O sol já estava se pondo no horizonte quando Dylan, com seu porte imponente, desceu do ônibus com as últimas crianças. Seus cabelos pretos reluziam sob a luz dourada do crepúsculo, enquanto seus olhos azuis observavam, com um toque de nostalgia, a cidade que ele não via há tantos anos. Cada criança foi entregue em segurança às suas respectivas famílias, os sorrisos de alívio e gratidão enchendo o ar de uma sensação de paz.Ao lado dele, Amora, com seus cabelos ruivos brilhando como fogo e seu vestido medieval ligeiramente amarrotado pela longa jornada, olhava ao redor, sentindo o peso da memória. Ela e Dylan haviam vivido uma vida de desafios, e agora, com tudo o que haviam enfrentado, o momento de voltar para casa parecia mais doce do que nunca.
Quando a última criança foi recebida pelos pais, Dylan virou-se para Amora, um sorriso suave curvando seus lábios. "Está na hora", ele disse, a voz firme mas carregada de emoção.
A caminho da casa de seus pais, Dylan sentiu o coração acelerar. Ele não via John e Ethel havia tantos anos que mal sabia como seria o reencontro. Ao chegarem, as portas da pequena casa se abriram, e lá estavam eles, com os mesmos sorrisos calorosos de outrora. Ethel foi a primeira a correr para os braços de seu filho, as lágrimas escorrendo pelo rosto envelhecido, enquanto John se aproximava, mais reservado, mas com os olhos cheios de orgulho. O abraço foi longo, um momento de pura reconciliação e saudade saciada.
Amora, à distância, observava aquela cena com um nó na garganta. Embora se alegrasse por Dylan, a sombra do passado de sua própria família ainda pairava sobre ela. Seus pensamentos estavam na casa onde crescera, em meio à floresta, um lugar que não via há tanto tempo.
Depois de um tempo de alegria e conversas na casa dos pais de Dylan, chegou o momento de Amora e Dylan seguirem para a casa dele. Era um refúgio simples, mas confortável, e ela sabia que teria de se abrigar ali até que reunisse coragem para retornar à floresta e enfrentar o que restava de seu próprio passado.
Nos dias seguintes, a conexão entre Dylan e Amora se fortalecia. Ambos eram hábeis no arco e flecha, e passavam horas praticando, lembrando-se de todas as lutas que haviam superado juntos. Amora sentia-se segura ao lado de Dylan, mas sabia que algo a chamava de volta — uma necessidade de ver sua antiga casa.
Quando finalmente chegou o dia, Amora partiu sozinha para a floresta, com o coração pesado e os sentidos alertas. Ao se aproximar da clareira onde ficava sua casa, seu coração disparou. A cabana estava em ruínas. As paredes de madeira estavam rachadas e o telhado, parcialmente caído. Ela ficou parada, os olhos marejados, até ouvir um som familiar: o ruído do metal sendo trabalhado.
Amora se aproximou lentamente de seu pai, que continuava a amolar as flechas com precisão, sem levantar os olhos. O som do metal contra a pedra ecoava na floresta silenciosa. Quando finalmente ele percebeu sua presença, ergueu a cabeça, e os olhos dele se encontraram com os de Amora.
**Pai de Amora**: (surpreso e emocionado)
"Amora...? É você mesmo? Achei que nunca mais te veria, minha filha..."**Amora**: (com a voz embargada)
"Pai... eu voltei. Desculpe por ter demorado tanto. Eu... eu não sabia o que encontrar quando voltasse."**Pai de Amora**: (abaixando a flecha e se levantando lentamente)
"Não precisa se desculpar. Eu sabia que você voltaria quando estivesse pronta. Sempre esperei por você aqui, mesmo quando tudo ao redor desmoronou."**Amora**: (olhando para as ruínas da casa)
"A casa... nossa vida aqui... Está tudo destruído. Como você conseguiu ficar?"**Pai de Amora**: (com um suspiro pesado)
"Não restou muito para mim além das lembranças e da esperança de que você voltaria um dia. Essa casa pode estar em ruínas, mas enquanto eu tiver meu arco e minhas flechas, eu ainda tenho algo para lutar. E agora, você está aqui."**Amora**: (segurando as lágrimas, mas tentando sorrir)
"Eu voltei, pai. E não vou te deixar mais. Vamos reconstruir tudo juntos, como era antes."**Pai de Amora**: (colocando a mão no ombro dela, emocionado)
"Juntos. Como sempre deveria ter sido. Eu sabia que a floresta nunca a afastaria para sempre. Há força em você, Amora. Uma força que eu nunca deixei de acreditar."Amora se inclinou para abraçá-lo, e naquele momento, não precisavam de mais palavras. O silêncio entre eles, cheio de dor, arrependimento e amor, dizia tudo.
Seguindo o som, ela avistou uma figura curvada sobre um bloco de pedra, amolando flechas com uma precisão meticulosa. Seu pai. Ele não tinha partido, como ela imaginara. Estava ali, vivendo nas sombras daquilo que um dia foi seu lar, mantendo viva a memória de tempos melhores.
Amora se aproximou lentamente, e quando seu pai levantou os olhos, os deles se encontraram. Por um momento, nenhum dos dois falou. O tempo parecia ter parado. Ela viu nos olhos dele o mesmo cansaço que sentia dentro de si, mas também uma centelha de esperança, como se sua chegada pudesse, de algum modo, acender uma nova chama de vida naquele lugar esquecido.
E então, sem uma palavra, ele a abraçou. Um abraço que dizia mais do que qualquer conversa poderia expressar.
Agora, com Dylan ao seu lado e sua família finalmente encontrada, Amora sabia que um novo recomeço estava diante deles. Era hora de reconstruir, de curar as feridas do passado e de, juntos, criar uma nova história.
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JOGOS DE SOBREVIVÊNCIA
AcciónSobreviva se for capaz Por MARIA ALVES No tenebroso Prédio de Sangue, sobrevivência não é uma vitória - é uma maldição. Amora Montgomery, mestre no arco e flecha, é arrancada de sua vida e jogada em um pesadelo onde jovens como ela lutam para ver...