Capítulo 13

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De manhã, Luiz entrou no elevador arrumando sua gravata azul-clara que contrastava com a camisa branca perfeitamente passada, pronto para mais um dia de trabalho. Quando as portas estavam prestes a fechar, Janja entrou rapidamente, usando uma roupa esportiva. Ela estava vestida com uma legging preta que se ajustava perfeitamente às curvas, e um top curto preto que mostrava uma parte da barriga. No pé, ela usava um tênis de treino também preto.

Luiz olhou para ela e, com um sorriso  nos lábios, soltou um — Bom dia, linda.

— Bom dia.

— Enquanto uns vão trabalhar duro... outros vão se divertir na academia — brincou.

Janja apenas revirou os olhos, sabendo exatamente onde aquela provocação iria parar.

— Caminhar no calçadão. Preciso perder as besteiras que comi no fim de semana.

Luiz levantou uma sobrancelha, o sorriso ainda mais malicioso.

— E eu? Não ajudei você a perder algumas calorias, não?

Ela suspirou, impaciente, revirando os olhos mais uma vez, enquanto o elevador chegava ao térreo. Assim que as portas se abriram, ela saiu rapidamente, sem responder à provocação, mas Luiz ainda pôde ver o pequeno sorriso que ela tentava esconder.

...

Depois que Janja saiu, Luiz seguiu para a empresa de advocacia. Ele chegou cedo, como de costume, e passou a manhã em reuniões com clientes importantes. Quando finalmente pode relaxar na cadeira de seu escritório, Gleisi entrou na sala. Ela carregava uma prancheta na mão.

— Luiz, você está responsável pelas bebidas, não é? — Ela perguntou, de forma direta.

Luiz franziu o cenho, claramente confuso. — Bebidas? Que bebidas?

Gleisi suspirou dramaticamente, quase batendo a prancheta nele. — Pelo amor de Deus, Luiz! A festa de aniversário do seu pai! Você não se lembra que ficou responsável pelas bebidas?

Luiz piscou, tentando lembrar. — Meu pai te pagou para organizar isso, não foi? Por que eu estou cuidando das bebidas?

Gleisi riu, dando um leve tapa na prancheta. — Porque o senhor Maurício achou que você tinha bom gosto pra isso. Além do mais, você sabe que ele me paga, mas me dá um milhão de responsabilidades! Achei que você ia me ajudar, mas parece que estou sozinha. — Ela olhou para ele com uma expressão acusadora.

Luiz passou a mão pelo rosto, rindo. — Certo, certo... Eu cuido disso. Vou buscar os melhores vinhos e whiskies, cerveja, o que for, você sabe que eu não falho nessa parte.

Ela olhou para ele, ainda não satisfeita. — E a Janja? Você já convidou ela?

Ele coçou a nuca, desconcertado. — Ah... Estive muito ocupado para isso. Não tive tempo ainda.

Gleisi revirou os olhos, incrédula. — Como assim ocupado? Vocês moram no mesmo prédio, Luiz! Não custava nada ter batido na porta dela ou... sei lá, ter falado com ela no elevador, já que você deve vê-la o tempo todo. — Ela riu com ironia, enquanto fazia anotações na prancheta.

— Eu estive distraído... — Ele sorriu, malicioso, mas não entrou em detalhes.

Gleisi revirou os olhos de novo, claramente sem paciência para as desculpas dele. — Você vai arrumar um jeito de convidar ela, ou eu mesma vou fazer isso.

Luiz apenas riu, levantando as mãos em rendição. — Tá, tá bom. Eu convido ela. Sem drama, Gleisi.

Ela saiu da sala, sacudindo a prancheta com uma última olhada de reprovação antes de desaparecer pela porta.



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