Capítulo 1 - Esperança... Maya.

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Aeroporto Internacional Tom Jobim - Rio de Janeiro.

Começo do Inverno no Brasil...

Sozinha em uma sala de embarque, esperando um voo que vai mudar minha vida, provando em frações de segundos milhares de sentimentos, ansiedade, medo, alegria... Uma mistura infinita de emoções que nesse momento me definem e eu não sou capaz de explicar em palavras tudo o que estou sentindo. Meu coração disparado, alerta que estou quase tendo uma crise nervosa, mas anos de terapia precisam salvar o dia de hoje!

Liberdade e desafios sempre me motivaram e acho que por isso aceitei essa proposta maluca de ir trabalhar do outro lado do planeta. Trabalho há quase dez anos na MK, uma multinacional que possui lojas em todos os continentes e escritórios nas principais capitais mundiais, é a maior empresa do ramo de fabricação e vendas de roupas do mundo. Construí uma carreira sólida nessa companhia, mas não posso mentir, foram anos de dedicação exclusiva, a transformei em meu segundo lar; aprendi cada detalhe da operação, passei por vários setores e depois de algumas promoções e vários anos de estudo, cheguei à diretoria de vendas.

Sou formada em administração e nos últimos anos foquei todos os meus esforços em relacionamentos interpessoais, me especializei em pessoas, as faço acreditar em seu potencial, para que transformem gentileza e confiança em vendas. Me dediquei sem limites e mesmo um pouco ansiosa, acredito que todas essas etapas me prepararam para assumir esse novo cargo fora do país. Uma equipe enorme me espera em Seul, capital da Coréia do Sul, tenho certeza que o idioma será meu maior desafio, já tenho agendado meses de aulas de coreano e não faço ideia de quanto tempo levarei para conseguir formar uma frase simples. Lígia, minha melhor amiga, mora em Seul há dois anos e já me avisou que não será fácil, acredita que levarei uns seis meses para começar a entender alguma coisa. É fato: Usarei o inglês por um bom tempo.

Conheci Lígia na faculdade e nunca mais nos separamos. Ela foi para a Coréia depois de se formar em Jornalismo; trabalha como correspondente internacional de um canal de TV brasileiro e também faz reportagens para uma grande empresa de televisão Sul Coreana. Lígia é a pessoa que mais amo nesse mundo, a irmã que nunca tive. Depois da morte de minha mãe no final do ano passado, é a única que continua ouvindo minhas histórias e incentivando minhas loucuras.

Nunca conheci meu pai e não tive irmãos, era eu e minha mãe e me bastava! Dói saber que não posso mais correr para seu colo e sentir seu perfume enquanto chorava com o rosto escondido em seu cabelo. A saudade é imensa, sinto falta do olhar, do sorriso, sua voz era tão suave... Apenas uma palavra e eu sabia que tudo ia ficar bem, sem dúvidas minha mãe era o melhor remédio para as dores que o mundo me causava. Ela é a força dentro do meu coração, a coragem que me faz seguir em frente nesta aventura, sei que me protege de onde estiver e quase posso sentir seus braços envoltos ao meu corpo. "Te amo mãe!"

É em sua lembrança que me agarro para nunca desistir de algo que realmente me interessa, me fez crescer acreditando que com esforço e fé é possível alcançar as estrelas. Sempre dizia que tudo o que desejamos, está apenas a um sonho de distância e vivia repetindo para suas amigas que eu iria longe... Só espero que não estivesse se referindo a espaço físico, pois nisto ela acertou, devo percorrer nas próximas horas algo em torno de dezoito mil quilômetros, distância que separa o Brasil da Coréia do Sul.

Eu não EsperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora