DUAS METADES - NEWGHLAN

Relógio da saudade

  Nicola se jogou nos braços de Luke. Ele a abraçou forte enquanto adentrava a sala com ela em seu colo. Nicola tinha um sorriso iluminado em seu rosto. Como era possível sentir tanta saudades de uma pessoa assim? Ela não sabia. Mas sentia. 

Luke a beijou. Um beijo carregado com a saudade que ele não sabia ser possível sentir. Finalmente sentiu um peso sair de seu coração, era como uma luva de ferro o apertando desde que saiu do lado de Nicola.

Ele conhecia a casa de Nicola, então apenas caminhou até o quarto, sem afastar-se dela por um milésimo de segundo. Luke a depositou na cama e deixou beijos por toda a face de Nicola, que apenas absorvia todo amor que estava recebendo. Luke se afastou e ela passou a admirar o homem a sua frente, alto, forte, olhando-a com adoração. Luke tirou a camisa olhando para a imensidão azul dos olhos de Nicola. Ela engoliu seco. Luke abriu a calça, lentamente, saboreando as reações de Nicola. Primeiro os olhos que percorria todo o corpo dele, depois a pele ganhando um suave tom rosado que indicava que ela estava excitada com a cena, os lábios entreabertos quase sem respirar e por fim as pequenas mãos que apertavam o edredom da cama, como se ele fosse absorver o calor que percorria toda a extensão do seu corpo naquele instante. Luke desceu a calça junto com a cueca, ficando completamente nu. Nicola arfou. Ela nunca se acostumaria com a beleza de Luke, ele parecia escupido. Era um deus. Mas algumas partes, Nicola tinha certeza que foram feitas pelo diabo.

– Sua vez. – a voz de Luke era rouca, e um comando.

Nicola se levantou e deu apenas um passo até estar frente a frente com ele. A diferença de tamanho era quase assustadora. Luke se afastou, agora sentando onde antes Nicola estava. Nicola sabia que a sua performance não seria tão empolgante como a dele, afinal ela só usava o robe e nada mais. Ela desamarrou o nó que segurava a peça e puxou-a lentamente até que ela por si só caísse sobre o chão. Nicola não conseguia descrever o que se passava na cabeça de Luke, os olhos dele estavam completamente negros de desejo, seus olhos subiam e desciam por todo o corpo de dela, tinha paixão, lascívia, admiração, e algo mais…

– Você está nua? – Nicola se arrepiou inteira com a voz grave de Luke. Até ele mesmo não reconheceu.

– Sim? – ela disse óbvia, mas algo no tom que perguntou a fez ficar em alerta. Ela caminhou de volta para ele, mas ele a impediu de se apaixonar. – Luke? 

Ele se levantou. Ela sentiu-se ainda menor diante dele.

– Você abriu a porta nua?

– Era você.

– Mas você não sabia Nicola. – Nicola então entendeu.

Ciúmes.

Na sua forma mais pura e perturbadora, porque ela achava sexy. Ela brincava com fogo toda vez que cedia a vontade de provoca-lo. Queimaria.

– Mas era você.

– Mas e se não fosse? – ele levou a mão por trás do pescoço de Nicola e apertou fazendo-a o encarar. – Quem quer que fosse veria você assim, nua, Nicola? – o nome dela sendo pronunciando quase como um chingamento.

– Luke… – Nicola gemeu. Ela ainda tentava entender se tinha que se preocupar ou apenas se jogar em cima dele. Claramente o provocaria mais se pudesse.

– Você é minha.

– Sua…

– Sim loba, minha. 

Nicola sentia seu corpo derreter. Ela sentia a umidade em suas coxas. Era vergonhoso como ela se entregava tão fácil a ele.

– Só minha. – Luke se aproximou, ficando cara a cara. – Minha. – repetiu. – Minha. – sussurrou e seu ouvido.