Capítulo 10

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— Então, você vem, né? — Anielle implorava do outro lado da linha. — Vai ser no sábado agora, com bastante comida e bebida a rodo.

Janja riu, sabendo não recusaria tal convite da sua nova amiga — Não tenho como dizer não com uma oferta dessas. Claro que vou!

— Perfeito! Te espero no sábado.

Depois de finalizar a ligação, Janja se voltou para o notebook, tentando se concentrar no trabalho que havia sido interrompido. Logo a campainha tocou três vezes, fazendo-a se sobressaltar. Sabia que era Luiz, sempre pontual com seus toques característicos. Thor começou a miar perto da porta, como se também estivesse curioso.

Com um suspiro, ela fechou os olhos e contou até três mentalmente, decidida a ignora-lo, mas, ao final da contagem, encontrou-se se dirigindo para a entrada. Ela abriu a porta e, como esperado, Luiz estava lá, um sorriso irresistível no rosto. Seus olhos brilharam ao vê-la, e ele não perdeu a chance de brincar.

— Olá, linda! — A voz dele era suave e cheia de malícia. — Mais uma vez, me ofereço para ajudar com o que você precisar. O que acha?

Janja levantou uma sobrancelha, cruzando os braços. — O que você quer? Estou ocupada.

Luiz inclinou a cabeça, a expressão brincalhona permanecendo. —  Não posso simplesmente vir visitar uma vizinha? Tenho percebido que você tem me ignorado nos últimos três dias. — Ele deu um passo para mais perto.

Janja gaguejou, tentando manter a compostura. — Não estou... não estava ignorando você. É só que eu tenho estado ocupada.

Luiz riu, um som que parecia estar recheado de segundas intenções. — Ah, entendi. Ocupada. Não precisa ficar nervosa, Janja. Só queria saber se Anielle falou com você.

Janja, sem conseguir esconder a confusão, respondeu rapidamente. — Sim, ela me ligou há pouco. Me convidou para o aniversário dela no sábado.

— Ótimo. Então, podemos ir juntos. O que acha?

— Não sei se quero ir com você. Não sei que hora vou no sábado e...

— Não se faça de difícil, Janja. — Luiz interrompeu, o tom provocador cada vez mais intenso. — Sábado às 19 horas, passo aqui. Não há desculpas.

Janja tentou protestar, mas não conseguia, seu cérebros apenas aceitou.

— Então, combinado. Sábado, às 19h saímos. Até lá, linda.

Janja ficou parada ali, respirando pesadamente. O calor que Luiz provocava parecia ter se instalado no ambiente, e ela sentiu uma onda de formigamento percorrer seu corpo.

Ela se afastou da porta e se dirigiu ao sofá, sentando-se com um suspiro pesado. Sentindo-se totalmente sobrecarregada, começou a brigar consigo mesma em um murmúrio frustrado:

— Por que eu preciso me sentir uma cadela no cio toda vez que ele fala comigo? — Janja se xingava mentalmente.

Ela passou as mãos pelos cabelos, tentando esfriar o desejo que ainda a consumia. Pegou seu notebook e começou a digitar apertando as teclas com força.



...




Com a semana corrida de trabalho, logo o fim de semana chegou depressa. Enquanto Luiz se arrumava para o aniversário de Anielle, o relógio marcava quase 19 horas. Ele ajustava a gola da camisa enquanto pensava sobre convidar janja para o aniversário de seu pai. O que Gleisi sugeriu ainda estava em sua mente, mas conhecendo Janja apenas um pouco, ele sabia que um "não" seria uma possibilidade.

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