⠀⠀Havia uma caixa retangular embrulhada na cama deles. Bem, tecnicamente, era a cama de Louis, mas, considerando que ele não havia dormido em sua própria cama nos últimos meses, Harry estava razoavelmente convicto de que aquela cama era deles.
⠀⠀Harry pegou a caixa e disse: "O que é isso, Louis?"
⠀⠀Louis não tirou os olhos de seu telefone. "Não é seu aniversário?"
⠀⠀Harry piscou os olhos. Seu aniversário–
⠀⠀Verdade. Já era fevereiro. Ele tinha feito vinte e dois anos.
⠀⠀"Eu não fazia ideia de que você sabia quando era meu aniversário", disse Harry, começando a rasgar a embalagem. "É muito gentil da sua parte se lembrar."
⠀⠀Louis manteve o olhar fixo no telefone. "Não é nada. Pedi para minha secretária comprar."
⠀⠀Sorrindo, Harry revirou os olhos. Na verdade, era um pouco cativante ver como Louis desprezava qualquer gesto gentil de sua própria parte. Ele havia feito o mesmo em novembro, quando comentou casualmente que havia tirado os amigos de Harry do país, como se isso não fosse algo grandioso. Ele também fez a mesma coisa em dezembro: fingiu que não era grande coisa ter a casa decorada para o Natal e agiu como se fosse normal dar uma pequena montanha de presentes a seu bichinho sexual — um feriado que ele mesmo não comemorava.
⠀⠀Na verdade, Harry ficou um pouco surpreso por Louis estar lhe dando apenas um presente dessa vez.
⠀⠀Mas, ao rasgar a embalagem, o sorriso de Harry se esvaiu.
⠀⠀Ele olhou para o aparelho em suas mãos. "É um celular", ele se ouviu dizer.
⠀⠀"Hmm."
⠀⠀"Você está me dando um celular", disse Harry.
⠀⠀"Sim. Tenho certeza de que você já viu um antes."
⠀⠀Harry levantou o olhar e encarou Louis. "Eu..." Eu não entendo, ele queria dizer.
⠀⠀Racionalmente, ele sabia que não era um grande problema: os seguranças tinham parado de tirar os telefones dos funcionários há meses. Harry poderia facilmente ter pegado emprestado um dos celulares se quisesse.
⠀⠀Mas uma coisa era, teoricamente, poder entrar em contato com a família. E outra completamente diferente era ter os meios para fazer isso.
⠀⠀Se ele quisesse.
⠀⠀Harry olhou fixamente para o celular em suas mãos, odiando e amando o presente.
⠀⠀Ele odiava o fato de que agora o aparelho estaria sempre ali, como um lembrete de que ele estava optando por não entrar em contato com a família. Ele estava voluntariamente causando dor a eles com seu silêncio. Mas como ele poderia entrar em contato com eles? O que ele poderia dizer? "Desculpe, mamãe, estou vivo e totalmente bem, mas não quero voltar ainda"? Seus pais nunca deixariam isso acontecer. Seu pai faria com que a ligação fosse rastreada e então seus pais estariam aqui, provavelmente com o FBI, e trariam uma tempestade de merda para Louis. Era por isso que ele odiava esse presente, era uma prova irrefutável de sua fraqueza e egoísmo. Ele era uma pessoa egoísta e horrível, incapaz de deixar para trás um relacionamento que nunca deveria ter acontecido.
⠀⠀Mas, ele também adorava esse presente. Significava que Louis confiava nele o suficiente para o ter. Confiava que ele não o trairia.
⠀⠀Ou talvez ele apenas saiba o quanto você é ruim para ele. Você mesmo disse que ele conseguiu lhe causar a síndrome de Estocolmo. Já se passou meio ano desde que ele prometeu levá-la para casa e nada aconteceu. Pare de esperar e vá embora. Entre em contato com sua família, pelo menos. Ele literalmente lhe deu os meios para fazer isso, seu idiota!
VOCÊ ESTÁ LENDO
obsession in a golden cage - l.s
FanfictionUm brinquedo para um sheik. É isso que Harry Styles é: um cara heterossexual vendido para um dos homens mais ricos do mundo. O que ele não é, é apaixonado pelo bastardo frio e cínico que o comprou como se fosse um objeto. Harry odeia esse homem. O a...