Capítulo 6: perseguição

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É um sonho maluco. Antes eu estava em casa, depois no labirinto de rosas no jardim, uma floresta escura, e de repente aqui estou eu em um mundo estranho, mas também interessante de se ver.
  Ainda assim, quando aqueles olhos vermelhos revelaram sua verdadeira face, não tinha nem palavras e muito menos o fôlego. Aqueles olhos, não eram só os olhos, era um homem.
   Mesmo assim, olhando para ele, tinha traços que marcaram ele em sua aparência, cabelos pretos da cor das penas de um corvo que sobrevoava, sem contar o sorriso maléfico dele sobre mim, com os caninos afiados como de um predador. Eu não sabia oque pensar e dizer sobre esse homem misterioso e atraente na minha visão.
   O corpo dele, é como um refrigerador de electrolux, grande e muito alto comparado a mim, parecia que ele tinha 1,98 de altura. Os braços dele, grandes, fortes e cheios de músculos, o que fazia esse homem misterioso ser atraente e gostoso aos meus olhos.
  Não posso negar que eu imagino como ele é na cama. O olhar dele sobre mim, não tem como explicar, dizia tudo o'que ele queria fazer comigo, e queria ver o que ele quer fazer, mesmo ele sendo desconhecido para mim. Mas vendo de perto, ele parecia familiar, parecendo que eu o já vi, mas não o vi ele só uma vez…foram várias vezes.
  Quando ele falou aquelas palavras sombrias, mas também excitantes que faziam meu corpo se arrepiar e tremer, as minhas pernas quase ficaram bambas.
  Dizendo que eu sou dele…de corpo e alma, me fez ficar quente com isso, vendo que ele é o rei demônio desse mundo estranho. Não sei se o meu corpo treme de excitação por causa desse homem que parece um deus grego, ou se é de medo por estar na frente de um demonio que podia me matar a qualquer momento.
Agora, estou fugindo dele, correndo em uma floresta escura de um mundo desconhecido, sabendo que ele é uma entidade demoníaca e que podia acabar com a minha vida, junto com as coisas que tem nesse mundo estranho e mágico.
Mas, porque nos olhos dele, tinha um brilho como se ele me conhecesse.
  Correndo e correndo até ficar cansada, eu paro. Quando olho para trás, vejo que estou sozinha e aparentemente ele não tá me perseguindo. Apenas sozinha em uma floresta escura em um mundo desconhecido em que eu me enfiei.
Cada vez mais em que eu olho ao meu redor, é como se eu já tivesse vindo aqui várias vezes, mas é como uma memória coberta de uma neblina na mente em que é difícil de lembrar.
Assim, ouço um barulho de coruja no ar. Quando olho para cima nas árvores grandes, sobre os galhos, vejo uma coruja lá, me olhando profundamente.
Uma coruja grande, com grandes olhos amarelos e redondos, as penas da cor da neve com pequenos detalhes pretos nas asas, enquanto ficava me encarando.
Em um momento, eu não sabia se eu estava sonhando ou se estava ficando louca.
– Você é a Amirah? – revela a coruja, com uma voz masculina, me fazendo ver que a coruja é um macho.
– Desde quando as corujas falam? – comenta um pouco surpresa mas também admirada, por esta ouvindo uma coruja falar.
– Vocês, humanos, sempre se surpreendendo com coisas tão pequenas. – responde a coruja em um tom de desinteresse, como se já tivesse falado isso milhões de vezes. – Nós animais falamos, voces humanos que nunca entendem. Apenas se importando consigo mesmos em seu prazer.
  Não sabia o que pensar. Estava realmente falando com uma coruja falante. Devia ter escutado meu pai antes, que falava para eu tirar a cabeça no meio de tantos livros.
– Bem…eu sou Amirah. – responde curiosa a coruja. – Quem é você?
– Sou Jack, sou uma espécie de coruja do reino em certas ocasiões – comenta a coruja, olhando profundamente para o colar. – Posso saber de onde você recebeu este colar?
Achei estranho o interesse dele, a coruja, para o meu colar. Como se ele soubesse de algo a mais.
– Eu ganhei de aniversário nessa semana, eu fiz 18 anos – relata quieta enquanto segura o pingente em formato de lua do colar.
– Diga-me…de quem era antes esse colar, hm? – cita a coruja, com os olhos ficando bem grandes, interessado sobre o colar…o que fazia ficar um pouco assustador.
Confesso mentalmente, que no fundo estava começando a ficar com medo dele, cada vez mais que os olhos dele de coruja aumentavam, conforme o interesse sobre o meu colar.
– Oh bem… na verdade, quem me deu foi meu pai, Rheatt, foi um presente da minha mãe, que morreu quando eu era um bebê – responde a pergunta da coruja confusa.
– Interessante – responde a coruja, os olhos ficando cada vez mais grandes.
Eu não entendia o porque essa coruja falante estava tão interessada no colar. Era só um colar simples. Ou não?
– Mas porque o interesse repentino?
– Oh, você não sabia minha cara? Esse colar aí, que você esta usando, é muito especial. – a coruja ri de maneira esquisita.
– O que quer dizer? Como assim especial?
– Especial até demais pra esse mundo em que você está. Onde há olhos gananciosos nesse mundo sobre esse seu colarzinho. – relata a coruja– Fuja, Fuja para longe disso tudo, FUJA HAHAHAHAHA ! – a coruja voa enquanto ri de maneira sádica ecoando pela floresta.
  Eu corri. Corri o quanto podia tentando fugir daquele lugar. Aquela coruja, Jack, é louca, a risada maluca ficava na minha cabeça ecoando como uma caverna fazendo eco. Não sabia para onde estava correndo e em que lado eu estava naquele lugar, só sei que é pior do que imaginei e vi com meus próprios olhos.
Enquanto corria, de repente um raio atingiu uma árvore. Não tive tempo de reagir nem nada, só sei que o galho caiu em cima de mim.

E agora tudo o que eu vejo, é a escuridão.

Entre Mundos & DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora