Prologo

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LAURA GABRIELLI
🌅 Rio de Janeiro,Brasil.• 2022

Fecho meu notebook com força

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Fecho meu notebook com força. Parece que nada está fluindo,eu não consigo ter nenhuma inspiração para escrever. Faz cerca de um ano e meio que eu não consigo escrever nada que seja realmente bom; o meu último livro que realmente deu certo foi o "primeiro beijo".

Ele foi inspirado em um romance de adolescência, baseado completamente em fatos reais, ou melhor, completamente baseado na minha vida. A minha vida tem sido monótona a muito tempo, então não consigo ter nenhuma inspiração realmente boa. Mas eu preciso trabalhar, eu preciso entregar algo para a editora de livros ― mas analisando a minha inspiração, eu vou acabar passando fome.

O responsável pela minha carreira, o Matheus,está martelando na minha cabeça que eu preciso escrever algo para continuar mantendo o meu nome nesse meio. Mas não dá, eu não consigo. Eu vou ter que começar a aceitar outros trabalhos para conseguir ter alguma renda, voltar a escrever livros sobre a vida de outra pessoa; eu odeio aceitar esse tipo de trabalho que o Matheus me arruma, mas eu não tenho outra opção.

― Matheus, não tem ninguém pra ir no meu lugar? ― Discuto no celular.

"Cara, sua família já é amiga da família dele.
Para de reclamar e vai fazer o seu trabalho."

― Eu não misturo amizade com trabalho, né?

" não tem discussão, vai ser você. Ele está te encontrar aí no seu escritório."

Ele desliga o celular, me deixando sem alternativa nenhuma. Eu tento me manter o mais profissional possível, não existe nada que eu possa fazer além de esperar ele chegar; já que o Matheus não me deu uma alternativa e não tem como eu correr daqui.

Eu passo os dedos no teclado,tentando voltar a escrever, mas não consigo. Mexo em alguns papéis,tentando distrair a minha cabeça; faz anos que eu não vejo o Gabriel, eu sempre fujo quando as nossas famílias resolvem se entrar. Eu sempre dou uma desculpa, falo que eu estou trabalhando,que eu estou viajando e nunca apareço. Ver ele depois de anos me deixa ansiosa, ou talvez irritada, eu ainda não sei descrever o que eu estou sentindo.

Recebi um telefonema que ele está na portaria me esperando, então o libero para subir. Ele abre a porta com um sorriso autoconfiante, que eu conheço muito bem; esse sorriso sempre vem seguido de alguma gracinha.

― Sempre pontual né ,Laurinha?

Revirei os olhos. Ele era o único além da minha mãe que me chamava assim, e sabia muito bem o quanto isso me irritava. Respirei fundo e apontei para a cadeira na minha frente.

Capítulo inacabados Onde histórias criam vida. Descubra agora