Capítulo 12

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Luiz estacionou o carro em frente à enorme casa de seus pais, localizada no nobre bairro do Leblon, uma distância considerável de Copacabana. Ele olhou para o relógio e percebeu que a viagem tinha levado quase 30 minutos por conta do trânsito típico do Rio. Ao sair do carro, foi recebido por uma das funcionárias da casa com um sorriso.

Assim que entrou, Luiz começou a cumprimentar as pessoas. Era típico o pai dele, Maurício, organizar churrascos com amigos nos finais de semana, e a casa estava cheia de amigos conhecidos.

Ele avistou sua mãe, Dona Lindu, no centro de um grupo de senhoras, e foi direto até ela. Quando chegou perto, ela o abraçou.

— Meu filho! — Dona Lindu exclamou, visivelmente animada. — Você chegou! Que bom! Estava falando de você pra minhas amigas!

Luiz riu, abraçando-a de volta.

— Elogiando, espero.

— Claro! — Dona Lindu sorriu e rapidamente o exibiu para as amigas mais velhas. — Olha aqui, o meu menino! Não está cada dia mais bonito?

As senhoras ao redor começaram a elogiá-lo de imediato. Luiz, com seu jeito brincalhão, sorriu satisfeito.

— Ah, não parem! Continuem, eu adoro elogios — ele disse rindo. — Vocês vão me deixar convencido!

— Como se já não fosse! — Dona Lindu riu, piscando para ele.

Depois que o grupo de senhoras se dispersou, sua mãe voltou a atenção exclusivamente para ele.

— E então, meu filho? Como você está? — Ela perguntou, pegando no braço dele. — Está se adaptando bem ao apartamento novo?

— Ah, tá ótimo, mãe — ele respondeu com um sorriso travesso. — Sempre dou uma olhada para o céu e agradeço a vó por ter me dado um apartamento tão bom. Até fiz umas mudanças lá. Você e o pai precisam ir lá conhecer.

— Vamos sim! — Dona Lindu respondeu. — Quero muito ver o que você fez no apartamento.

Enquanto eles caminhavam em direção à área do churrasco, onde o pai de Luiz estava organizando a churrasqueira, Dona Lindu olhou para ele de lado, como se estivesse planejando algo.

— Ah, a propósito, Luiz... — ela começou, um pouco hesitante. — Tenho uma surpresa para você.

Luiz arqueou uma sobrancelha, curioso.

— Surpresa? Que tipo de surpresa?

Antes que sua mãe pudesse responder, ela começou a falar sobre alguém que ele não esperava ouvir.

— Você lembra da Cristina, não lembra? — Dona Lindu perguntou com um tom normal, mas os olhos dela brilharam com expectativa.

Luiz parou abruptamente e franziu a testa, interrompendo-a.

— Cristina? Por que a senhora tá falando dela? — Ele perguntou. Cristina era a ex-namorada que ele mais havia amado, mas eles haviam se separado anos atrás. Desde então, ela tinha desaparecido da vida dele já que ela morava em São Paulo ainda.

Antes que Dona Lindu pudesse responder, Luiz ouviu uma voz familiar que fez seu sangue congelar.

— Oi, Luiz — a voz ecoou, fazendo-o se virar bruscamente.

Lá estava ela. Cristina.

Luiz ficou em choque ao vê-la novamente, depois de tantos anos. Ela parecia exatamente a mesma, como se o tempo não tivesse passado para ela.

— Cristina... — ele murmurou, sem saber o que dizer.

Cristina deu um passo à frente e sorriu para ele, os olhos fixos nos dele.

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