015.

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ATHENA, OLHE PARA MIM.

A voz de sua genitora chegou aos ouvidos de Athena como um zumbido irritante. Athena entrelaçou as pernas enquanto dava um gole em seu café, movendo os olhos pela sala de estar de sua casa com tédio.

No sofá a sua frente estava Lilith, que a olhava com irritação, esperando sua resposta.

— Estou falando com você, Athena Montgomery. — Um suspiro cansado saiu de seus lábios e ela ergueu os olhos em seguida, encarando a mãe. — Por que diabos você não pode agir dentro dos padrões? Era tão difícil assim seguir as regras? Ser uma garota educada era algo tão impossível assim? Sério mesmo, o que passa na sua cabeça? Você foi expulsa, Athena! Dumbledore não quer você em Hogwarts, entende a gravidade da situação!?

— Entendo, Lilith. — Athena respondeu, revirando lentamente os olhos. — Passei dos limites e o velho me expulsou. Acontece.

— Não finja que não se importa, mocinha. Eu conheço você.

— Se conhecesse mesmo, saberia que eu realmente não me importo. — Athena retrucou, deixando a xícara em cima da mesa de vidro entre os dois sofás. — Escute, Lilith, as coisas são como são. Fui expulsa, não há mais o que fazer. Chorar pelo leite derramado é coisa de gente fraca.

Athena arqueou as sobrancelhas, encarando sua filha com surpresa.

Toda aquela indiferença não poderia deixá-la mais orgulhosa. Apesar dos pesares, Athena continuava de cabeça erguida e realmente parecia não se importar com a sua situação desastrosa. Em sua idade, Lilith não passava de uma jovem medrosa, que abaixava a cabeça para quaisquer injustiças e não conseguia se defender.

Foi Severo que lhe ensinou a se defender e ter um pouco mais de diversão em sua vida, que era o que faltava em sua vida. Além disso, Severo a libertou das amarras de sua vida e mostrou que ela poderia ser muito mais do que a jovem insegura e indefesa que costumava ser.

Athena, por outro lado, nunca precisou de alguém para lhe ensinar a ser corajosa e independente. Sua autoconfiança vinha dela mesmo, algo que conquistou ao longo dos anos. Não se abalar por coisas minimas era uma conquista. Sim, ela havia sido expulsa de sua escola. Todavia, do que adiantaria ficar remoendo? Ela tinha que seguir em frente a qualquer custo.

— Tudo bem, tudo bem... — Lilith suspirou ao dizer. — Se está tão tranquila como o rumo que as coisas chegaram, não sou eu que irá tentar convencê-la que a sua expulsão é inaceitável.
— Precisamos ver onde vai estudar...

Beauxbatons. — Athena respondeu, a interrompendo.

— A academia de Magia? Por quê? — Lilith perguntou, confusa. — É na França, Athena.

— E o que tem? — Athena respondeu, com indiferença. — Um país diferente, pessoas diferentes, idioma diferente...

— Não a ouço falar em francês há anos, Athena.

— Mas não desaprendi, é o que importa. — As aulas particulares de francês que fez durante a infância finalmente teriam alguma utilidade. —
Je veux étudier à Beauxbâtons.

Lilith deu um sorriso de canto, balançando a cabeça em negação enquanto observava a expressão confiante no rosto da filha.

— Não aceito estudar em nenhum outro lugar que não seja Beauxbatons.

— Acha mesmo que está em condição de escolher?

— Estou. É do meu futuro que estamos falando.

Lilith a olhou em silêncio por alguns segundos, observando cada traço de Athena com atenção.

D'accord. — Athena sorriu, satisfeita. Mais uma vez conseguiu o que queria. — Me diga, Athena, há algo por trás desse desejo de estudar em Beauxbatons?

𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐋𝐄𝐒𝐒 | 𝐇𝐄𝐑𝐌𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora