Primeiro

11 0 0
                                    

Rosé

Acordei às sete horas no primeiro dia das minhas férias. Depois de tomar banho, voltei para o meu quarto e encontrei minha mãe sentada na minha cama. Me aproximei dela, sentindo-me um pouco confusa.

“Oi, bom dia. O que você está fazendo aqui?” perguntei, intrigada com sua presença inesperada e curiosa para saber o que ela queria me dizer.

"Seu pai me ligou ontem," ela disse com uma expressão preocupada. Meu pai nunca esteve envolvido em nossas vidas—ele não se importa comigo nem com minha mãe. Mas, de algum jeito, ele ainda finge estar preocupado, apenas para acabar sendo controlador. "Ele disse que você não está recebendo uma educação adequada."

“Pode ir direto ao ponto?” respondi, tentando encurtar a conversa.

"Ele quer que eu te transfira para outra escola. Disse que, como filha dele, você merece a melhor educação que uma escola pode oferecer."

"Minha escola é uma das melhores do país. Isso não faz sentido nenhum," respondi, confusa.

“Eu sei, mas ele quer que você estude na melhor, não só em uma das melhores,” ela disse, olhando nos meus olhos e segurando minhas mãos. “Ele quer que você vá para a Brandão Academy. Foi lá que ele estudou quando era mais jovem.”

Claro, eu devia ter imaginado. Toda vez que via meu pai, ele falava sem parar sobre como a Brandão Academy tinha a melhor educação do país e que eu devia estudar lá.

“Ok, e daí?” perguntei, certa de que minha mãe sabia que eu não tinha a menor intenção de mudar de escola.

“Eu já te matriculei,” ela disse suavemente, soltando minhas mãos.

"O quê? Como assim? Por quê? Eu não quero ir para lá!" gritei, com o coração acelerado de raiva.

“Nós não temos escolha, querida.” Ela tentou se aproximar, mas eu recuei, furiosa.

“Por quê? Só diz não pra ele! Eu não vou pra uma escola cheia de riquinhos mimados,” respondi, cruzando os braços.

“Escuta, Roseanne, você precisa ir. Seu pai disse que se eu não te transferir, ele vai tentar conseguir a sua guarda legal.” Ela abaixou o olhar enquanto falava.

"Como? Ele não pode fazer isso," protestei, incrédula.

“Pode. Ele me ameaçou, dizendo que, como eu viajo muito a trabalho, você fica sozinha com frequência. Ele também juntou documentos, tentando provar que meu trabalho não é adequado para criar uma adolescente e que você estaria melhor com ele.” Ela tentava segurar as lágrimas.

Eu quase nunca via minha mãe chorar—só quando ela ria demais ou assistia filmes tristes sobre cachorros abandonados. Mas isso... isso era diferente. Eu sabia que ela estava falando sério.

Sentei na cama, me sentindo tonta de tanto ódio, com a mente cheia de insultos que eu queria gritar contra o meu pai.

"Eu vou falar com ele. Aquele velho insuportável não vai controlar a minha vida," eu disse, levantando-me de repente.

"Por favor, não." A voz da minha mãe falhou quando as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, encharcando o carpete embaixo dela. "Por favor, eu não posso te perder."

Corri até ela. "Você não vai me perder. Nós sempre estaremos juntas," eu disse, enxugando suas lágrimas. “Não tenha medo.”

Meu pai não se importava comigo ou com a minha educação. Tudo o que ele queria era machucar minha mãe, sentir que ainda tinha poder sobre ela, porque ela não o queria mais.

“Por favor, Rosie, são só dois anos. Quando você terminar a escola, vamos viajar pelo mundo. E, se você quiser, podemos deixar este lugar para sempre,” ela implorou.

Fechei os olhos, sentindo uma vontade esmagadora de gritar, de berrar cada palavrão que eu conhecia contra o meu pai. Mas, em vez disso, respirei fundo algumas vezes, tentando me acalmar.

“Ok, mãe. Eu vou.”

Elite Hearts (Chaennie) (prbt)Onde histórias criam vida. Descubra agora