Capítulo 19.

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Eu não fui pego.

Retornei para a Batcaverna sem ser visto; e ao deitar outra vez, demorei para pregar os olhos, graças a conversa entre os primos.

Eu estava com dúvidas, encucado com a questão da Tate, exército e a anônima nomeada de Fox. Já estava evidente que havia algo sucedendo e, de novo, fui lento. Portanto, demandava investigar mais sobre a Guerra e os Theerapanyakul. Um papel e uma caneta iria me auxiliar na tarefa, mas adormeci quando o Arm parou de roncar.

E só acordei com Tankhun batendo panela no corredor.

Ele despertou a mansão em grande estilo, já que era terça-feira, o dia do casamento.

À vista disso, não houve o treinamento com o Porsche. O que foi ótimo. Como dito, ele estava sendo justo a respeito da minha atitude de espionar alheios. Não era do meu perfil tentar entender as decisões dos líderes. Entretanto, eu não curti o jeito que ele esclareceu que não existia amizade entre nós. O que sim, era hipocrisia da minha parte reclamar, só que….ah, besteira.

De qualquer modo, eu não estava animado no ensaio final da valsa. Ainda bem que Vegas não compareceu, ou eu ia desistir no meio do processo. O que seria uma gafe, ele esteve a manhã inteira com os noivos, fazendo seja lá o que.

Para aumentar a minha lástima, os ponteiros do relógio pareciam estar congelados. Foi uma tarde alvoroçada com os funcionários terminando de ajeitar a área, e logo, se arrumando.

Por falar em “arrumar”, às dezoito em ponto, Arm apareceu com as minhas vestimentas, que estavam sujas com os miolos da gângster. No caso, certo alguém limpou os sacos plásticos, e numa das roupas, havia um bilhete.

Escolhe aquele que você gostar e couber. -V

Não queria ir, não era bem-vindo. Me sentia igual a um estrangeiro numa barulhenta cidade desconhecida. Vegas estava sendo sincero: embora estivesse com eles, jamais seria um membro da Segunda Família.

Ao recusar a me vestir, Arm mandou que eu encerrasse a birra. Até agarrou os meus tornozelos e me rebocou para fora das cobertas. E somente cooperei em me aprontar, pelo fato de que ele me ameaçou.

Sendo assim, no presente, eu observo a minha aparência no espelho. Com uma fina camada de gel, os meus cabelos estão para trás. Há um mini band-aid sobre o meu nariz e o restante dos hematomas estão cobertos com a maquiagem, por exemplo, o blush demarca as bochechas rosadas e salientam a minha pele clara. Optei por um tecido de seda, na tonalidade cinza, em que o bolsinho tem uma pequena listra laranja. O caimento está adequado. Por fim, o calçado, o regularmente, só os tênis entram no meu pé.

— É, é, você está incrível que nem a Kendall Jenner, mas se já acabou de se admirar, temos que ir. O negócio começa em dez minutos — Informa Arm parado na porta aberta.

Pela última vez, fito o meu reflexo e ergo o queixo. Há uma razão para os uniformes do Big, Porsche e do apressadinho ali, serem traje social. Terno e gravata é o que expõe a nossa coragem, ambição e falsa arrogância.

Vou até o Arm, que também está bonito. O paletó verdinho engrandece a sua musculatura, e sem os óculos, alguns fios estão por cima das íris brilhantes, que denota a sua sensualidade.

— Aqui — Me dá um par de lentes pretas e redondas.

— Pra quê? São sete e vinte da noite.

— Charme nunca é demais, baby — Ele bota os seus.

Revirando os olhos, devolvo o acessório e saio do quarto.

A Wolfpack perdura irrequieta. Guarda-costas, com os fuzis engatilhados, estão distribuídos pelos quatro andares da residência. Eles estão focados inteiramente em cada aposento aceso, no intuito de não fornecer a frincha de invasores se ocultarem no breu.

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