Capítulo 8 - Meu furacão.

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Yong havia adormecido apenas quando a luz do dia já estava forte. Acordou perto da hora do almoço. Ao escutar um barulho, decidiu levantar para ver se Maya tinha acordado, mas era Sae que recolhia a mesa do café.

"Me desculpe, Yong, deixei cair uma xícara. Como já está ficando tarde, resolvi recolher tudo para poder preparar o almoço."

"Não se desculpe, Sae, não tem problema. E Maya, ainda não acordou?" Ele perguntou enquanto pegava uma fruta da mesa.

"Ainda não, deve estar muito cansada".

"Acho que ela deve dormir por mais algumas horas. Tem a questão do fuso horário, são doze horas de diferença de Seul para o Brasil, Maya deve estar com o relógio biológico maluco."

"Nossa, Yong! Ela veio de muito longe, que coisa impressionante essa história de vocês se encontrarem, não acha?"

"Coincidência, estávamos no mesmo lugar, na mesma hora, só isso."

"Será? Parece que você tinha que estar lá para ajudá-la... E o taxista? Você podia ligar para a agência, quem sabe eles já não estão com as malas dela?"

"Verdade, vou tomar um banho e resolver isso."

As horas passaram e Sae resolveu tirar a mesa do almoço quando o relógio marcou duas horas. Ela já estava começando a ficar preocupada, Maya não tinha feito nenhum barulho, o quarto estava em silêncio. Eles resolvem tomar um café e esperar mais tempo.

"Yong, estou ficando aflita. Será que ela está bem?"

"Acalme-se, Sae, fomos dormir perto da uma hora da manhã, faz pouco mais de doze horas que ela está dormindo." Ele respondeu rindo.

"Meus Deus, como pode ficar rindo? Não é muito tempo? Vou dar mais meia hora... Se ela não acordar, vou até o quarto." Sae falou, já organizando a mesa do café da tarde.

"Relaxa, ela estava cansada."

"Não relaxo não. Levanta dessa cadeira! Vai até lá para ver se escuta alguma coisa." Ela bateu de leve com um pano no braço de Yong.

Yong e Sae se aproximaram do quarto. Ele encostou o ouvido na porta e olhou para Sae fazendo um sinal negativo, não ouvia nenhum barulho.

"Ai, Yong! Deve ter acontecido alguma coisa, ela pode ter passado mal."

Sae estava realmente preocupada, ficou olhando Yong que aproximou o rosto da porta mais uma vez. Quando ele levou a mão a fechadura, Maya, que tinha escutado os dois, abriu a porta e Yong quase caiu em cima dela. Maya deu um passo para trás e Sae começou a rir sem parar.

"Yong, está tudo bem?" Maya perguntou sem entender o que estava acontecendo.

"É tudo culpa da Sae, ela achou que você tinha morrido." Ele ria alto.

Maya ainda estava um pouco acanhada, mas se divertiu com a cena e juntos foram tomar o café da tarde. A diferença cultural do Brasil e da Coréia continuava rendendo conversas intermináveis, Sae e Yong estavam admirados com tudo que Maya contava sobre a cultura do Brasil.

A comida era algo tão diferente entre os países, que eles ficavam intrigados com tantas novidades. Yong havia ficado curioso sobre como os brasileiros podiam comer, quase todos os dias, arroz e feijão e tinha feito Maya prometer que iria arrumar um pouco de farofa, algo que ele não conhecia e queria comer depois de todos os elogios que ela tinha feito. Maya também tinha se espantado ao descobrir que os coreanos comiam na maioria das vezes, feijão como um doce e não como ela estava tão acostumada. Fato é que as diferenças eram infinitas e eles teriam muito para descobrir.

Eu não EsperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora