"O amor é uma força cega e irracional, que pode levar à obsessão e ao sofrimento."
Arthur Schopenhauer
Ele é meu salvador.
Ela é minha destruição.
Ela é luz e eu sou, a escuridão.
Em um...
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Matteo Lopes
Não me lembro do que aconteceu na noite passada, minha cabeça gira e minha visão está embaçada, dificultando a identificação de onde eu possa estar. O frio invade o cômodo, me despertando e me dando a tentativa de ver onde estou.
Olho para baixo e percebo que estou longe do chão, com meus braços presos no alto da cabeça. Tento me soltar, mas meu corpo apenas se balança no ar, ao longe do chão.
Meus olhos rodam o local que possui uma pequena sala com direito a sofá e tv, algumas ferramentas em cima de uma mesa ao lado da porta. O chão de ardósia gasto, com várias manchas e algumas partes faltando.
Escuto passos se aproximando e a porta é aberta por um homem alto, com uma balaclava e uma roupa militar. Seus olhos estavam estampando uma escuridão que não conseguia decifrar, ele fechou a porta atrás de si e se direcionou até a mesa, se encostando nela.
- Quem é você? O que estou fazendo aqui? – minha voz oscila e tento manter minha visão turbulenta nele.
- Você mexeu com algo meu e eu odeio que mexem com o que me pertence – sua voz ecoa no espaço.
Ele me lembra alguém... é claro que sei quem ele é, o soldado que estava na festa com o bad boy da faculdade. Foi ele que chamou os policiais para invadir e acabarem com a festa.
- Você estava com o bad boy e mais um cara – o latejar de minha cabeça, meu corpo dói com o próprio peso e sinto meus olhos pesarem.
Ele enfia sua mão em seu bolso, retirando uma faca e passando em sua mão, parecendo um pouco sadomasoquista de sua parte. Seu olhar fica parado em mim e essa brincadeira já está perdendo a graça.
- Foi o Jeff que te pagou para fazer essa brincadeirinha? – é bem a cara dele fazer isso, já que na última brincadeira que fiz com ele, ele foi para o hospital.
- Tenho cara de quem perde meu tempo com seres insignificantes como você? – ele caminha devagar até mim, me fazendo sentir um leve tremor – Sou homem de falar apenas uma vez, na próxima que encostar em minha mulher será torturado até pedir sua própria morte!
- Quem você pensa que é para falar assim comigo? – uma mistura de raiva e medo me invadem, mas tento não demonstrar na situação que estou.
- YA Nikolay Vasil'yev, muzhchina, kotoryy zastavit tebya platit' za kazhdoye prikosnoveniye k moyey zhene – sou atingido por um soco, que faz com que minha cabeça fique mais tonta e meu corpo se torna um saco de pancada.
A dor me invade mais forte à cada soco, minha visão fica mais turvada e já não consigo me manter tão firme como esperava. Nicolai, seu nome ecoa em minha mão a cada machucado que ele provoca em meu corpo fraco e drogado.
- Para... – minha voz é baixa, oscilante e fraca.
Meu pedido não é nada para que ele possa parar, ele continua com seus socos e tudo piora no momento que sinto um metal gélido me invadir. Por um momento, meus pulmões esquecem do ar e em minha boca, o gosto metálico de meu próprio sangue.
- Não gaste suas preces mentalmente, deus não vai te livrar da morte – um último golpe e meu corpo não responde mais – Ele não vai te livrar de mim!
Tudo fica preto, escuro e sem vida. Meus olhos não abrem e sinto que não vão se abrir tão cedo.
