Interlúdio I

467 59 40
                                    


⠀⠀Louis entrou em casa, com raiva e frustração intensificando seus passos. Ver o pai raramente o deixava de bom humor, mas aquele jantar em família tinha sido mais frustrante do que o normal.

⠀⠀Zayn ficou de mau humor a noite toda, recusando-se a falar com qualquer um deles. Ernest não tinha nenhuma utilidade, apesar de ser o príncipe herdeiro, sua atitude na vida era ser o mais agradável e obediente possível ao lado do pai, por isso ele nunca interferia, embora Louis suspeitasse que ele estivesse ciente das inclinações do irmão mais novo. Louis teve de ser o único a desviar a atenção do pai – e as críticas – para si mesmo antes que o pirralho se entregasse e conseguisse se matar.

⠀⠀Infelizmente, Louis não era muito melhor em controlar seu temperamento quando se tratava do pai deles.

⠀⠀O Sheik Mark Mustafa ibn Mohammed Al Tomlinson não era um homem fácil, nunca foi. Alguns pais – alguns outros pais – poderiam ter se orgulhado do fato de o filho ser um homem de negócios altamente respeitado, com uma fortuna que excedia em muito a sua. Mark não. Um maníaco por controle como ele não gostava do pouco controle que tinha sobre a vida de Louis. Se Mark conseguisse o que queria, Louis já estaria casado com a filha de Al Sharabi.

⠀⠀Os lábios de Louis se contraíram, uma pontada de culpa revirando seu estômago, como acontecia toda vez que ele se lembrava de que a noiva de Zayn deveria ser dele. Louis era a pessoa que Mark queria oferecer para a filha do Sheik Al Sharabi. Seu pai não tinha ficado exatamente feliz quando Louis se recusou totalmente a se casar com a moça. Ele não queria se casar com alguém escolhido por seu pai, uma garota treze anos mais nova que ele.

⠀⠀Você não tem nenhum problema em transar com um garoto onze anos mais novo que você.

⠀⠀A mandíbula de Louis se contraiu, seu humor piorou enquanto ele acelerava os passos.

⠀⠀O garoto era... Ele não contava. Ele era apenas um buraco conveniente para ser usado. Nada mais. Nada.

⠀⠀Louis parou de repente, percebendo onde seus pés o haviam levado.

⠀⠀Ele estava em frente ao quarto de Harry, não ao seu.

⠀⠀Ele olhou para a porta com frustração, mas não conseguiu se virar. Era ali que seu corpo queria estar depois daquela noite de merda. Era isso que seu corpo desejava, enterrar-se no corpo doce e na boca macia e ávida de Harry e esquecer todos os problemas e frustrações da noite.

⠀⠀Era inútil lutar contra isso. Ele só acabaria se revirando em sua cama se negasse isso a si mesmo. Ele poderia ir embora. Mas por que deveria? Harry era dele.

⠀⠀Louis abriu a porta.

⠀⠀O quarto estava vazio.

⠀⠀Com o coração batendo mais rápido, Louis examinou o quarto com os olhos. Onde ele estaria a essa hora?

⠀⠀Afastando o desejo irracional de acordar todos os seus funcionários e forçá-los a encontrar Harry para ele, Louis se virou e foi para seu quarto. Ele provavelmente havia adormecido em outro quarto. Nada com que se preocupar. Louis não precisava vê-lo esta noite. Ele estava no controle de si mesmo. Seu pau não o controlava.

⠀⠀Louis se aproximou de seu quarto – a porta já estava aberta – e ficou imóvel.

⠀⠀Harry estava dormindo em sua cama.

⠀⠀Depois de um momento, Louis fechou a porta, caminhou lentamente para a frente e parou ao lado de Harry.

⠀⠀O garoto estava deitado de bruços, com o braço abraçando o travesseiro. Ele estava vestindo apenas um par de shorts, o que não era surpreendente. Ele reclamava constantemente do calor, pois não estava acostumado com o clima local. Sua bochecha estava levemente rosada, ele deve ter passado muito tempo ao ar livre novamente. Seus cílios longos tremulavam contra a pele pálida e frágil abaixo dos olhos. Seus lábios estavam entreabertos, um pouco molhados e com aparência macia.

obsession in a golden cage - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora