Entre Mundos & Desejos

Capítulo 2: 18 anos

  Minha vida sempre foi normal, nada de interessante ou anormal acontecia comigo. Como se eu estivesse destinada a ter uma vida entediante ou até...solitária.

Estou no terceiro ano do ensino médio, e depois disso é seguir a vida com o que aprendeu na escola e o que tem para sobreviver no mundo. Mas eu não sei o que fazer depois que terminar a escola, são muitas escolhas de carreiras, e eu não escolhi nenhuma.
Andando pela calçada das ruas, depois de um dia cheio de estudos, olha ao redor enquanto anda, observando os pequenos detalhes das pessoas, casas, veículos, e várias as coisas que se pode olhar, enquanto deixar a imaginação fluir como um vento, que sopra as folhas de árvores levando para longe enquanto voam no ar.
E hoje, é meu aniversário de 18 anos, uma idade em que você não é mais criança e sim um adulto. Adulto... uma palavra muito forte, mas com um peso muito grande como se estivesse carregando o universo inteiro nas costas, com novos ciclos e responsabilidades.
  Eu nunca imaginei eu mesma como adulta, mesmo sabendo que tenho 18 anos, sempre me imaginei tendo uma vida chata, mas eu não sei o que o destino me reservou para o meu futuro.
Cheguei em casa, mas na verdade é uma mansão em que eu e meu pai moramos, e também com algumas empregadas e empregados na mansão, e eu gosto deles, até porque eles cuidam de mim, desde o desaparecimento de minha mãe, todos da mansão consideram de que ela morreu, foi sequestrada ou até assassinada e nunca mais foi vista, porém, meu pai, ele nunca toca no assunto do desaparecimento dela, e toda vez que vejo isso nos olhos dele, os olhos transparecendo de um lampejo de um segredo.
  É como se ele soubesse de algo. Mas para mim, eu sinto que ela não apenas morreu ou foi sequestrada, é como se ela tivesse entrado em outra dimensão e não conseguiu voltar para realidade.
  Entrei pelas portas da mansão e fui recebida por Elizabeth, uma das empregadas da mansão e que também cuidou de mim.
– Amirah, que bom que chegou bem, como foi na escola querida? – pergunta Elizabeth com um sorriso no rosto, que marca suas covinhas.
– Oi senhora Elizabeth – diz com uma voz cansada devido a escola, mas não deixa transparecer o cansaço no ar.
  Elizabeth olha para mim com os olhos cheios de cuidado e carinho. Ela é uma mulher bonita, com longos cabelos pretos da cor de um corvo presos em coque, e os olhos cor de âmbar, quase dourados e brilhantes como um ouro.
  – Querida...você cresceu tanto, e agora é uma menina tão bonita... – ela fala, mas demonstra nostalgia, saudade e também orgulho – como hoje é seu aniversário, eu e os outros da casa, preparamos tudo para você, especialmente seu pai – ela cita com um sorriso.
  Quando ela falou de meu pai, despertou uma pitada de curiosidade e interesse dentro de mim, sobre o que ele vai fazer e que surpresa ele ta fazendo. Eu sei que como estou fazendo 18 anos, sei que ele vai me dar de presente algo importante ou que também vai marcar o início da minha fase adulta, sendo que a vida de um adulto só é responsabilidades, emprego, pagar contas e boletos.
  É como se as pessoas quando adultas, elas não tivessem mais vida própria, como se fossem máquinas que tem uma rotina programada só pra trabalhar, e nunca ter um tempo pra si.
  É como as crianças, quando elas completam a idade da adolescência e atingem a puberdade, elas descobrem o outro lado disso, que são os estudos. Descobrem que precisam estudar muito nessa fase da adolescência, apenas para agradar aos pais e também pais narcisistas, elas estudam e no final não são mais crianças. São apenas bonecas sem emoção, que os pais usam para satisfazer os caprichos que nunca tiveram quando criança.
  Como se todo mundo que atinge uma certa idade, adolescencia ou adulta, perdem vida, emoção e até...felicidade e amor...duas armas poderosas no mundo, que algumas pessoas invejam e odeiam muito.

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  Às vezes, me pergunto todas as noites como agora: como seria se eu estivesse em outra realidade. Como se esse mundo que eu vivo, tão sem graça, sem cor e vida, não pudesse entender as minhas imaginações e histórias que eu gostaria de viver.
  Sentada na minha cama agora lendo um livro da história Peter Pan, no meu quarto da mansão, era um quarto simples mas também bonito, com algumas estantes cheios de livros para eu escapar da realidade, e entrar para o outro mundo por meio dos livros.
  Viajei para vários lugares e mundos sem sair do meu quarto, como para a Terra do nunca de Peter Pan, voar no tapete mágico com Alladin e Jasmine, ou até ver as lanternas flutuantes com rapunzel. Eles, os livros, me fizeram enxergar o mundo de maneira mágica, me transportaram para mundos mágicos e permitiram-me viver inúmeras vidas em uma só.

  Como dizia George R. R. Martin: um leitor vive mil vidas antes de morrer. O homem que nunca lê vive apenas uma.

  Então, tudo pra mim se iniciou apenas com letras em várias páginas, com apenas uma leitura de um livro ou vários. Eu me afundei em algo que eu nunca gostava quando criança, me afundei cada vez mais fundos nos livro, e isso é satisfatório e excitante.