obsession in a golden cage - l.s

Capítulo 13

⠀⠀Três meses depois

⠀⠀"Louisie, não! Não vá para lá!"

⠀⠀Harry correu atrás de sua gatinha, mas ela havia ficado muito maior e mais rápida ultimamente, e já estava no quarto de Louis antes que Harry pudesse alcançá-la.

⠀⠀"Oh, pelo amor de Deus!"

⠀⠀Harry entrou no quarto atrás dela e olhou em volta. Mas ela não estava em lugar nenhum. Provavelmente estava se escondendo debaixo da cama novamente. Com sorte, ela sairia antes que Louis voltasse. Ele não gostava da gatinha de Harry. Para ser justo, isso pode ter algo a ver com o fato de Harry ter dado o nome dele à sua gata – muito feminina – para irritá-lo. De qualquer forma, Louis odiava a gatinha. Infelizmente, a gata estúpida de Harry passou a adorá-lo.

⠀⠀"Se Louis implicar comigo por sua causa novamente, vou afogar você no oceano."

⠀⠀Louisie o ignorou.

⠀⠀"Você é tão ruim quanto Louis", disse Harry com um suspiro, sentando-se na cama.

⠀⠀Eles realmente eram parecidos. Louis também o ignorava, fazendo tudo à sua maneira, e se dignava a tocar Harry somente quando lhe convinha.

⠀⠀Harry se esticou na cama e franziu a testa quando olhou novamente para o relógio na parede.

⠀⠀Louis estava atrasado.

⠀⠀Normalmente, ele chegava em casa às terças-feiras, no máximo às oito da noite. Não que Harry estivesse atento aos horários de Louis ou algo assim. É claro que não.

⠀⠀Com os lábios franzidos, Harry se virou de barriga para baixo e suspirou.

⠀⠀"Aghh", ele rosnou para o travesseiro, frustrado.

⠀⠀O travesseiro em questão cheirava bem. É claro que cheirava. Era de Louis e, a essa altura, ele estava acostumado com o cheiro de Louis em um grau ridículo. Acostumado? Mais como totalmente viciado.

⠀⠀O fato de ele estar esperando por Louis em seu quarto, como um bom bichinho de estimação esperando pelo dono, falava por si só.

⠀⠀A culpa pode ser parcialmente de sua gata, mas ela não o estava forçando a ficar aqui.

⠀⠀E, no entanto, aqui estava ele, embora não devesse estar no quarto de Louis. Louis não gostava de tê-lo aqui. Ele gostava de foder com ele aqui, mas era alérgico a ter Harry em seu espaço pessoal.

⠀⠀"Eu o odeio", disse Harry em voz alta.

⠀⠀O silêncio da sala parecia quase uma zombaria.

⠀⠀"Eu o odeio muito, muito mesmo", disse Harry.

⠀⠀Mais silêncio zombeteiro.

⠀⠀Deus, ele estava ficando louco se estivesse falando com um quarto. Uma coisa era ele falar com o gato, o que já era bastante patético; falar com ninguém era um novo nível.

⠀⠀Ele tinha que sair daqui. Não era nem um pouco saudável que sua existência girasse em torno de um homem emocionalmente indisponível que o possuía tão completamente que Harry às vezes nem conseguia se lembrar do próprio nome. Os últimos meses haviam se passado em uma névoa de sexo e prazer de nível divino, seguidos por horas solitárias de lucidez, enquanto Harry se assustava com o quanto essa existência era patética.

⠀⠀Ele era basicamente um boneco sexual glorificado, guardado a sete chaves, que Louis usava somente quando sentia vontade de coçar a coceira. Assim que Louis saía de dentro dele, ele se tornava um estranho de olhos duros e distantes.

⠀⠀Harry sabia que esse... relacionamento, se é que podia ser chamado assim, incomodava Louis ainda mais do que a ele. A cada poucas semanas, Louis parecia tentar ficar longe dele e o evitava como se fosse uma praga. Todas as vezes, essa distância acabava com um sexo duro e furioso e Louis voltava para sua cama por algumas semanas antes que o ciclo se repetisse.

⠀⠀"Eu odeio você", Harry sussurrou para o travesseiro de Louis, enterrando o rosto nele e abraçando-o com força.

⠀⠀Ele estava quase feliz pelo fato de Louis ser um idiota. Quão pior teria sido se Louis não o tivesse mantido à distância?

⠀⠀Respirando o cheiro de Louis, Harry acabou caindo no sono.