05. Vingança

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Depois de horas de investigação intensa, finalmente chegamos ao que parecia ser o local onde encontraríamos a pista final sobre o desaparecimento da minha tia Lydia. O lugar era um galpão abandonado, com paredes desgastadas e sinais de que não era habitado há muito tempo. O ar estava pesado e úmido, o cheiro de mofo e podridão preenchia o ambiente. Cada passo que dávamos fazia o chão ranger sob nossos pés, e o silêncio era cortado apenas pelo barulho de nossas botas contra o assoalho de madeira velha.

Sam estava à frente, com Dean logo atrás, e eu, lutando para me manter forte, caminhava por último. Meu coração batia descontrolado, uma mistura de medo, ansiedade e esperança me consumia. Esperança de que talvez, só talvez, minha tia estivesse viva, esperando por nós.

— Fique perto, Maddy — Dean murmurou, sua voz firme, mas com um tom de preocupação evidente.

Caminhamos por um corredor escuro, o cheiro piorando a cada passo. Minha mente estava inundada de pensamentos, tentando antecipar o que poderia acontecer. Então, de repente, Sam parou.

— Ali... — ele disse baixinho, sua voz carregada de uma tensão que me gelou até os ossos.

Segui seu olhar e, ao ver o que ele estava observando, meu mundo desabou. No chão, no canto da sala escura e abandonada, estava ela. Minha tia Lydia. Sua pele estava pálida, sem vida, e seus olhos, outrora cheios de calor e amor, estavam vazios, olhando para o nada.

Senti um grito de dor se formar em minha garganta, mas nenhum som saiu. Meu corpo agiu por conta própria, e antes que pudesse raciocinar, saí correndo em direção a ela, meus pés mal tocando o chão. Quando me aproximei, meu joelho cedeu, e eu caí ao lado dela, meu coração se partindo em mil pedaços. A cena diante de mim era mais dolorosa do que eu jamais poderia imaginar.

— Não... não, não... — minha voz saiu sufocada, como se algo estivesse prendendo meu peito.

Coloquei as mãos sobre o corpo dela, desejando, implorando para que tudo aquilo fosse um pesadelo, algo do qual eu pudesse acordar. Mas a realidade era cruel. Ela estava morta. Minha tia, a mulher que me criou, que sempre esteve ao meu lado quando mais precisei, estava morta, e eu não estava lá para salvá-la.

— Tia... por favor, não... — sussurrei entre soluços, minhas mãos tremendo enquanto tocavam seu rosto frio.

Senti a presença de Dean e Sam se aproximando, mas suas vozes pareciam distantes, abafadas pela dor imensa que dominava meu ser. Sam se abaixou ao meu lado, colocando uma mão gentil em meu ombro. Dean estava logo atrás, seu olhar duro agora suavizado pela compreensão do que eu estava sentindo.

— Maddy... sinto muito — Sam falou baixinho, com uma tristeza evidente em seu tom.

Mas aquelas palavras não eram suficientes. Nada que dissessem poderia aliviar a dor, o vazio que começava a tomar conta de mim. Eu estava ali, ajoelhada no chão, ao lado do corpo de quem eu mais amava, e não havia nada que eu pudesse fazer. Meu corpo tremia, meus pensamentos estavam em caos. Por que isso tinha que acontecer? Por que com ela? Por que agora?

— Isso não pode estar acontecendo... — murmurei, incapaz de aceitar a verdade diante de mim.

Dean, que até então estava quieto, se ajoelhou do outro lado de Lydia, observando a cena com um olhar sombrio. Mesmo sem palavras, eu podia sentir a dor e o peso da situação sobre ele também. Ele sempre tentava manter o controle, ser o forte, mas até ele estava lutando contra o impacto daquilo tudo.

— Vamos achar quem fez isso — ele disse, sua voz mais suave do que de costume, mas com uma firmeza que sugeria que ele não descansaria até que os responsáveis pagassem.

Eu mal conseguia ouvir suas palavras. O mundo ao meu redor parecia desmoronar, e tudo o que eu podia pensar era na minha tia, deitada ali, sem vida. Como isso pôde acontecer? Ela sempre foi tão forte, tão cuidadosa. Como eu a perdi?

Meus pensamentos foram interrompidos por Dean, que colocou a mão no meu ombro, dessa vez mais firme.

— Maddy, sei que é difícil, mas temos que sair daqui. Não é seguro — ele disse, com um tom que sugeria que algo mais estava acontecendo.

Levantei o olhar para ele, ainda em estado de choque, sem realmente absorver o que ele estava dizendo. Mas então percebi que ele estava certo. Este lugar, este horror, não era o fim. Eu precisava saber quem havia feito isso, e por quê. Precisava entender o que levou minha tia a esse destino cruel.

Com lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto, levantei-me, com a ajuda de Sam. Olhei uma última vez para o corpo dela, e uma promessa silenciosa se formou em meu coração. Eu encontraria quem fez isso. Não importava quanto tempo levasse, não importava o que eu teria que enfrentar. Eles pagariam.

Uma fúria começou a crescer dentro de mim. O que quer que tenha feito isso com minha tia iria pagar caro. Eu não tinha mais nada a perder. Voltar para a casa onde fui criada por ela não fazia mais sentido. Aquela casa, que sempre foi um refúgio, agora seria um lugar vazio, sem alma. Mesmo com Dylan e Madeline lá, não seria a mesma coisa. Nós mal nos víamos, sempre ocupados com nossas vidas, especialmente com meus estudos. Mas depois disso, depois da brutalidade com que minha tia foi arrancada de nós, nada seria igual. Como eu contaria para eles? Como eu poderia explicar que Lydia estava morta, de uma maneira tão horrível? Seu corpo estava cheio de machucados. Quem fez isso iria pagar, e eu faria o que fosse necessário para encontrar o responsável.

PROMISSES ON ROAD (D.W)Onde histórias criam vida. Descubra agora