LAURA GABRIELLI
🌅 Rio de Janeiro, Brasil.Chegamos à casa do Gabriel, e o silêncio entre nós ainda era carregado. Eu desci do carro e tentei agir como se tudo estivesse normal, mas sabia que ele estava me observando, como sempre.
Entramos, e eu larguei minha bolsa no sofá, me jogando ali sem pensar duas vezes. Gabriel logo veio atrás, e quando se jogou no outro sofá, me olhou de canto, já com aquela provocação disfarçada no sorriso.
— Tá, e agora? — ele perguntou, com um ar despreocupado, mas o tom indicava que ele ainda não tinha esquecido da discussão. — Vai continuar se fazendo de durona?
— Eu não tô me fazendo de nada, Gabriel. — murmurei, tentando disfarçar a irritação.
— Aham, sei. — ele deu aquele sorriso de lado, o mesmo de sempre, que me provocava sem precisar de muito esforço. — Você esquece que eu te conheço, né? Não adianta bancar a forte o tempo todo.
Revirei os olhos, mas antes que pudesse responder, ele se levantou e foi até a cozinha.
— Quer beber alguma coisa? — ele perguntou, como se fosse algo trivial, mas eu sabia que ele só estava tentando mudar de assunto. — Ou você quer falar sobre o que tá rolando?
— Já falei que eu vou dar um jeito, Gabriel. — respondi, tentando encerrar o assunto ali.
— Vai dar um jeito... — ele repetiu, voltando com dois copos de água. — Sempre essa resposta. Mas, olha só, cê sabe que não precisa bancar a independente o tempo todo, né? Não comigo.
Ele se sentou ao meu lado, me entregando o copo. Eu respirei fundo, tentando controlar o incômodo que estava crescendo de novo.
— Não quero ser um peso pra você. — falei, finalmente soltando o que estava preso na minha garganta.
Gabriel balançou a cabeça e suspirou, com aquele jeito despreocupado que ele sempre tinha.
— Você não é um peso, Laura. Para com isso. — Ele me encarou, agora sem nenhuma brincadeira na voz. — Se eu tô te oferecendo ajuda, é porque eu quero. Eu vou cuidar dessa parada do aluguel. Vou arcar com tudo o que você precisar. Não precisa ter essa resistência toda.
Eu olhei para ele, querendo recusar, mas a ansiedade começou a apertar de novo. Meus dedos começaram a se mover de forma involuntária, um hábito que eu não conseguia controlar quando estava nervosa. Ele notou, e a expressão no rosto dele mudou.
— Laura... — ele disse com a voz mais baixa, se inclinando um pouco mais perto de mim. — Cê tá nervosa de novo? Calma, respira.
Eu tentei esconder os movimentos, mas ele já tinha percebido. Antes que eu pudesse dizer algo, Gabriel colocou a mão na minha, interrompendo o gesto repetitivo.
— Relaxa, tá? — ele falou suavemente. — Não vou te deixar sozinha nessa.
Eu respirei fundo, tentando acalmar a minha mente. Ele não estava sendo sarcástico dessa vez, e isso me pegou de surpresa. Aquele Gabriel debochado que eu conhecia estava dando lugar a alguém mais... sério, pelo menos por agora.
— A gente resolve isso juntos. — ele completou, com um sorriso discreto. — E cê sabe que se precisar de mais alguma coisa... é só falar.
Eu ri de leve, tentando quebrar o clima tenso.
— Tá, mas não pensa que isso quer dizer que eu tô te devendo nada. — falei, tentando recuperar meu tom de sempre.
Ele riu, balançando a cabeça.
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Capítulo inacabados
FanfictionDesde a infância, Laura e Gabriel têm uma química peculiar que se manifesta através de uma implicância constante e uma rivalidade inexplicável. Embora todos ao seu redor acreditassem que a animosidade entre eles era genuína, ninguém sabia que, no pa...