu não conseguia respirar. Me faltava oxigênio e meu cérebro trovejava como os raios que cortavam o céu acima da minha cabeça.
- Você... - tentei falar, com o rosto de Fritz perto do meu. - Você m-matou ela... você matou...
- Ela te tirou de mim, é óbvio que matei... ninguém fica entre nós, querida. - disse, com seu sorriso ferino, desumano. - Agora, vamos pra casa.
Se endireitou, afastando. Encheu um pano com clorofórmio. Presa e amarrada, previ o que viria a seguir... ele me apagaria e me sequestraria, pela segunda vez... Fechei os olhos, o cheiro do sangue de Marie queimava nas narinas. Ouvia o barulho do choque das gotas pesadas da tempestade, contra o concreto. Por poucos, breves segundos, tive um instante doloroso de lucidez e percebi que Fritz jamais perceberia a gravidade do que cometeu. Ele era um serial killer, afinal. Ele jamais se cansaria, nem desistiria de mim, até minha morte.
Colocou o pano embebido na substância, contra meu rosto, e eu fui apagada pela segunda vez naquela noite. Me deixei levar, ansiosa para desaparecer, para esquecer, para deixar de existir.
(...)
Acordei com um solavanco. Meu corpo inteiro doía, por dentro e por fora. As lágrimas caíram e secaram, e caíram de novo. Minha pele e roupa estavam úmidas e geladas. Estava jogada em um lugar escuro em movimento constante, claustrofóbico e apertado; meus punhos e tornozelos amarrados com grossas gordas, a boca amordaçada por fita rígida e bem colada. Ouvi barulho de motor. Tentei me mexer e percebi que era a porra de um porta-malas. Era isso, não bastava o desgraçado me destruir, torturar e matar minha namorada... Ainda me meteu em um porta-malas e estava me levando sabe-se lá para onde.
Pensei em Marie... Ela não merecia, definitivamente não... Meu choro era profundo, intenso, aflitivo... E agora não havia o que ser feito, ela se foi... Eu não pude fazer nada para salvá-la, como ela me salvou.
Minutos depois, senti o carro parando. O motor foi desligado. Ele apareceria a qualquer momento e eu não tinha como me defender porque estava amarrada, a sua mercê. Aguardei com medo, e logo a porta do bagageiro abriu. Não chovia mais. Fritz estava de pé do lado de fora, me olhando. De plano de fundo, o céu cinzento e nublado estava sobrecarregado. Ele sorriu apreciando meu estado vulnerável, desprotegida e indefesa.
Me pegou com facilidade, como se eu fosse uma mercadoria, e colocou em cima do ombro. Segurou em minhas coxas, ao lado de sua face. Eu tentei me debater, grunhia e resmungava, tentei sair e cair; mas a cada movimento que eu dava, as cordas afundavam na pele.
- Abre. - ordenou. Não estávamos sozinhos.
Ouvi o barulho de porta sendo aberta, e ele entrou em uma casa diferente que nunca estive antes. O vulto de alguém o acompanhou. Não parecia ser Ryan, nem Mimi.
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SERÁ RETIRADO 10/12
Horror•Em breve na Amazon Kindle• LIVRO 1 - DARK ROMANCE +18 A minha vítima perfeita tem que ser tão perfeita, que me convencerá que não vale a pena matá-la. Ela deve ser obediente e dócil igual uma cadela com fome, ela fará tudo o que eu mandar em troca...