6. Calma Estranha

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— Procurando Dory

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— Procurando Dory.

Hum... Parece ser um filme fofinho, desses que te fazem sentir bem

Karina fez uma boa escolha... Talvez isso signifique que ela esteja melhorando, finalmente. Quem sabe logo ela segue em frente, volta pra vida dela. E eu? Eu volto pro meu isolamento de sempre, me escondendo atrás da arte, fingindo que tá tudo bem, mas só fugindo de mim mesma.

Queria que ela fosse logo... E se eu falhar com ela? E se, ao invés de ajudar, eu só fizer piorar tudo?

Mas que droga, por que eu tô sendo tão amarga? Ela é tão... gentil, tão frágil. E eu aqui, com esses pensamentos idiotas. Deve ser só um dia ruim... Preciso dar um tempo, parar de me afogar nessas emoções confusas.

Enquanto caminhamos para a sala do cinema, vejo Karina olhando ao redor, o olhar dela é curioso, mas ao mesmo tempo meio inseguro. De vez em quando, ela foca em alguma coisa ou alguém, e seus olhos se estreitam, como se estivesse tentando puxar alguma memória distante.

— Tá tudo bem? — pergunto, tentando soar despreocupada, mas sei que minha voz entrega um pouco da ansiedade.

Karina pisca e vira o rosto pra mim, com aquele sorriso meio tímido nos lábios.

— Sim... só que... algumas coisas parecem familiares, de alguma forma — ela diz, e dá pra sentir a hesitação na voz dela.

Fico quieta, sem saber direito o que dizer, só tentando entender como ela se sentia. Será que tem mesmo algo aqui que ela reconhece? Ou será só uma tentativa desesperada de juntar os pedaços?

Porra... talvez eu devesse parar de pensar tanto e só contar logo a verdade. Mas por onde eu começo? Me sinto tão perdida. Será que eu realmente consigo cuidar da Karina...?

[...]

A sala de cinema estava submersa na escuridão, apenas as pequenas luzes no chão indicavam o caminho entre as fileiras de poltronas. O som dos trailers soava pelo espaço, abafado, criando uma sensação estranha de conforto, como se, por alguns minutos, o mundo lá fora simplesmente não existisse.

Sentei do lado dela, em silêncio, esperando o filme começar. A pipoca nas mãos, como se fosse uma desculpa pra não precisar dizer nada. Meu peito estava tão apertado que parecia que eu não conseguia respirar direito. Sentia o coração martelando nas costelas e o suor úmido nas minhas palmas.

Eu não sei se consigo cuidar da Karina... — o pensamento veio de novo, me pegando de surpresa enquanto ela olhava para os trailers com aquele sorriso leve, como se nada estivesse errado. Como é que eu vou ser o alicerce que ela precisa? É sufocante pensar que, por mais que eu queira, talvez eu não seja suficiente.

O filme começou, interrompendo meus pensamentos, e de repente o rosto dela se iluminou com as primeiras cenas da Dory. Os olhos de Karina estavam fixos na tela, irradiando uma alegria genuína.

Finding Karina - WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora