11. Ciúmes

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Depois do inesperado encontro com Castiel, um silêncio desconfortável pairou no ar. Dean e eu estávamos chocados. Anjos? Mesmo após tudo que eu tinha visto ao lado dos irmãos Winchester, ainda era difícil processar que existiam anjos. Dean, é claro, ficou com um pé atrás.

— Então... anjos? — Dean murmurou, franzindo o cenho, encarando Castiel como se estivesse tentando descobrir o que realmente estava acontecendo.

— Sim, Dean. Fui enviado para protegê-lo. — Castiel respondeu com firmeza, seus olhos azuis pareciam perfurar o ambiente. Ele não parecia alguém que brincaria com um assunto desses.

Enquanto Dean ainda tentava digerir tudo, eu, por outro lado, comecei a me sentir à vontade com Castiel. Havia algo sobre ele que me deixava tranquila, como se estivesse na presença de algo puro, mesmo que fosse difícil de acreditar.

— Caramba, vocês têm uma televisão? — Castiel perguntou de repente, com uma curiosidade genuína e infantil nos olhos, olhando para o aparelho na parede do quarto de motel.

Eu não consegui segurar o riso. — É... sim, é uma TV, você nunca viu uma antes?

Dean revirou os olhos, ainda desconfiado, mas eu não conseguia parar de me divertir com a reação inocente do anjo. Por um momento, as coisas pareceram normais, apesar da natureza absurda de tudo.

— Preciso continuar com minha missão de proteger Dean, mas não se preocupem, estarei por perto. — disse Castiel, e, antes que pudéssemos responder, ele desapareceu do nada, como se nunca tivesse estado ali.

Fiquei olhando para o vazio onde ele estava. Eu ainda estava tentando entender tudo que acabara de acontecer quando Sam entrou pela porta, cansado depois do seu longo dia.

— Perdi alguma coisa? — ele perguntou, enquanto largava sua mochila no chão.

Dean olhou para mim, ainda parecendo meio irritado, e então teve uma ideia brilhante.

— Que tal irmos a um bar? Só para relaxar. — sugeriu ele, olhando para mim e Sam.

Eu não via mal nisso, então aceitei. Sam, relutante como sempre, concordou também, mas era óbvio que ele não estava interessado na diversão.

No bar, Dean logo se posicionou no balcão, já com uma cerveja na mão. Sam, por outro lado, afundou o rosto no computador, como sempre, procurando algo que eu nem me atrevi a perguntar. Eu estava ao lado de Sam, mas não conseguia evitar de olhar para Dean. Ele estava conversando com a garçonete, e a forma como eles pareciam íntimos, rindo e trocando olhares, fez algo ferver dentro de mim. Por que eu estava com ciúmes? Nós dois não tínhamos nada, certo?

Foi então que a garçonete escreveu algo em um pedaço de papel e entregou a ele, e isso me irritou ainda mais. Fechei a cara e fui direto ao banheiro, tentando evitar encarar aquela cena.

Quando saí, fui interceptada por um homem. Seu olhar malicioso me fez estremecer. Ele me olhava de cima a baixo, o tipo de olhar que me deixava desconfortável. Antes que eu pudesse reagir, Dean apareceu ao meu lado, rápido como um raio, me puxando pela cintura.

— Nossa amor, como você está linda hoje. — disse ele, depositando um selinho inesperado nos meus lábios.

Eu fiquei atônita. Ele me beijou?

— Tá olhando o quê? Quer ficar sem os olhos? — Dean disse, em um tom ameaçador, olhando para o homem de cima a baixo.

O cara recuou, assustado com o tom sério de Dean, e saiu rapidamente. Fiquei parada, ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Dean me beijou mesmo?

Peguei no braço de Dean e o puxei para um canto do bar.

— Por que você fez isso? — perguntei, minha voz tremendo um pouco, ainda incrédula.

Dean soltou uma risada curta. — Ah, fala sério, aquele cara estava te comendo com os olhos. — Ele se inclinou, sussurrando em meu ouvido. — Seja mais discreta, Maddy. Eu sei que você quer o mesmo que eu.

Senti um arrepio percorrer minha espinha com a proximidade dele. Meu coração começou a bater mais rápido quando ele continuou a falar.

— Nem parece que estava cantando a garçonete minutos atrás. — disparei, tentando esconder o quanto a proximidade dele me afetava.

Dean sorriu, debochado, e chegou ainda mais perto. Tão perto que eu podia sentir a respiração quente dele no meu rosto. Meu coração estava disparado e minhas mãos começaram a suar. Ele tocou meu rosto com a ponta dos dedos, e antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, Dean me beijou de novo, dessa vez um pouco mais demorado.

Quando nos afastamos, percebi Sam nos olhando fixamente, de boca aberta, claramente chocado com o que tinha acabado de testemunhar. O constrangimento me atingiu como uma onda.

— Vamos voltar para o motel. — sugeri, com a voz um pouco trêmula.

A volta foi silenciosa, mas meu coração não parava de reviver a cena do beijo. Eu estava no banco de trás do Impala, perdida nos meus próprios pensamentos. Dean me beijou. Eu estava começando a perceber que talvez eu gostasse mais dele do que estava disposta a admitir.

PROMISSES ON ROAD (D.W)Onde histórias criam vida. Descubra agora