Eu sou a Maly Seabrook. Meu pai é o Manuel Seabrook, dono de uma das maiores empresas do Canadá. Eu resolvi ir com ele numa viagem de negócios para Outer Banks, já que estou de férias. Ele tem umas coisas para resolver com o parceiro dele, o Ward Cameron, mas também quer aproveitar um pouco a ilha.
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Chegando de uma longa viagem de avião até Outer Banks, eu tinha fé que seriam grandes férias. Assim que chegamos, meu pai comprou uma casa dos Cameron, que são sócios da empresa dele. Meu pai veio para a ilha onde eles moram tanto para negócios quanto para aproveitar as férias. Já me acostumei na casa incrível que ele comprou e sinto que estas serão férias que nunca vou esquecer.
Sinto que, se minha irmã estivesse aqui, seria diferente. A gente aproveitaria muito. Minha irmã é minha melhor amiga e estamos sempre juntas em tudo. Ela teve que ficar para resolver alguns assuntos da faculdade, e minha mãe também ficou para participar de reuniões do meu pai e ajudar a comandar a empresa local.
Enquanto eu descia as escadas conhecendo a casa, meu pai me chamou:
- Filha, me acompanhe até a casa dos Cameronn, que é aqui ao lado. Eles nos convidaram para almoçar lá. Acho que é um gesto de boas-vindas - disse ele, super concentrado no celular enquanto falava.
Eu desço lentamente, concentrada no que ele fala, e respondo:
- Claro, pai.
Ele se levanta, guarda o celular no bolso, e eu o acompanho até a porta. Vamos conversando sobre como achamos que serão estas férias, só eu e ele, nesta ilha que parece ser muito bacana. No almoço, havia muitas coisas gostosas; aquela mesa estava recheada. Sentei-me ao lado da filha deles, a Sara, e ela logo puxou conversa:
-Maly, tem muitas festas por aqui. Se você quiser, posso te chamar para algumas, se se sentir confortável em sair comigo.
Limpando a boca após terminar minha refeição, olho para ela e digo:
-Com certeza eu iria. Quero aproveitar essas férias ao máximo, e aqui parece ter lugares incríveis que eu não vou me arrepender de visitar. - Termino com um sorriso.
Ela me olha e responde:
-Olha, não quero te desanimar, mas as festas e os lugares aqui são sempre os mesmos. No começo pode parecer legal, mas depois de um tempo você vai se sentir entediada. Pode ter certeza.
-Espero que não me decepcione tanto. Afinal, são só umas férias - digo, rindo.
Ela ri também e volta a se concentrar no prato. Na minha frente estava o filho deles, Rafe, que parecia desconfortável. Imaginei que, se a irmã dele era legal, ele também deveria ser. Olhei para ele e, quando ele finalmente me olhou, sorri e perguntei:
-E você, também gosta de festas?
Rafe ficou me encarando por um tempo e, então, disse:
-Pai, estou satisfeito - levantando-se e saindo da mesa. Fiquei muito envergonhada, achando que o incomodei.
- Ele é assim mesmo, um babaca - disse Sara, limpando a boca.
-Bom, preciso encontrar o Topper. Boa sorte ficando aqui - completou, pedindo licença e se retirando.
Depois de minutos ouvindo meu pai e o senhor Cameron conversando sobre negócios, Sara volta e pega na minha mão, me levantando da cadeira.
-Sério, eu vou te livrar dessa. Quer conhecer meus amigos? Bom, só o Topper e o Kelce, mas talvez você goste deles.
Eu não tinha nada melhor para fazer e meu pai com certeza ia demorar mais ainda. Levantei-me e disse:
-Vou sair com a Sara, qualquer coisa me liga.
Meu pai apenas mexeu a cabeça concordando e voltou ao assunto importante que estava discutindo.
Fomos a um café próximo da casa da Sara e da minha. Começamos um papo tranquilo, pedimos café e alguns biscoitos só por pedir, alias já tinha almoçado. No entanto, o papo deles era basicamente sobre como são ricos e diferentes dos outros por causa da sua riqueza. Eles eram engraçados, mas pareciam se importar apenas com isso.
Enquanto conversávamos, eu observava o café, que era muito lindo e chique. Realmente, tinha que ser assim, já que as coisas bonitas geralmente são caras. Apesar de eu ter condições de comprar, tenho noção de como os preços podem ser altos ou não.
Mas eu estava ficando entediada ouvindo Kelce falar sobre o quão ricos e bem sucedidos são seus pais e tudo mais. Sara e Topper tinham sumido, e estava ficando realmente chato. No entanto, sentia que precisava suportar a situação; afinal, não seria educado mandá-lo calar a boca ou simplesmente sair dali. Olhando um pouco para longe do Kelce, virei-me para a praia e vi um grupo de amigos - uma menina e três meninos - se divertindo ao redor de uma fogueira. Pareciam genuinamente felizes.
Cortei Kelce enquanto ele falava, perguntando:
-Quem são aqueles? Você os conhece?
Ele olhou na direção deles e disse com uma expressão de desaprovação:
- aqueles são os Pogues, uns ladrãozinhos. Você não deve se envolver com eles.
Como eu não entendia o que era "Pogue", perguntei a ele.
Ele me explicou que "Pogue" é uma forma pejorativa de dizer que são pessoas pobres, desfavorecidas. Eles se referem a pessoas como nós dois como "Kook", que são os que têm um futuro garantido aqui e provavelmente serão bem-sucedidos na vida. Senti-me envergonhada pelo que ele estava dizendo. Sinceramente, queria sair correndo dali, mas não consegui. Apenas balancei a cabeça e fiquei quieta, rezando para que Sara voltasse logo.
Assim que voltamos a falar, ele continuou a falar sobre sua riqueza, mas não demorou muito para que Sara e Topper retornassem. Sara chegou dizendo que precisávamos ir embora porque seu pai havia ligado pedindo para ela voltar para casa.
Chegando à casa dos Cameron, dei um abraço em Sara agradecendo, e então Rafe chegou com sua moto. Eu o vi e sorri gentilmente para ser educada. Queria pedir desculpas pelo ocorrido, mas quando ele tirou o capacete, começou a me encarar intensamente por um bom tempo, de cima a baixo. Isso me deixou um pouco desconfortável, então virei e fui embora. "Esse menino é estranho", pensei comigo mesma.
Cheguei em casa e encontrei meu pai no escritório, organizando suas coisas. Ele parecia ter acabado sua papelada e me encostei na parede ao lado da porta.
-Pai, é férias. Eu sei que você veio resolver coisas da empresa, mas não achei que passaria todas as férias apenas mexendo em papéis e conversando sobre trabalho - comentei seriamente.
Meu pai deu uma risada e respondeu:
-Ainda vamos curtir muito, é só o primeiro dia. E como foi o seu dia?
Ele olhou para o meu pé, que balançava de um lado para o outro.
- É estranho como as pessoas se dividem em grupos de classe, com um lado sendo rico e o outro pobre, e eles não se falam, parecem até se odiar. Há muito julgamento - comentei enquanto ele se levantava.
- Você vai se acostumar, são só as férias. É legal ter experiências e conhecer pessoas novas - disse meu pai, levantando-se. Apenas concordei. Depois, convidei-o para assistir a um filme, o que ele prontamente aceitou. Assim foi minha noite.
Espero que gostem! Se encontrarem algum erro ou tiverem alguma sugestão construtiva, por favor, me avisem. Fiz com muito carinho e esforço.