Elite Hearts (Chaennie) (prbt)

Segundo

Rosé

Passei todas as minhas férias tentando convencer minha mãe de que eu poderia falar com o meu pai e fazê-lo mudar de ideia, me deixando ficar na escola onde cresci. Mas ela insiste que vou acabar brigando com ele logo na primeira palavra que ele disser. Então, não tem jeito, não há como escapar dessa situação.

Agora estou no carro da minha mãe, a caminho da minha nova escola. Ela parece mais nervosa do que eu. Na verdade, tudo em que consigo pensar é como vou fugir de todas aquelas pessoas mimadas — meninos e meninas — que se acham melhores que todo mundo e acreditam que podem comprar qualquer coisa, até pessoas, com o dinheiro deles. Minha mãe, por outro lado, está preocupada se eu vou fazer amigos e me adaptar.

Nesse último mês, minha mãe fez questão de garantir que eu não teria problemas para chegar à escola. Passamos vários dias escolhendo a casa onde vou morar nesses próximos dois anos e organizamos tudo com as minhas coisas. Depois de uns 20 minutos de carro, chegamos à escola.

"Ok, mãe, chegamos. Pode voltar já", eu disse, torcendo para que ela não saísse do carro comigo e começasse a ser carinhosa na frente de todos esses adolescentes. Mas, pelo visto, não adianta, porque ela saiu do carro para me abraçar de qualquer jeito.

Tem algumas coisas com as quais eu preciso me acostumar. A primeira é que a Brandão Academy é um internato, então vou ficar presa aqui sem ter cometido nenhum crime — como matar o homem que eu queria. E isso é realmente frustrante. Não faço ideia de como vou sobreviver longe dos meus amigos. A segunda é que todos os alunos têm que usar um uniforme horrível, com uma saia ridícula. A terceira é que a escola quer ser referência, então precisamos ser exemplares até mesmo quando estivermos fora dela. Isso, claramente, vai ser a primeira coisa da qual vou me arrepender.

"Ah, vou sentir tanta, tanta, tanta, tanta saudade!" Ela apertou minhas bochechas. "Posso vir te visitar? Vou ficar tão sozinha em casa."

"Não seja dramática, mãe. Você já passou semanas sem ver minha cara", cruzei os braços.

"Ei, eu estava ganhando dinheiro pra comprar suas roupas esquisitas e caras", ela rebateu.

"Eu sei, não tô te julgando", dei de ombros, olhando ao redor.

"Hmm, tá bom. Agora me escuta, Lyra, se comporte e não faça nenhuma loucura como você sempre faz. Isso tem que dar certo, é só uma escola", disse ela, me abraçando e me enchendo de beijos.

"Mãe, para! Você tá me envergonhando na frente desse povo metido", eu disse, empurrando-a.

"Quando você se meter em encrenca e quiser um abraço, não me chama", ela disse depois que eu a afastei.

"Eu não vou", respondi, saindo em direção à escola, deixando ela ao lado do carro. "Tchau, mãe, te amo."

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