Mikaely olhava pela janela do carro enquanto se aproximavam da casa de Murilo. Era a primeira vez que ela conheceria o pai dele, a madrasta e os meios-irmãos, e apesar de estar animada, um frio na barriga a dominava. Ela sempre se preocupava com as primeiras impressões, e aquele encontro tinha um peso diferente.
— Tá nervosa? — Murilo perguntou, sorrindo de lado, enquanto mantinha uma das mãos no volante.
— Um pouco — Mikaely admitiu, jogando o cabelo para trás e ajeitando o vestido que havia escolhido com tanto cuidado. — É a primeira vez que eu conheço sua família, então...
— Relaxa, Mik. Eles vão te adorar. — Ele estendeu a mão para a dela, apertando-a suavemente. — Além disso, minha madrasta é super tranquila, e meu pai... bom, ele é meio quieto, mas gente boa. E meus irmãos vão amar você.
— Espero que sim — ela sorriu, apertando de leve a mão dele.
Ao chegarem, a casa era aconchegante, com uma fachada simples, mas acolhedora. Quando entraram, foram recebidos por Fernanda, a madrasta de Murilo, que logo abriu um sorriso caloroso.
— Ah, então você é a Mikaely! — Fernanda exclamou, abraçando-a com entusiasmo. — O Murilo já falou tanto de você.
— Sério? Só espero que ele tenha dito coisas boas — Mikaely respondeu, rindo.
— Só elogios! — Fernanda garantiu, piscando para ela. — Vamos, entrem. O jantar já está quase pronto.
Ao entrarem na sala de jantar, o pai de Murilo, um homem alto e de semblante sereno, estava sentado na cabeceira da mesa.
— Pai, essa é a Mikaely — Murilo apresentou.
— Prazer, senhor... — Mikaely começou, mas o pai de Murilo sorriu, acenando com a mão.
— Nada de "senhor". Pode me chamar de Carlos — ele disse, levantando-se para cumprimentá-la com um aperto de mão firme, mas amistoso. — Seja bem-vinda.
Ela sorriu, se sentindo um pouco mais relaxada. Logo, os meios-irmãos de Murilo, dois meninos animados, correram para a sala, já envolvidos em alguma brincadeira.
— Esses são o Pedro e o Lucas — Murilo apresentou, rindo enquanto um deles quase esbarrava na mesa.
— Oi, Mikaely! — Pedro acenou enquanto Lucas apenas a olhou com curiosidade.
O jantar foi leve e cheio de conversas agradáveis. Fernanda, sendo uma excelente anfitriã, fazia perguntas sobre a escola, os gostos de Mikaely e as coisas que ela gostava de fazer. Mikaely, apesar do nervosismo inicial, logo se viu rindo e se sentindo em casa. Murilo, por sua vez, fazia piadas ocasionais, mantendo a conversa descontraída.
— Então, você é boa na cozinha? — Fernanda perguntou, entre um gole de suco.
— Eu gosto de cozinhar, sim. Fizemos um bolo outro dia, e o Murilo até me ajudou — Mikaely respondeu, lançando um olhar divertido para Murilo, que deu de ombros.
— Ajudei mais do que você quer admitir! — ele brincou.
— Ah, tá... Falar que está atrapalhando não é ajudar, Murilo — Mikaely respondeu, rindo.
Carlos, que até então estava mais observando, sorriu ao ver a interação dos dois.
— É bom ver vocês assim — ele comentou. — Relacionamentos precisam de parceria e companheirismo. Vocês parecem ter isso.
Mikaely corou levemente, enquanto Murilo balançava a cabeça, concordando.
Após o jantar, Murilo segurou a mão de Mikaely e a conduziu para seu quarto no andar de cima. Quando entraram, ela olhou em volta, explorando com o olhar os detalhes do espaço dele.
— Seu quarto é bem você, sabia? — ela comentou, sorrindo enquanto via alguns pôsteres na parede e o computador no canto.
— Como assim? — Murilo perguntou, trancando a porta e se aproximando dela.
— Simples, mas com personalidade — Mikaely brincou, rindo.
— Ah, é? Então deixa eu te mostrar algo — ele disse, puxando-a pela mão em direção ao banheiro. — Vem, vamos tomar um banho. A água está uma delícia.
Ela não se opôs, e logo estavam debaixo do chuveiro. O vapor preenchia o ambiente, enquanto a água quente escorria pelos corpos dos dois. Murilo, de forma espontânea, aproximou-se por trás de Mikaely, suas mãos deslizando lentamente até a cintura dela.
— Você está incrível — ele sussurrou ao pé do ouvido dela, seus dedos acariciando a pele molhada. Ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
Mikaely virou o rosto, olhando para ele com um sorriso provocador.
— Tá tentando me provocar, Murilo?
— Talvez eu esteja — ele respondeu com um sorriso malicioso, mordendo de leve o lóbulo da orelha dela.
Ela riu baixinho, fechando os olhos e aproveitando o toque. Murilo foi mais ousado, deixando beijos suaves pelo pescoço dela, que logo se transformaram em mordidas suaves. As mãos dele desceram pela cintura dela, apertando-a com firmeza, enquanto o corpo dela se pressionava contra o dele.
— Murilo... — ela suspirou, virando-se para encará-lo de frente.
Os olhos dos dois se encontraram, e antes que pudessem dizer qualquer coisa, ele a beijou com intensidade. Os lábios deles se moviam em sintonia, e o calor do banho parecia apenas aumentar a tensão entre os dois.
Quando se separaram, Mikaely o olhou com um sorriso brincalhão.
— Acho que a gente precisa sair daqui antes que fiquemos tempo demais, né?
Murilo riu, passando os dedos pelos cabelos molhados dela.
— É, talvez. Mas só talvez... — ele respondeu, dando um último beijo em seu ombro antes de saírem do chuveiro.
Depois do banho, se secaram e se vestiram rapidamente. Mikaely colocou uma camiseta larga de Murilo, que a fazia parecer ainda mais pequena ao lado dele. Ele, por sua vez, ficou apenas de bermuda, com um sorriso travesso nos lábios.
— Que foi? — ela perguntou, rindo.
— Nada, só tô pensando no quanto você fica linda com as minhas roupas — ele disse, se aproximando e puxando-a para perto, colando o corpo ao dela.
— Murilo, você não cansa de ser assim? — ela riu, mas não o afastou.
— Assim como? — ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.
— Charmoso e irresistível — ela provocou, retribuindo o abraço.
— Só quando estou com você, Mik — ele sussurrou, beijando-a suavemente.
Eles deitaram juntos na cama, e Murilo não perdeu tempo em envolver Mikaely em seus braços, puxando-a para mais perto. O toque dele na cintura dela, suave mas possessivo, e os beijos ocasionais entre conversas e risadas, fizeram daquele final de noite uma memória que ela guardaria com carinho.
Estar com Murilo, mesmo em meio a provocações e beijos, fazia com que ela se sentisse segura. E, de alguma forma, ela sabia que ele sentia o mesmo.
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