Capítulo 11

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⠀⠀Quando Louis mandou chamá-lo na noite seguinte, Harry estava decidido a pôr um fim a tudo aquilo. Uma coisa era ser cooperativo, outra era o que Louis o estava forçando a fazer. Louis estava cheio de conversa fiada. Harry não precisava mais praticar. Ele não era exatamente um profissional em boquetes, mas tinha se tornado muito bom e confortável com isso, apesar da maneira rude de Louis.

⠀⠀"Não vou mais lhe fazer boquetes", disse Harry no momento em que entrou no quarto de Louis.

⠀⠀Sentado na poltrona perto da janela, Louis ergueu o olhar para ele. O quarto estava mal iluminado, o abajur de cabeceira era a única fonte de luz, de modo que o rosto de Louis estava meio nas sombras e era difícil de ler. "Que boquetes?"

⠀⠀Harry piscou para ele antes de rir. "Essa é sua ideia de piada? Eu não alucinei com os boquetes que você me forçou a lhe dar!"

⠀⠀Inclinando-se para trás em seu assento, Louis cruzou os longos dedos à sua frente e olhou para Harry com as sobrancelhas ligeiramente levantadas. "Foi só um treino. E se alguém foi forçado a isso, não foi você. Eu me lembro perfeitamente de você se divertindo todas as vezes."

⠀⠀Com o rosto ardendo, Harry bufou. "Você vai mesmo dizer que não gostou?"

⠀⠀Louis deu de ombros. "Não vou negar isso, mas não é nada mais do que uma reação fisiológica a estímulos. Ainda assim, não é natural e é repulsivo."

⠀⠀"Repulsivo?" Harry repetiu, gaguejando de indignação. Ele tentou ignorar a outra sensação que revirava seu estômago. Não era mágoa. Não era decepção. O que quer que fosse, originava-se da mesma parte dele que se vangloriava toda vez que esse homem se dignava a elogiá-lo. Essa parte dele deveria se calar.

⠀⠀"Sim", disse Louis. "Caso você tenha se esquecido, não sou gay."

⠀⠀"Era difícil levar isso a sério quando você estava gozando na minha boca várias vezes por dia."

⠀⠀Louis lhe dirigiu um olhar vazio.

⠀⠀Harry sorriu. "Desculpe, mas não acredito que tenha sido repulsivo. Nenhum homem é tão altruísta assim. E um babaca egoísta como você definitivamente não é. Não me interessa como você racionaliza isso na sua mente homofóbica, mas não me venha com essa conversa fiada. Porque não estou engolindo isso."

⠀⠀Algo mudou naqueles olhos claros. A temperatura no quarto pareceu cair vários graus enquanto Louis o examinava. Finalmente, ele disse suavemente: "Você não pode me acusar de ter inclinações homossexuais reprimidas só porque eu não retribuo seus sentimentos."

⠀⠀Harry engasgou: "Eu não tenho sentimentos por você, seu egocêntrico, convencido e presunçoso!" A simples ideia era nauseante. Nauseante e ridículo. Que ousadia!

⠀⠀Louis ergueu as sobrancelhas. "Erro meu. Deve ter sido outra pessoa que parece um cachorrinho chutado toda vez que saio da sala."

⠀⠀Harry imaginou vividamente sufocá-lo com suas próprias mãos. Ou dar um soco naqueles lábios perfeitos e sorrateiros.

⠀⠀Isso não é verdade, porra, ele queria gritar.

⠀⠀Mas então ele pensou melhor. Seria inútil. Louis não acreditaria nele. Por que acreditaria, quando Harry se comportava de forma tão embaraçosa e ansiosa toda vez que chupava seu pau? Não, ele tinha que pensar em outra maneira de obter vantagem. Todo mundo tinha um ponto fraco.

⠀⠀O problema era que esse homem não parecia ter nenhuma.

⠀⠀Exceto... exceto talvez pela brecha em sua armadura que apareceu quando Harry mencionou as tendências homossexuais reprimidas de Louis. Ou será que ele tinha imaginado isso?

obsession in a golden cage - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora