Capítulo 4: O Despertar das Sombras

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O silêncio na sala subterrânea parecia mais pesado, quase palpável, após a visão. Helena ainda sentia os ecos das imagens em sua mente, tentando processar o que havia acabado de acontecer. No entanto, algo novo pairava no ar. Um cheiro doce e metálico, algo que ela não conseguia identificar de imediato. De repente, sentiu uma presença atrás dela, fazendo sua espinha gelar.

Virando-se devagar, Helena viu um vulto emergir das sombras no canto da sala. Era um homem alto, esguio, com uma pele pálida como mármore e olhos vermelhos que brilhavam com uma fome ancestral. Seus cabelos negros caiam em ondas sobre os ombros, e sua presença exalava poder e perigo. Ele se aproximou lentamente, seus passos silenciosos como um predador.

— Finalmente — sua voz era grave e encantadora, mas carregada de um tom de ameaça velada. — Depois de tantos anos... alguém abriu o portal.

Helena recuou instintivamente, seu coração disparando no peito. As histórias que sua avó contava sobre a mansão e seus segredos começaram a fazer sentido. Alaric Brumont não havia apenas trancado um mistério — ele havia selado uma criatura imortal nas profundezas da terra. Um vampiro.

— Quem é você? — Helena conseguiu perguntar, sua voz quase sumida.

— Eu sou Alistair, o guardião da pedra, ou melhor, o prisioneiro. — Ele deu um sorriso tortuoso, revelando presas longas e afiadas. — Seu tio-avô foi esperto ao me selar aqui. Sabia que eu representava o maior perigo para este mundo.

Helena sentiu sua mente girar. Seu tio-avô prendeu um vampiro? E agora, por sua curiosidade, ela o havia libertado.

— O que você quer de mim? — sua voz tremia, enquanto tentava manter a calma.

— Não quero muito. Apenas a liberdade que me foi tirada. E talvez... uma recompensa pela sua audácia em me libertar. — Alistair se moveu rapidamente, e em um piscar de olhos, ele estava bem diante dela, seus olhos ardendo em uma luz faminta. — Você me trouxe de volta à vida, Helena. Agora, está ligada a mim.

Helena sentiu o ar se esvair de seus pulmões. O olhar dele era hipnótico, uma mistura de charme e ameaça. Ela sabia que precisava sair dali, mas suas pernas pareciam presas ao chão.

— A mansão Brumont foi construída sobre um pacto, uma dívida antiga que precisa ser paga. Você faz parte disso agora, Helena. Não pode fugir do seu destino. — Ele se inclinou mais perto, sussurrando em seu ouvido. — E eu posso te mostrar o que significa realmente viver nas sombras.

Num impulso de coragem, Helena deu um passo para trás, escapando do alcance dele.

— Eu não sou como meu tio-avô. Eu não serei sua prisioneira.

Alistair riu suavemente, mas seus olhos brilharam com uma mistura de raiva e diversão.

— Veremos.

Antes que pudesse reagir, ele desapareceu nas sombras com uma velocidade sobrenatural, deixando a sala fria e deserta. Helena ficou ali, o coração batendo descompassado. Sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. A escuridão que havia despertado era muito maior do que ela podia compreender.

Agora, o verdadeiro desafio começava: sobreviver ao vampiro que ela libertou e desvendar os segredos da mansão Brumont antes que fosse tarde demais...

O Segredo da mansão brumont.Onde histórias criam vida. Descubra agora