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Após conversar com meu pai, ainda abalada, decido que preciso ter um último encontro com Rafe. Mando uma mensagem para ele: "Vamos nos encontrar, por favor." Ele responde apenas com o endereço da casa onde nos ficamos pela primeira vez. Sem pensar muito, pego uma blusa de frio, desço as escadas e vejo meu pai conversando com o cozinheiro. Aproveito a distração e saio de casa. Decido ir a pé, e enquanto caminho, minha mente não para. "E se eu fugisse com o Rafe? E se eu tentasse esquecê-lo?" Esses pensamentos se repetem, confusos e dolorosos.
Chego à casa em um instante. Ao entrar, vou direto para a sala e vejo Rafe jogado no sofá. Sobre a mesa, há cocaína. Meu coração aperta.
- Você me disse que tinha parado - digo, sentindo a decepção na voz.
Rafe, de olhos fechados, responde sem sequer se mover:
- É... mas eu perdi o motivo para parar.
Entendo o que ele quis dizer. Sento ao seu lado, soltando um suspiro pesado, sem saber o que falar. O silêncio entre nós é quase insuportável. Após alguns minutos, resolvo quebrá-lo.
- Minha irmã é muito bonita.
Ele não reage, apenas fixa o olhar em um ponto qualquer, com uma expressão séria e distante. Parece que nada mais importa para ele. Me aproximo um pouco mais e, dessa vez, ele finalmente vira para me olhar. Ficamos nos encarando por alguns segundos antes de ele me puxar para um beijo.
Aquele beijo... eu sabia que seria o último. Seus lábios me traziam de volta o calor que eu tanto amava, um sentimento que me envolvia por completo. Eu ia sentir falta disso, dele. Quando o beijo termina, minhas lágrimas começam a escorrer, e eu o encaro com o coração apertado.
- Eu te amo, Rafe.
Ele ainda segurando meu rosto, responde com a voz baixa:
- Eu também te amo, Maly Seabrook
Naquele momento, naquele lugar, nos entregamos um ao outro uma última vez. Nossa despedida. Nossa última vez juntos.
No outro dia, acordei no meu quarto, revivendo cada detalhe da noite passada. Eu sabia que sentiria falta dele, dos toques, da presença, mas precisava manter minha cabeça no lugar. Desci as escadas e vi meu pai sentado, tomando café. Peguei um pão rapidamente, sem intenção de me juntar a ele.
- Não vai se sentar comigo, filha? - perguntou ele, enquanto eu já subia as escadas.
- Bom dia, pai. Hoje tô afim de ficar no meu quarto - respondi, sem parar. Não queria ser rebelde, mas tudo o que eu precisava naquele momento era ficar sozinha.
De volta ao meu quarto, me joguei na cama, coloquei os fones e deixei a música me levar, imaginando como as coisas poderiam ter sido diferentes. Fiquei assim por um bom tempo, até meu pai bater na porta e entrar.