Maldição Assombrosa

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O dia amanheceu inquieto, frio e chuvoso, e a sensação que pairava sobre o acampamento era de desconforto. A chuva contínua parecia se fundir com a melancolia do lugar, enquanto o vento soprava com força, tornando o ambiente ainda mais hostil.

Elizabeth estava dormindo profundamente quando um trovão estrondoso a despertou. O som retumbante fez as paredes da tenda tremerem levemente, e ela se virou na cama, olhando para o lado. Merlin, que também havia acordado com o barulho, estava sentada em sua cama, com o olhar atento e preocupado. Elizabeth esfregou os olhos, tentando afastar o torpor do sono, quando um outro som, mais perturbador, começou a se destacar no meio da tempestade: gritos.

Ela se levantou rapidamente e correu até a entrada da tenda, onde viu que a fonte dos gritos era Meliodas e (S/N). As vozes deles, cheias de raiva e frustração, se destacavam claramente em meio ao rugido do vento e ao tamborilar incessante da chuva. Meliodas estava de pé, seu rosto tenso e seus gestos amplos, enquanto (S/N) estava um pouco afastada, suas mãos gesticulando com uma intensidade que revelava seu desconforto e indignação.

— Eu preciso respirar um pouco, você está me sufocando, Meliodas! — (S/n) gritou com raiva — Eu posso tomar conta de mim mesma, não sou uma criança!

Meliodas gesticulava com uma mistura de frustração e irritação, a chuva escorrendo pelo seu rosto. 

— Você não entende, (S/N)! — Meliodas respondeu, sua voz também elevada. — Estou tentando garantir que todos estejam seguros, mas você parece não ver isso!

— Seguros? Ou você está apenas tentando controlar cada aspecto das nossas vidas? — (S/N) rebateu, seu tom ácido e magoado. — Não é só sobre o que você acha que é melhor para todos nós! Eu odeio isso! 

A voz de (S/N) estava quebrada pelo desespero, e a lembrança de sua mãe que sempre tentou controlá-la e sufocá-la emergia de forma dolorosa. Ela se virou de costas para Meliodas, suas mãos tremendo de raiva e frustração.

— Você acha que está me ajudando com isso? — (S/N) continuou, sua voz agora mais baixa, mas ainda cheia de amargura. — Controlando e ditando o que eu posso ou não posso fazer. Eu estou cansada disso!

Meliodas tentou se aproximar, mas (S/N) deu um passo para trás, afastando-se dele. Sua expressão era um misto de dor e raiva, e ele percebeu que estava lidando com algo mais profundo do que apenas uma discussão sobre segurança.

— Eu não estou tentando te controlar! — Meliodas protestou, a frustração agora misturada com um toque de desespero. — Eu só quero que você esteja a salvo!

— Talvez você devesse se preocupar menos com o que eu faço e mais em ouvir o que eu estou dizendo! — (S/N) gritou, suas palavras cortando o ar como facas afiadas. — Eu estou farta de ser tratada como uma criança, Meliodas. Farta de você sempre achar que sabe o que é melhor para mim!

Meliodas deu um passo para trás, seu rosto assumindo uma expressão sombria e carregada de raiva. Ele apertou os punhos e os dentes, a tensão visível em cada linha do seu corpo. A chuva que caía misturava-se incessantemente com a frustração que transbordava dele.

— Talvez se você parasse de criar problemas, eu não me preocuparia tanto! — Meliodas disse, a voz carregada de frustração e uma ameaça mal disfarçada.

(S/N) não recuou nem um passo, encarando-o com uma coragem feroz. Sua postura era desafiadora e resoluta, mesmo diante da irritação de Meliodas. O fato de ele estar em seu estado demoníaco não a intimidava.

— Problemas? — (S/N) retrucou, a voz embargada pela raiva e pela dor. — O único problema aqui é você que não sabe quando parar de ser "super protetor"! Você acha que está me ajudando, mas só está me empurrando para longe!

Destino - MeliodasOnde histórias criam vida. Descubra agora